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- Isto está ótimo! - Bianca disse enquanto provava o misto quente que Rafaella havia preparado.

- Obrigada. Está tudo muito estranho, você não acha?

- Sobre o que?

- O roteiro.

- Talvez Gizelly tenha ficado sem idéias.

- Ou talvez este seja um plano para perdermos nosso dinheiro, de repente ela pode aparecer e dizer, opa vocês não cumpriram o roteiro hoje, adeus dinheiro.

- Pode ser...

- Pode ser? Pode ser? - Rafaella indagou. - Nós estamos falando de perdermos milhões de dólares e você me diz que pode ser...

- Me desculpe, não precisa ficar brava. - Disse Bianca a interrompendo. - Eu só... Tem alguém batendo na porta?

- Eu acho que sim. - Disse Rafaella com uma expressão aterrorizada.

- O que a gente faz?

- Abre?

- E se forem assaltantes?

- Sério? - Rafaella encarou Bianca com deboche, se levantando e indo até a porta.

- Olá queridas! Eu estava tão animada para ver vocês, vocês não sabem como foi maravilhoso acompanhar vocês durante esses dias. - Tagarelava a mulher enquanto entrava na casa. - E você Bianca - Ela caminhou em direção a carioca, que assim como Rafaella estava boquiaberta. - Obrigado por ter sido a peça X desse experimento, se dependesse da Rafaella vocês continuariam pobres.

- Oi? - Foi o que Bianca conseguiu dizer, enquanto Rafaella continuava parada perto a porta.

- Oh, me desculpe, Gizelly Bicalho. - Disse ela cumprimentando Bianca que a olhava boquiaberta, ela se virou para Rafaella e sorriu. - Vamos para sala preciso conversar com as duas. - Então fez um sinal para a porta, e dezenas de homens e mulheres entraram na casa.

Bianca se sentou ao lado de Rafaella no sofá, enquanto Gizelly e os outros cientistas continuavam de pé as observando.

Todos se calaram quando Gizelly começou a falar.

-  Nós da Worldwide Scientific Corporation, gostaríamos de agradecer as senhoritas pela contribuição dada a ciência, pode parecer pouco, ou loucura, como vocês duas insistiam em dizer, mas a partir desse experimento poderemos compreender melhor como funciona o cérebro humano, e futuramente estaremos trabalhando em tratamentos para diversos distúrbios, baseados nos estudos que obtivemos com vocês duas.

- Obrigada... Eu acho... - Disse Bianca. - Mas eu ainda não entendi.

- O nosso objetivo desde o principio era descobrir se sentimentos humanos podem ser manipulados para usar-los a favor da saúde. - Disse Gizelly se sentando no meio das duas. - Vocês já devem ter ouvido sobre o efeito placebo, o nosso estudo se perguntava se seria possível criar um "efeito placebo para traumas", se descobríssemos uma maneira de manipular a afeição, nós ajudaríamos pessoas que passaram por traumas por meio de ações roteirizadas. - Gizelly suspirou. - Vamos a um exemplo simples para que vocês entendam. Se pegarmos uma pessoa que tem medo de rios, por exemplo, e criarmos um roteiro para ela, onde em um dia ela verá belas pinturas de rios, no outro ela sentirá o cheiro da água doce, no próximo ela poderá ver o rio mais doce e brilhante a frente dela, mas não poderá tocar, aos poucos ela perderá o medo, a cada dia aquela sensação irá tomar conta dela, no fim do roteiro ela não terá mais medo do rio, pelo contrário, ela vai ter um grande desejo de se banhar no mesmo. Agora imagine isso sendo usado para pessoas que sofreram grandes traumas?

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