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Quando Rafaella saiu do banho Bianca não estava mais no quarto, Rafaella prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e desceu as escadas, um pouco incerta. Decidiu o que iria fazer, mas quando contaria a Bianca? Segundo o roteiro, ainda tinham que jantar, Bianca tinha que fazer massagem nela, dariam um beijo de boa noite e dormiriam abraçadas. Quando contar, afinal? "Não no jantar", decidiu Rafaella, escorando-se no corrimão da escada para a sala. 

"Não sei como Bianca vai reagir, então é melhor esperar. Na hora da massagem... não... tenho que olhar para Bianca quando falar, ou não vou conseguir. Na hora do beijo, ou de dormir? Oh, não posso enrolá-­la todo esse tempo!" 

–Você fica mais bonita de cabelo solto. – disse Bianca, fazendo Rafaella se sobressaltar. 

A carioca estava em um sofá da sala, mudando os canais distraidamente. Vestia uma camisa branca de algodão e short, o mesmo de sempre, então por que o coração de Rafaella falhou uma batida? 

–Aah. Isso foi um pedido? – perguntou Rafaella, incerta se Bianca estava tentando fazer as coisas voltarem ao normal ou simplesmente a pressionando. 

–Não. Não exatamente. 

Mas Rafaella soltou o cabelo. 

–O que está assistindo? – perguntou, depois de alguns minutos em silêncio.

–Nada – respondeu Bianca, ainda mudando de canais. – Não consigo encontrar nada interessante. 

–Ah. 

E Rafaella não teve coragem de dizer mais nada, gostaria de ceder ao impulso de chorar como uma criança e contar tudo para bIanca agora, tirar aquela expressão de naturalidade do rosto dela. 

Bianca não poderia ficar impassível depois de dizer que a amava, poderia? "Mas eu não respondi", Rafaella fungou. 

Bianca se virou para Rafaella instantaneamente, se amaldiçoando por isso. 

–Eu... eu vou arrumar a mesa – murmurou Rafaella, se levantando. 

–Não precisa. Não estou com fome agora. 

–Nem eu – respondeu Rafaella saindo. 

Bianca franziu o cenho para si mesma, Rafaella estava querendo adiantar as coisas. "Mas para quê? O que ela queria fazer depois do jantar? Ou talvez, sugeriu uma vozinha maligna na sua mente, Rafaella só queira ficar sozinha para poder pensar ainda mais, ou chorar um pouquinho". Bianca sentiu um aperto no coração, largando o controle sobre o sofá, elas estavam agindo como idiotas completas, pensou Bianca, fazendo uma retrospectiva: "Ela percebeu ontem à noite que a amava; Hoje, lançou duas ou três indiretas a Rafaella, que se irritou com isso; Tentou relaxar um pouco. Descobriu que as duas não se odiavam mutuamente como sempre disseram; Teve um momento romântico perfeito; A beijou enquanto a lua surgia; Disse que a amava; Rafaella não respondeu; As duas sofreram com isso e estavam aqui, quase sem se falar, como duas crianças birrentas". 

O pior era que Bianca não tinha forças para levantar e conversar com Rafaella. A conhecia por tempo suficiente para saber que ela tinha tudo planejado e que, se estava agindo assim e adiantando o jantar, era porque tinha algo em mente, Bianca só esperava que isso envolvesse um eu também. 

X­­­-X 

–Pode vir. Não sei quem a cozinhou, mas a torta está com um cheiro bom. 

A carioca assentiu, se levantando e desligando a televisão, as duas se sentaram uma na frente da outra, e Bianca a serviu como se esse fosse um hábito antigo. 

–E voltamos às nossas tendências alcoólatras? – perguntou Bianca, vendo a garrafa de vinho. 

Rafaella sorriu. 

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