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-Agora é hora de irmos ao mercado, não é?

-Aham. Comprar as coisas para o nosso aguardado piquenique.

-Eu gosto de piquenique - comentou Rafaella, distraidamente.

-E vai ser às margens do rio Sena.

-Ah, eu estou ansiosa para o piquenique.

-Mas você acabou de tomar café da manhã, sua morta de fome.

Rafaella poderia ter rosnado.

-Estou ansiosa para conhecer o rio.

- Ah. Certo. Onde tem um mercado por aqui? - Perguntou Bianca, depois que cruzaram uma rua.

-Tem o Carrefour, passamos por ele ontem. É por ali. - disse Rafaella, virando à esquerda.

-Você gosta de andar.

-Você prefere chamar um táxi?

- Não. Costumo caminhar na praia. É só que... achei que você fosse o tipo que passasse o dia no quarto ou na biblioteca, lendo ou bolando uma invenção para mudar o mundo.

- Mudar o mundo. Gostei disso. - comentou sorrindo. - Chegamos. - disse quando entraram no estacionamento do mercado.

- Eu poderia ter descoberto isso sozinha.

Rafaella deu de ombros pegando um carrinho.

X­­­X

- O que pegamos até agora? - Perguntou Bianca, olhando para o carrinho.

- Rosquinhas, pão, iogurte, geleia, suco, bolo, biscoitos e mais algumas coisinhas. Ainda bem que você não está de dieta de verdade.

- Agora precisamos de uma toalha de xadrez vermelho - constatou Rafaella.

- Para quê? - Perguntou Bianca.

-Porque piqueniques que se prezem têm toalhas de xadrez vermelho.

-Quem disse?

- Eu. - retrucou Rafaella. - Acho que encontrei - disse andando até uma estante onde haviam várias toalhas de mesa dobradas e empilhadas.

A mineira pagou as compras no caixa.

-Vamos logo. - pediu Bianca ao passar por Rafaella de forma um tanto brusca.

-Hum - fez a mineira, pensativa, a seguindo para fora da loja.

X­­­X

Rafaella havia ido olhar qualquer coisa em uma livraria, deixando Bianca ir na frente que depois a alcançava.

Bianca estava absorta em pensamentos quando ouviu uma voz masculina ao seu lado:

- Posso ajudá-la? - Era um jovem de não mais que vinte e cinco anos, cabelos loiros ondulados e olhos espertos para cima de mulheres. Era um vendedor da loja da qual Bianca olhava a vitrine no momento.

-Não, obrigada.

-Você está olhando os tênis? São muito bonitos, como você.

-Me chame de senhorita. - pediu Bianca tentando não soar ríspida.

-Como queira. - e deu uma risadinha estranha, voltando a olhá-la.

- Acho que tem alguém te chamando lá dentro. - disse a carioca em uma última tentativa de ser educada, o olhar insistente dele a incomodando.

-Prefere que eu volte para a loja?

-Sim, por favor.

- Também gosto de ser discreto em um ambiente profissional, senhorita. Pode me encontrar às doze, para o almoço. - e deu um sorriso insinuante.

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