25.

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-Há muito tempo eu não faço um piquenique. - disse Rafaella parecendo pensativa.

-Hum. Onde estão as rosquinhas? - Perguntou Bianca.

-Naquela sacola eu acho.

-Ah, Certo. Obrigada. - Murmurou Bianca, mordendo um pedaço de uma rosquinha macia, a cobertura doce e melada escorreu por entre seus lábios.

Rafaella se flagrou querendo beija-la repentinamente.

-O que foi? - Perguntou Bianca.

-Hum?

-Você está me olhando de um jeito estranho.

-Ah nada. Roteiro? – Disse Rafaella pegando o papel. Deu uma olhada rápida para o papelzinho repugnante. – Hum, essa é nossa última parada em Paris. - comentou mordiscando de forma distraída um pãozinho.

As duas continuaram comendo em silêncio.

-Entediante. - comentou Rafaella, se espreguiçando e se aninhando na árvore.

-Não durma. - pediu Bianca. - Você vai perder o sono depois e vai ficar acordada na viagem.

-E?

-E é meio tenso conversar com você em viagens.

-Ah - fez Rafaella. - Certo.

Bianca se escorou ao lado da mineira encostando seus ombros. Quando ia se permitir passar um braço por trás de Rafaella, ela se afastou, como se Bianca tivesse uma doença contagiosa.

-Vamos sair daqui. - Disse a carioca, se levantando, um tanto mal-humorada.

-Eu... ah... tudo bem. - concordou Rafaella, um tanto surpresa com a brutalidade de Bianca.

A carioca pegou as coisas rapidamente enquanto Rafaella se levantava.

-Qual é o problema?

-Problema? Por que haveria um problema? - Perguntou Bianca, indo até o poste de luz no meio do bosque.

-Por que você se levantou tão rápido? - Perguntou Rafaella, seguindo-a. - E está tão... sei lá, distante de repente?

-É, sobre querer distância dos outros você parece entender.

-O que você quer dizer com isso? - Perguntou Rafaella.

-Deve ser humilhante fazer uma pergunta idiota como essa! - Retrucou Bianca, andando pelas ruas que as levariam ao hotel. Por sorte não estavam longe.

A mineira franziu o cenho, o orgulho a impedia de fazer mais perguntas, mas ao mesmo tempo algo arranhava sua garganta, o que Rafaella fez para Bianca se achar no direito de trata-la assim?

A carioca andou o tempo todo a frente de Rafaella, que não se esforçou para acompanha-la. Bianca parecia decididamente furiosa e a mineira não pretendia provoca-la.

Por outro lado, a falta de reação de Rafaella a irritava ainda mais.  Bianca queria descarregar sua raiva, gritar com a mineira e sabe-se lá mais o quê, mas Rafaella se mantinha quieta, andando em passos rápidos atrás de Bianca.

Quando chegaram ao hotel, Bianca foi até a recepção pegar a chave enquanto Rafaella a esperava na porta do elevador.

-Você é uma jovem muito bonita. - disse Bianca a recepcionista, certa de que Rafaella a ouviria.

-Enchanté. - Respondeu a moça surpresa.

Não era a mesma que a recepcionou no dia anterior, então se permitiu uns segundos de contemplação.

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