13.

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Rafaella estava no banheiro, nervosa. Ela deveria trocar de roupa, colocar a camisola... Só que era aquela camisola, sabe? Ela não estava exatamente à vontade.

Foi então que ela se decidiu pela maior invenção do mundo: o roupão de chiffon. Leve, lindo e não deixaria ninguém suspeitar que ela estivesse – em suas próprias palavras – seminua. Saiu do banheiro, encontrando Bianca sentada na cama, provavelmente a esperando, ela já estava de pijama.

–Eu acho que tenho um creme em algum lugar – disse Rafaella, abrindo seu lado do armário.

–Aqueles perfumados de patricinha?

–É, Idiota.

–Eu vou ficar cheirando a rosas ou algo parecido?

–Humm – a mineira leu o rótulo do potinho. – Romã e frutas vermelhas.

–Romã não é uma fruta vermelha?

–Não, por quê?

–Porque romã é vermelha. – respondeu Bianca, enquanto Rafaella se sentava na cama.

–E daí? Framboesa é roxa e é uma fruta vermelha.

–Framboesa não é roxa, é azul marinho.

–De onde tirou isso?

–Sempre foi assim.

–Tanto faz, você prefere ficar deitada de costas ou sentada?

–Deitada.

–Então está fazendo o quê sentada?

–Não vai pedir para eu tirar a camisa?

–Quer que eu coloque uma roupa de médica também?

–Uma vez eu tive um sonho assim.

Rafaella ficou vermelha, roxa, ela teve a bizarra sensação de que podiam fritar um ovo no seu rosto, de tão quente.

–Aah, desculpe, escapou. – Bianca disse, e Rafaella ficou ainda mais vermelha. Bianca riu. – Estou brincando.

–Idiota.

–Precisava ver o seu rosto. Estava muito vermelho.

–Com razão, você ainda não tirou a camisa? – perguntou Rafaella, ansiosa por mudar de assunto.

Bianca riu, tirando a camisa e colocando-a sobre o criado-mudo.

–Você é uma peste. – resmungou a mineira colocando creme nas próprias mãos.

Bianca não a ouviu, cruzando os braços sob o travesseiro e relaxando os ombros.

A mineira se sentou sobre os próprios joelhos, respirando fundo como se estivesse prestes a realizar uma cirurgia, ou criar o próximo Frankstein.

Apoiou as palmas das mãos sobre seus ombros, acariciando – massageando obrigatoriamente, corrigiu seu cérebro – seu pescoço em movimentos suaves com os polegares. Percorreu seus ombros em movimentos circulares, chegando ao meio de suas costas.

Rafaella se concentrava nos movimentos, totalmente alheia ao mundo exterior, como se fosse só ela e Bianca ali. A pele da carioca era bem macia e um tanto rígida ao toque.

Bianca fechou os olhos.

Era bom, muito bom, fazia tempo que alguém não a acariciava assim. (O que é a massagem? Sucessão de carícias que proporciona bem estar. Ou seja, é carinho, refletiu Bianca mais tarde).

E Rafaella era tão... Cuidadosa? Carinhosa? Suave? Ela quase não usava força. Extraordinariamente bom.

A mineira voltou a massagear seus ombros e seu pescoço, seus dedos roçando às vezes em seu cabelo.

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