39.

949 99 32
                                    

3/10

-Aonde você vai? - perguntou Bianca com medo de tê-­la magoado.

-Passar protetor solar.

Bianca riu, uma mistura de humor com alívio.

-Você não vai torrar em uma meia horinha no sol. Vamos logo.

-Não sei... - Rafaella parou indecisa no batente da porta.

-Nem vou contar até três - disse a carioca rindo e se aproximando. Rafaella recuou alguns passos devagar, mas desatou a correr quando Bianca apressou o passo atrás dela. Deu a volta na sala e ia subir a escada quando a carioca a enlaçou pela cintura.

-Você não vai torrar. - disse Bianca rindo, a apertando mais forte quando ela tentou se soltar.

-Não, mas vou ficar vermelha como um camarão. E minha pele vai ficar ardendo - resmungou Rafaella em sua defesa, enquanto Bianca andava calmamente.

-Que divertido. Vou ter uma desculpa para deixá-­la sem roupa na minha cama enquanto passo um creme qualquer para aliviar sua profunda dor. - Bianca falou como se fosse um sacrifício.

Rafaella queria chutá-­la, mas Bianca se desviou com agilidade e fechou a porta da cozinha atrás de si.

-É seguro soltá-­la agora?

-Não. Eu vou passar por cima de você, derrubar a porta com um chute e subir correndo até o quarto para passar protetor solar.

Bianca teve que rir, soltando-a no chão.

-Não me olhe assim. Você que é a rainha do drama.

A mineira rolou os olhos, mas Bianca ignorou isso.

-Vamos apostar uma corrida até... - a carioca apertou os olhos para conseguir ver na luz ofuscante do sol. - Até aquele coqueiro, onde estão aquelas pedras.

Não era tão longe, duzentos, ou trezentos metros.

Rafaella assentiu disparando.

-Ei! - chamou a carioca correndo atrás de Rafaella, rindo - Eu não disse que poderia começar!

Mas a mineira manteve o ritmo, seus pés jogando areia para trás.

Rafaella resolveu correr próximo ao mar e depois subir, pois lá a areia era mais densa e seus pés não afundariam. "Vou ganhar de Bianca facilmente".

Em um lampejo, viu a carioca correndo ao seu lado.

-Ei! Como? - Disse Rafaella, vendo-a ameaçar passar à sua frente. Bianca riu, aumentando a velocidade, as duas estavam lado a lado - separadas pela mísera distância de dois metros - quando chegou a hora de Bianca virar para poder alcançar o coqueiro...

Bianca de fato teria feito isso e estava alguns centímetros à frente de Rafaella quando sentiu duas pernas ao redor da sua cintura e duas mãos a pressionando para baixo. Bianca passou uma mão para trás, segurando-­a firmemente, antes de puxá-la para baixo e cair em cima de Rafaella.

-Isso foi trapaça - alertou séria.

Mas Rafaella esticou a mão para trás, tocando o tronco do coqueiro mais próximo da areia.

-Venci.

-Mas você é uma peste! - constatou Bianca.

-Eu sei.

-Você saiu na frente e pulou em cima de mim quando eu ia ganhar.

-Eu sei - e Rafaella parecia tão genuinamente satisfeita que Bianca teve que sorrir.

O ExperimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora