22.

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–Deve ser tão bom poder realizar um sonho. – disse Bianca suspirando.

–Depois você me conta como é. Vamos fazer isso agora ou trocar de roupa primeiro?

–Vamos acabar logo com isso. – disse Bianca. – Depois você pode dar pulos de alegria no banheiro.

–Claro, enquanto você abraça o travesseiro.

–Não estamos indo a lugar algum assim.

–Certo. Como você disse... vamos acabar logo com isso.

Bianca se levantou um pouco. Rafaella se encolheu.

–Só... relaxe. Você parece tão tensa. – pediu Bianca.

–Estou prestes a fazer a coisa mais constrangedora de toda a minha vida.

– É bom estar aqui para partilhar esse momento importante com você.

A carioca ajoelhou, ficando de frente para Rafaella, que ainda estava um tanto escorada nos travesseiros.

O único som que a mineira ouvia era das batidas do próprio coração. Bianca se aproximou, segurando-a pelos ombros e a trazendo para mais perto. A mão da carioca era quente e persuasiva.

Seus narizes se encontraram primeiro, e o de Rafaella se franziu graciosa e automaticamente. Bianca se controlou para não o morder, uma vontade inesperada e idiota. A mineira a olhava, as bochechas um tanto vermelhas. A carioca retribuiu o olhar, sentindo-a tensa.

Começou beijando seus lábios quase que sem querer, mas eles se entreabriram exatamente como Bianca havia imaginado que iriam. E então jogou pela janela aquela ideia bonitinha de fazer tudo devagar, e a beijou de verdade.

Rafaella não poderia nem de longe ter se preparado para aquilo, então fechou os olhos e mal se concentrou em beijá-la de volta.

A mineira era doce de uma forma que Bianca desconhecia, antes que desse por si a tinha em seu colo.

Rafaella tinha as mãos em seus ombros, Bianca sequer sentiu quando as unhas dela se cravaram em sua pele; o que poderia esperar depois de deslizar a mão de sua cintura até a lateral dos seus seios?

Era óbvio que Rafaella não estava usando sutiã, e aquilo nunca antes havia seduzido tanto Bianca. Apenas tecido branco e macio a separava da pele da mineira, e foi absurdamente fácil encontrar o pequeno zíper em suas costas.

Interrompeu o beijo, parando no lugar ao ver aquele rosto lindo todo vermelho, os olhos verdes se abrindo devagar. Aqueles segundos de contemplação, contudo, tiveram seu preço. - Rafaella se recompôs fácil demais, sentindo onde a mão de Bianca estava e se afastando.

A mineira parecia quase assustada e Bianca percebeu que não chegaria a lugar algum naquela noite. Sem paciência para ouvi-la dizer que havia ultrapassado os limites, quando Rafaella não havia feito esforço algum para impedi-la, balançou a cabeça e se levantou da cama.

– Bianca...

E não ajudava em nada o fato de Rafaella estar linda naquela cama, a saia do vestido branco espalhada pelo colchão aos seus pés. Bianca sentiu a própria respiração difícil, e perguntou-se como nunca a havia desejado antes.

– Eu vou tomar um banho. - decidiu, lhe dando as costas. Precisava mais ficar sozinha do que qualquer outra coisa, ou então lhe daria um motivo de verdade para reclamar sobre limites.

X---X

Rafaella afundou-se nos travesseiros ao ouvir a porta do banheiro bater. Seu corpo ainda estava quente, e isso a assustava.

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