E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER

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Eu não tinha certeza se queria saber o sexo, não agora, não estava feliz, não estava nos meus melhores dias, eu queria ficar plenamente feliz e não ficar feliz em descobrir se tínhamos um menino ou uma menina mais no fundo minha briga com Vinnie ainda me incomodar, Vinnie sorriu com a possibilidade.
_"Não Doutora, hoje não", falei e o sorriso de Vinnie sumiu.
_"Tudo bem, vou então deixar escrito nos papéis da ultrassom", ela disse digitando o sexo no computador, "E vocês abrem quando quiserem, vai estar na última folha, quando foi o melhor momento vocês abrem e descobrem", a médica disse e eu assenti.

A Dra pegou os papéis na impressora da recepção, grampeou, colocou nos envelopes com o logo da clínica dela e procurava alguma coisa nas gavetas.
_"Eu fico perdidinha aqui sem as recepcionistas", a médica disse.
_"Alias obrigada por nos atender esse horário doutora", falei.
_"Que isso, podem me mandar mensagem quando quiserem, sentiu alguma coisa liga, se eu julgar necessário venho correndo pra cá, eu moro a 3 minutos daqui", ela disse acompanhando a gente até a saída e entregando o envelope com o ultrassom pra Vinnie.
_"Tchau Dra", Vinnie falou entrando no carro e eu entrei também.

Vinnie ligou o carro e saiu da frente da clínica e me olhou.
_"Vou passar na farmácia tá?", Vinnie falou e eu assenti, "Podemos passar num drive e comprar algo pra comer em casa, já que...", Vinnie parou de falar e eu sorri.
_"Joguei meu prato de salmão no chão", falei e Vinnie assentiu como se fosse exatamente isso que ele ia falar.
Vinnie fez o que disse que faria, parou na farmácia, desceu enquanto eu continuei no carro e passou no Five Guys e comprou lanches, eu amava aquele fast food e Vinnie sabia.
O caminho até em casa foi silencioso, Vinnie tinha medo de falar algo e eu ainda não tava tão de boa pra falar alguma coisa.

Vinnie estacionou em casa e eu desci do carro levando as sacola com os lanches pra dentro de casa.
Tínhamos saído e deixado as luzes acesas, coloquei a sacola na mesa e olhei pro meu prato no chão e fui até a lavanderia pegar uma vassoura e uma pá.
Assim que sai da lavanderia Vinnie veio até mim e pegou da minha mão.
_"Deixa que eu pego", Vinnie falou e eu neguei.
_"Não eu limpo eu quem derrubei", falei.
_"Mais eu não quero você abaixando, não precisa se esforçar", Vinnie falou e eu entreguei.
Vinnie pegou rápido e ainda passou um pano pra uma limpeza mais eficiente.
Me sentei na mesa, eu tinha certeza que a conversa que tínhamos tido mais cedo continuaria agora, mais depois da intimada da médica seria uma conversa mais sossegada.

Vinnie veio até onde eu estava sentada abriu a sacola e tirou os lanches colocando na mesa e sentando a minha frente com o lanche dele e olhou pra mim.
_"Você tá melhor?", Vinnie perguntou e eu assenti quieta,  alguns segundos se passaram em silêncio e nenhum de nós tocamos nos nossos lanches.
_"Sarah eu não quero mais brigar, nós não podemos mais, você não pode mais ficar nervosa, vamos esquecer essa discussão?", Vinnie falou e era o que eu queria, porém ele ainda tinha que fazer uma coisa.

_"Você ainda precisa pedir desculpa a Nate Vinnie", falei e ele olhou pro lanche abaixo.
_"Só pode ser brincadeira", Vinnie balbuciou.
_"Não. Tô brincando, é o certo, e é o que você precisa fazer", falei e Vinnie negou não acreditando que eu ainda insistia por isso.
_"Vinnie entende uma coisa, você foi extremamente grosso, mal educado com Nate e indelicado com a namorada dele que eu tinha conhecido a 3 segundos antes de você chegar, eu e ele não temos, nunca tivemos e nem nunca vamos ter nada, ele apenas tinha a mania de entrar sem bater na porta, coisa que ele faz em todas as salas da agência, é uma mania, coisa que ele faz sem maldade, é tão bobo que eu nem acredito que isso virou motivo de ciúmes", falei e Vinnie me encarou, "Você falar em assédio foi mais absurdo ainda, eu não te reconheci quando você falou aquilo, você foi ridículo, maldoso e eu não casei com um homem assim", falei e Vinnie apenas me olhava.
_"Vamos então fingir que não aconteceu", Vinnie pediu e eu neguei.
_"Você vai pedir desculpas", falei.
_"Você não vai desistir né?", Vinnie falou, parecia ser demais ter que admitir que passou do ponto.

_"Não enquanto você não pedir desculpas por ter sido ridículo" falei e mordeu a lateral da boca analisando a situação.
_"Então vamos ter um problema", Vinnie falou e eu entendi que teríamos um problema por não concordarmos com a mesma coisa ele não estava nem próximo de ceder então eu levantei.
_"Enquanto você não fazer o certo você pode dormir aonde você dormiu a noite passada", falei dando dois passos pra sair mais parei voltando e pegando meu lanche e enfim saindo pro meu quarto.

Vinnie

Eu havia me enrolado tanto naquela merda de assunto que eu nesse momento não sabia de desenrolar dele, vi Sarah sair respirando forte pra se manter calma, a médica tinha sido incisiva, ela não deveria mais passar nervoso, mais eu também não queria dar o braço a torcer, eu tinha meus motivos, pra aquilo, colocar a palavra 'assedio' foi exagero mais mesmo assim não anulava o fato do cara chegar na vida dela a alguns meses e se sentir tão a vontade pra invadir a sala dela toda vez e o que mais me incomodava era o fato de ela ter se doido tanto por esse assunto, se fosse coisa da minha cabeça por que ela simplesmente não ignorou e seguiu a vida, pra que insistir em eu pedir desculpas pra aquele cara.

Era ciúmes eu admitia pra mim mesmo, admitiria pra quem quer que fosse, Sarah não me dava motivos pra ter ciúmes, nem lembro se já deu alguma vez, não depois do casamento, sempre foi ela pra mim, ao contrário de mim no caso, ela sempre lidou com garotas me lançando várias mensagem me chamando de um monte de elogios e fanfics e ela sempre lidou muito bem, eu não estava acostumado a lidar com isso em relação a ela, perder ela me deixava louco por dentro, ficar brigado com ela era torturante, eu amava  demais.

Agora graças a isso tudo não conseguimos nem enfim saber o sexo do bebê, eu sabia que ela não iria querer saber enquanto não se sentisse completamente bem, a culpa era minha e me doía pensar que eu causava tudo aquilo por neuras e inseguranças que eu mesmo criei em mim, por que dar motivo Sarah nunca havia dado.
Sarah abriu a porta do quarto e eu olhei rapidamente pra ver se ela tinha voltado atrás e me deixado dormir no quarto, mais ela saiu carregando um travesseiro um lençol e um cobertor, colocou no sofá e voltou pro quarto pisando forte, ela não tinha se arrependido na decisão dela, eu teria que dormir lá em baixo novamente.

Peguei meu lanche, a batata e a coca que já estava perdendo o gás, peguei o que Sarah tinha colocado no sofá e fui até a porta do quarto e sem abrir apenas falei pela porta alto pra que ela escutasse.
_"Se passar mal ou precisar me grita por favor", falei e esperei uma resposta, "Por favor Sarah", falei e sabia que não teria resposta e sai de casa descendo as escadas e indo até meu salão, aonde eu fui enxotado pra dormir.

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