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Vinnie havia chego ontem e me mandado mensagem assim que pousou, eu claro não vi pois já tinha dormido, mais acordei no meio da noite e liguei de volta pra ele.
Ele havia me dito que como combinado o voo de Maria vindo de Seattle tinha chego em LA antes mesmo do voo dele pousar, Daisy se comportou no voo, ficando inquieta apenas no final do voo.
Ele havia sido fotografado no aeroporto com Daisy no colo, e disse que assim que postaram no tiktokroom já começaram a se perguntar do por que ele ter voltado sozinho do Brasil, as conspirações mais absurdas logo iriam começar a ser feitas, mais não era uma preocupação pra mim no momento, última coisa que eu queria pensar era naquilo.

Três dias haviam se passado desde que Vinnie e Daisy foram embora pra casa, minha rotina nos últimos dias era acordar cedo ir ao hospital, passar o dia lá com meu pai, no final da tarde minha mãe ia pra casa pra tomar banho e voltava pro hospital, aonde eu ficava até as 20hs que era a hora que deveria voltar pra casa pra no outro dia fazer exatamente as mesmas coisas, meu pai recebeu bastante visitas nesses dias, muitas pessoas foram vê-lo, uma última vez, muitos amigos, do trabalho, minha família, seus irmãos, ele lutava pra parecer bem quando eles chegavam, mais se encolhia de cansaço quando iam embora.

A medida que esses três dias passaram consegui ver que Vinnie havia respondido a pergunta de ouro 'Por que veio embora com Daisy e Sarah ficou no Brasil?', Vinnie foi sucinto na resposta não queria enrolar mais do que o necessário sobre o assunto, 'Nos tínhamos combinado de ficar 4 dias no Brasil, eu voltei por que tinha trabalho e Sarah ficou no Brasil por que meu sogro está doente, então ela quis passar mais um tempo lá', foi a resposta, a verdadeira resposta, mais tem gente que nunca está satisfeito, mais é lógico que não deixariam Vinnie sossegado com isso, eu vi o bombardeio que Vinnie agora recebia por ter me deixado desamparada no Brasil com o pai a beira da morte, que Vinnie só queria saber de dinheiro já que ele tinha ido embora por conta de um trabalho, que ele não me amava o suficiente, que era desalmado, e tantas outras coisas absurdas.

Disse a Vinnie que ia postar que o pessoal estava viajando mais Vinnie disse pra não gastar meu tempo com aquilo, não me estressar com aquilo, que nem ele estava ligando.
_"Algum problema?", meu pai perguntou e eu neguei.
_"Haters", falei bloqueando o celular depois de ler a mensagem de Vinnie pra não me preocupar.
_"Essa raça...", meu pai falou e começou a tossir seco, esperei ele se recuperar e entreguei a ele o lenço aonde ele limpava o sangue que saia da boca dele, "Essa raça é triste, eu sofria sempre que via os comentários deles pra você e pra Vinnie, vocês não merecem", meu pai disse.

_"Obrigada pai", falei me aproximando da cama que ele estava e sentando ao lado dos pés dele e puxando a mesa que ele almoçava, "Trouxe o baralho que você pediu", falei pra que nos jogássemos.
_"Legal", meu pai disse se ajeitando na cama com dificuldade pra jogar comigo, ele pediu pra trazer já que pra ele estava ficando cada vez mais tedioso ficar lá, "Não é a primeira e nem a última vez que recebem comentários de haters", meu pai disse e eu nem sabia que ainda estávamos nesse assunto, "Eu já vi o quanto isso já desequilibrou você e Vinnie, mais me prometa Sarah, vai tentar passar por elas da melhor maneira, inteligência emocional é o nome", meu pai disse e achei bonitinho ele se preocupar com isso logo agora.

_"Pode deixar pai", falei e meu pai colocou uma palma da mão pra cima pra que eu batesse e eu bati devagar achando graça.
_"Ta agora distribui", meu pai pediu, lembro que jogávamos bastante quando morava no Brasil, passávamos o tempo jogando.
_"Péssima mão", meu pai falou sobre as cartas que distribui pra ele.
_"Vai perder meu velho", ri quando vi que as minhas cartas não estavam tão boas mais deveriam estar melhor do que as dele.
Jogávamos a primeira rodada quando meu pai rompe o silêncio ao jogar uma carta.
_"Preciso que cuide da sua mãe", meu pai disse e eu levantei o olhar das cartas até o rosto dele, ele não desgrudou o olhos das cartas dele ao dizer.
_"Eu vou pai", falei.
_"Ótimo, mesmo de longe, preciso que você se faça presente aqui, eu sei que sua vida é agitada lá...", meu pai falava e eu interrompi.
_"Eu vou pai, eu juro", falei, era uma daquelas conversas sobre depois da morte dele que pela primeira vez não me chocava, fluía calma.

E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora