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Vinnie

Senti o colchão se mexer, era Sarah se levantando pra ir ao banheiro, como quase sempre acontecia, ela já havia reclamado da quantidade de vezes que ia ao banheiro, graças a gravidez.
Deveria ser 3 horas da manhã, eu ainda estava com sono, continuei deitado de olhos fechados ainda sonolento, iria voltar a dormir em segundos.
Ouvi algo bater e abri os olhos rápido, me levantando num pulo.
_"Porra", ouvi Sarah reclamar e corri pro banheiro.
_"Sarah?", falei encontrando Sarah no chão do banheiro, "O que... espera", disse pensando em o que fazer.
_"Eu só escorreguei, tá tudo bem, me ajuda...", Sarah disse e me aproximei pra ajudá-la a levantar, sentia meu coração acelerado, Sarah nunca tinha escorregado.

Ajudei ela a sentar na tampa da privada pra respirar, ela parecia bem, foi só um escorregão, me levantei, 'porra de porcelanato', pensei olhando pro chão com as mãos na cintura, olhei pra Sarah que olhava pra baixo entre as pernas e me chamou a atenção.
_"Vinnie... é sangue", ela disse e pude ver entre as pernas o sangue que já manchava seu pijama.

Foi meus olhos bateram na pequena mancha vermelha que se formava no pijama rosa dela que minha mente começou a martelar, foi Sarah subir o olhar pra mim que me senti meu coração bater na boca, 'meu Deus, meu Deus, meu Deus', repeti na minha mente.
_"Vinnie... Vinnie", senti a mão de Sarah puxar meu shorts e eu acordei do rumo de desespero que minha mente começou a tomar.
_"Amor... Arhh", Sarah começou uma frase e gemeu  de dor, olhando pra baixo e apertando aproximo a virilha.
_"Sarah, o que foi?", foi a primeira coisa que saiu da minha boca.
_"Uma pon... pontada", Sarah respondeu gemendo de dor, eu não sabia o que fazer.
_"Vamos ao hospital", falei levantando olhando pelo banheiro, uma toalha, um banho, uma ambulância, cadê meu celular, na mesinha de cabeceira, deixo ela sozinha aqui pra buscar, passei a mão pelo cabelo o colocando pra trás, ela tocou minha perna e olhei pra ela que sorriu, 'sorriso pra me acalmar', sorri minimamente, foi o que deu pra fazer pra responder mais me forcei pra não transparecer um pouco do desespero que minha mente estava.

_"Vinnie...", Sarah disse e me abaixei novamente olhando pra ela nos olhos pra que ela me desse instruções do que fazer, "Calma, vai ficar tudo bem, pega o celular e liga pra doutora", ela pediu e eu assenti em cada palavra que saia da boca dela.
Corri no quarto pegando o celular e voltando pro banheiro, eu não conseguia nem enxergar direito, abaixei na frente de Sarah que parecia calma passando a mão na barriga como se fizesse um carinho.
Desbloqueei o celular e digitei com dificuldade na barra de pesquisa da agenda, 'cacete para de tremer', ordenei pra mim mesmo.
Apertei pra discar e coloquei o celular no ouvido, 'atende, atende...', pedia.
_"Cacete", Sarah exclamou, era a dor.

_"Nã, não atende", falei, discando novamente.
_"Ela deve estar dormindo, está escuro", Sarah falou checando o sangue novamente, a quantidade não era muito mais não era nada normal.
_"Vou te levar pro hospital...", falei ficando de pé, e meio estabanado, eu não havia me preparado pra passar por aquilo.
_"Eu, eu te troco? O que eu faço?", perguntei pedindo ajuda pra Sarah.
_"Vinnie calma, vai no closet e coloca uma roupa, você tá de samba-canção, e pega uma roupa pra mim e meu chinelo, minha bolsa e a pasta do pré-natal que tá na primeira gaveta do lado direito do closet", ela disse e sei correndo, quase eu quem caiu com a velocidade.
Moletom, calça, tênis sujo mesmo, moletom grande pra Sarah, calça de moletom, bolsa cadê?, pasta?, pasta? pasta? Derrubei, cacete, juntei tudo de qualquer jeito.
_"Pega uma calcinha", Sarah gritou e olhei pelo closet aonde ela guardava as calcinhas dela? Vai uma cueca minha foda-se.

_"Me da", Sarah disse quando entrei no banheiro, Sarah já havia tirado o pijama e me pedia o moletom.
_"Sarah você tá bem? Será que...", eu escolhia as palavras pra falar, eu não queria tomar nenhum rumo desesperador que levasse a Sarah sair da calma que ela demonstrava pra medo de algo acontecer, a deixar preocupada não ajudava.
_"Amor ajuda", ela pediu e me abaixei pra colocar a cueca e a calça, "Não vai ser nada Vinnie, só um susto, juro", ela disse e eu torcia pra que fosse mesmo.

_"Pronto", falei, até queria levá-la no colo mais Sarah saiu andando antes que eu pudesse pega-la, indo na direção da garagem, olhava pelos lados sentindo que esquecia algo, sensação normal pra mim quando saía apressado.
Ouvi o celular tocando e era a Doutora Manuela retornando a minha ligação, 'graças a Deus', Sarah parou me olhando enquanto eu atendia a ligação.
Sarah parada ficava numa posição meio curvada com a mão apoiando, a cara não tava nada boa, deveria estar doendo muito.

_"Oi, oi doutora, Sarah escorregou no banheiro e perdeu um pouco de sangue", falei, não conseguia passar informação direito.
_"Oi Vicent, faz tempo?", ela perguntou.
_"Foi agora a pouco, tem 5 minutos", falei.
_"Ela está com dor?", ela perguntou.
_"Dor? Sim, sim", falei, fazendo uma pergunta junto pra Sarah que me olhava apenas pra ter certeza e ela assentiu com a boca entreaberta com os dentes cerrados de dor, "muita dor", conclui.
_"Ta, então você leva ela pro 'Cedars Sinai Hospital' ok?", ela disse e estranhei em outra ocasião ela disse pra irmos pra clínica dela.
_"Cedars Sinai hospital?", perguntei só pra ter certeza se ela disse pra irmos direto pra maternidade era por que a coisa era seria, com certeza.
_"Isso, vamos monitorar por ultrassom, mais deve estar tudo bem, ok, deve ter sido só um susto", ela disse, 'susto uma ova, ela tá sangrando e com dor e você tá falando pra irmos pro hospital', pensei e mais nada disse.
_"Ok, até já", falei desligando o telefone.
_"Vamos pro hospital, vem", disse acompanhando os passos lentos de Sarah até a garagem.
_"Hospital? Achei que ela nos atenderia na clínica", Sarah disse mais eu me mantive quieto acompanhando ela até o carro.

Abri a garagem e sai dirigindo rápido mais tendo cuidado pra não passar em nenhum buraco ou nada que pudesse causar impacto.
_"Vinnie calma", Sarah disse e eu sorri pra ela como se tivesse super calmo, mais ela negou com a cabeça deveria ser inútil tentar parecer calmo sem estar mesmo.
Em 20 minutos parei o carro na frente do hospital e assim que eu desci eu olhei pela porta do hospital e de lá saiu um moço com uma cadeira de rodas, deveria ter visto minha cara de desespero.

Sarah com pouca dificuldade se sentou na cadeira e empurrei ela pra dentro do hospital.
_"Ola minha esposa, Sarah Hacker... ela sofreu uma queda, a doutora Manuela Spionieze nos pediu...", falei pra recepcionista.
_"Ah sim, ela já ligou avisando que estavam vindo, ela deve chegar logo também, me de os documentos da Sarah por favor", ela disse e eu entreguei os documentos e a moça começou a digitar no computador dando início aos papéis de entrada de Sarah.
_"Sarah?", a chamei abaixando na frente dela, ela estava muito quieta, desde a vinda no carro, ela me olhou nos olhos, suas expressões eram ainda de dor.
_"Vai dar tudo certo Linda", disse e ela assentiu, eu mordia a lateral do lábio de nervoso, 'cacete por que essa demora?'.
Passei a mão nos cabelos de Sarah que olhava pra barriga, as expressões de Sarah eram de dor de medo, muito medo, o sonho de Sarah era ser mãe, e o que toda mãe quer é que sua gravidez corra da melhor forma possível, ela deveria estar sentindo um turbilhão de emoções, 'vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem', torci internamente enquanto fazia carinho entre os cabelos dela.

Estranho isso acontecer logo quando acabamos de encontrar com David, parecia uma maldição, aquela confusão toda ontem, assumo a responsabilidade, eu quem parti pra cima dele, com razão, mais isso agora... eu eu não podia passar por isso, Sarah não merecia passar por isso, não de novo, mesmo tendo esperança de que nada de ruim iria acontecer, a possibilidade mesmo que mínima me fazia gelar por dentro.
_"Deus não deixa que nada de ruim aconteça, proteje minha família, abençoa minha mulher, cuida da minha filha, por favor", sussurrei baixinho, olhando pro nada rezando.

_"Sarah?", ouvi a Doitora Manuela aparecer rápido colocando o jaleco, 'graças a Deus', pensei e sai empurrando a cadeira de rodas na direção dela.





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Meninas hoje tem mais tá... 😘


❤️

E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora