Vinnie havia ficado com Daisy na casa dos meus pais enquanto havia trazido meu pai no hospital contra a vontade dele, ele seria medicado e voltaria pra casa, era o que eu pensava sem parar enquanto esperava minha mãe e meu pai sair do consultório do médico aonde eu fui impedida de entrar junto, esperava na sala de espera aonde minha visão dava pra porta que depois de uma demora grande demais pra um atendimento simples uma enfermeira entrou e logo abriu e meu pai saiu junto com a enfermeira sendo conduzido pra parte mais interna do hospital.
Olhei curiosa ao longe e me aproximei rápido quando minha mãe saiu do consultório e me olhou.
_"Eae?", perguntei e minha mãe sorriu um sorriso péssimo, daqueles que só é usado pra nós acalmar.
_"Ele vai ser internado", minha mãe disse e eu olhei confusa._"Internado?", perguntei não entendendo, 'precisava disso?', pensei.
_"Vou dar entrada com o senhor Nilsson, e o médico já vem falar com as senhoras", a enfermeira disse e meu pai sorriu sem graça saindo com a enfermeira.
_"Por que ele vai ser internado?", perguntei e minha mãe parecia não saber também então eu tomei a frente indo até o consultório do médico que meu pai tinha acabado de sair.
_"Olá perdão, meu pai é o senhor que acabou de sair daqui...", falei tentando não parecer grossa, aquela informação de internação tinha me pegado um pouco surpresa, meu pai estava bem ontem, estava ótimo.
_"Ah sim, você é a Sarah, nós nos falamos algumas vezes lembra?", o médico perguntou e eu assenti, lógico que era ele, só nos falamos por telefone não sabia como ele era, mais fiquei feliz de saber que era aquele médico que me mandou a real sobre o câncer do meu pai._"Sente-se", ele pediu enquanto digitava no computador na mesa dele.
_"Então Sarah, eu não sei se lembra mais da última vez que nos falamos seu pai já havia sido diagnosticado com câncer de pulmão estágio 3, nível 8.4, se não me engano...", ele disse e eu não me lembrava certinho desses números mais era algo assim, "eu pedi alguns exames, tomografia e ressonância pra ver a qual estamos mais eu acho que não estou enganado na minha análise prévia, acredito que seu pai já esteja no estágio 4 da doença, eu sinto muito", ele disse.
Não entendia nada do que ele falava mais me atentei ao 'Sinto muito' no final da frase o que me fez tremer._"Desculpa eu não estou entendendo muito bem", falei.
_"Ele me disse que ha alguns dias ele teve perda excessiva de sangue ao tossir, falta de ar, muita dor no peito, perda de apetite e teve a perda de peso né?", o médico disse e realmente meu pai desde o dia que tinha chego notei em como ele havia perdido peso, mais o resto me pegou um pouco surpresa, eu sabia das dores mais meu pai estava sempre sorrindo, não deveriam ser tão fortes assim.
_"Nos fomos em um passeio ontem, andamos de balão, ele parecia tão bem, não parecia ter nada disso...", falei.
_"Sarah se ele tem ele esconde muito bem, fiz uma ausculta nele agora e o peito dele tem um chiado forte, a tosse dele é seca, ele reclamou de dores no corpo inteiro mesmo com medicação pra dor...", ele disse e passei a mão na cabeça meio desesperada.
_"Não, não é possível, eu cheguei na quinta e ele parecia tão bem, eu vou embora hoje, já já na verdade", falei ficando de pé me sentia inquieta não conseguia respirar.
_"Sarah, eu preciso ser sincero, seu pai está em fase terminal, mesmo sem o resultado dos exames eu tranquilamente acredito que ele está em fase 4 do câncer...", o médico parou por alguns segundos analisando o que me falava mais ficou quieto.
_"Pode falar", pedi.
_"Eu preciso esperar o resultado dos exames, mais eu sou oncologista, já lidei com isso milhares e milhares de vezes, sei do que tô falando, mais acredito que seu pai não tem mais muito tempo de vida, eu não dou mais do que alguns dias", ele disse e senti minha visão ficar turva e eu sentei novamente na cadeira, meu coração acelerou, não era possível.Sai da sala do médico junto com ele e juntos fomos a área de internação pra ver meu pai, eu caminhava como se escalasse uma montanha de tão difícil que era organizar a respiração, o caminho nem era longo mais pareceu durar uma eternidade, meu pai estava no quarto 46 e assim que entramos vi minha mãe de pé parecia preocupada enquanto uma enfermeira já tirava sangue de meu pai para os exames.
_"Ah você tá aí", meu pai disse sorrindo meio cansado, eu não sabia dizer se era um artifício pra fingir que estava tudo bem ou ele sorria por simplesmente ser sorridente mesmo, sorri de volta pra ele cruzando os braços.
_"Bom Sr Nilsson, conforme conversamos vou te internar, por conta do seu quadro avançado, acabei de ter uma conversa com a sua filha que está a par de tudo, vou deixar esses pedidos de exames com urgência pra hoje e já já irão te levar pra fazer alguns eu volto mais tarde pra vê-lo", o médico disse saindo.Um silêncio se instalou no quarto depois que o médico saiu, eu não sabia o que fazer eu teria um voo daqui a algumas horas pra casa, meu coração doía de deixá-lo, aquilo não podia estar acontecendo, eu não acreditava que bem hoje no dia que eu iria embora meu pai estava sendo internado, eu sentia bem no fundo que era a última vez que eu iria vê-lo, e meu coração estava sangrando por dentro, me forçava pra não chorar ali, mais eles deveriam perceber que era o que eu estava prestes a fazer.
_"Que horas é seu voo Sarah?", meu pai perguntou mais escureciam longe, "Sarah, seu voo é que horas?", meu pai perguntou novamente e dessa vez prestei mais atenção.
_"Ele decola 12:05hs", falei e olhei o relógio na parede, era 8hs.
_"Você precisa ir filha", minha mãe disse, e eu assenti.
_"Eu tô um pouco confusa no que fazer", falei.
_"Você precisa ir lá em casa, leva o carro estaciona na garagem, sua mãe vai ficar comigo, e se precisar ir em casa ela pede um uber depois, e você vai pegar suas malas, seu marido e minha neta e peça um uber e vão pro aeroporto pra não perder o voo ok?", meu pai me passou tudo que eu deveria fazer e eu assenti._"Você nem se despediu de Daisy e de Vinnie direito", falei.
_"É bom assim, sem despedidas", meu pai disse e olhei pra minha mãe que parecia preocupada demais.
_"Agora vem cá", meu pai disse de novo ele estava sendo forte, não demonstrava fraqueza, eu não estava pronta pra me despedir dele e minha mãe se adiantou pra sair do quarto e nos dar um tempo a sós.
_"Pai...", comecei quando me aproximei e meu pai esticou as mãos pra que eu me sentasse não cama que ele estava.
_"A gente já se despediu outras vezes", meu pai falou e senti um nó na garganta, não conseguia falar, "Mais agora eu acho que é a última vez, eu vou acabar não conseguindo ver a inauguração do estúdio", meu pai disse e uma lágrima rolou e ele limpou, "Tá tudo bem, tudo que já podíamos ter falado um pro outro já foi dito, cuida bem da sua família filha, cuida da minha neta, espero que ela seja uma filha como você foi, obrigada por tudo, por ter sido seu pai, por ser uma mulher incrível, por ter vindo, esses últimos dias foram incríveis, ontem foi um dia maravilhoso...", meu pai disse e olhou pro nada sorrindo e soltou também uma lágrima, ele lembrava do dia de ontem e ficava feliz por ter proporcionado um momento tão especial pra ele.
_"Eu te amo pai", foi o que eu consegui falar.
_"Eu sei, eu também minha filha, muito", meu pai disse me puxando pra dar uma abraço, eu nem acreditava que aquele podia ser o último.Estacionei na casa dos meus pais e fiquei por 10 segundos chorando dentro do carro, antes que eu descesse Vinnie apareceu na porta da frente vindo até mim, abrindo a porta do carro e me puxando pra fora pra abraçar ele.
_"Ele foi internado", falei e Vinnie ficou quieto, "O médico disse que ele tem mais alguns dias Vinnie", falei me afastando pra olhar nos olhos dele e ele jogou a cabeça de lado como se disse 'droga'.
_"E agora?", Vinnie perguntou e eu neguei, eu não sabia, na verdade me sentia perdida por completo.Subi pra me arrumar pois ainda tinha um voo pra pegar, e eu sentia um ódio imenso de ter que voltar a Los Angeles, logo agora.
Entrei no banheiro pra tomar banho e liguei o chuveiro e entrei debaixo do jato, foi instantâneo assim que senti a água bater em meu corpo eu desabei a chorar, um choro agonizante, câncer era uma maldição, por que meu pai tinha que passar por isso?, por que logo ele?, uma angústia tomou conta do meu corpo, sentia que minha cabeça doer, sentia meu corpo todo tremer.
_"Sarah?", Vinnie chamou e eu acordei de um pesadelo que estava vivendo ali, "Tô abrindo", Vinnie avisou antes de abrir a porta e me olhou como se sentisse dó, eu chorava copiosamente e Vinnie pegou uma toalha abrindo pra que eu fosse até ele então desliguei o chuveiro, eu nem sabia quanto tempo estava ali debaixo do chuveiro.
Fui até ele que me embrulhou com a toalha e me abraçou eu queria dizer algo mais eu não sabia o que falar.
_"Eu sei amor", Vinnie disse como se eu não precisasse falar nada, que ele entendia tudo._"Ele vai morrer vinnie", falei e Vinnie analisou, parecia que podia ouvir seu cérebro trabalhar pensando no que fazer.
_"Por que você não fica Sarah?", Vinnie perguntou e eu olhei pra ele confusa, "Eu tenho que ir de qualquer jeito, não posso cancelar, já recebi pro trabalho, mais você pode ficar", Vinnie falou e eu neguei e ele continuou, "Eu levo Daisy, por que a gente não sabe quanto tempo seu pai vai ficar no hospital, posso pedir pra minha mãe ir pra casa pra me ajudar com ela pra você ficar mais tranquila, fica esses últimos dias com ele", Vinnie falou e eu pensei sobre o assunto._____________________________________
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E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER
Fanfiction"E se ela quiser?" é uma continuação de "Se ele quiser, eu quero". Após pedidos trouxemos a continuação da historia após o casamento de Sarah e Vinnie. Se passaram 5 anos após o casamento, encontramos os mesmos personagens após a quebra de tempo. A...