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_"Ela dormiu?", Vinnie perguntou saindo do banho gelado para o closet.
_"Sim, como um anjo", respondi me levantando com Daisy no colo indo até o closet, parei olhando Vinnie que subia a cueca e me deu uma olhada de canto de olho.
_"Me rejeita e agora fica me secando", Vinnie debochou e eu assenti concordando.
Vinnie terminou de se arrumar e se aproximou esticando os braços pra que eu entregasse Daisy.
_"Eu fico com ela pra você tomar banho", Vinnie disse.
_"Vem com o papai agora", Vinnie disse pegando Daisy tão pequena colocando deitada em um dos braços me dando um beijinho e saindo do quarto.

Fui direto pro banheiro pra tomar um banho, me permiti a tomar um banho demorado já que Vinnie conseguia cuidar bem de Daisy sozinho.
Coloquei a cinta agora sem dificuldade e sem precisar de ajuda, minha barriga já estava como antes da gravidez, a flacidez era pouca, já não precisava mais absorvente pós parto pois já não sangrava mais, após o parto as mulheres passam um certo período ainda sangrando, o nome técnico era 'Lóquio", é como uma menstruação porém constante, dura normalmente 5 semanas, mais como na consulta a Dra Manuela além de analizar minha cicatriz já começamos com anticoncepcional então fez com que o sangramento sessasse.

Abri a porta do quarto e não encontrei Vinnie, olhei no celular e era 10:15hs, conclui que Vinnie deveria ter descido com ela pro quarto de jogos.
Fui até a cozinha pegando uma caneca e colocando café e peguei uma torrada e procurava o requeijão na geladeira, ouvi ao longe uma música tocar, não demorei pra reconhecer a letra em português; 'Meu coração que bate aqui é dela, ela continua linda, ela continua bela', Vinnie ouvia 'Vem ser minha' do CBJr, cantei junto achando o requeijão e passando no pão, Vinnie a muitos anos atrás por influência minha conheceu Charlie Brown, e acabou levou pra vida, ouvia as músicas de vez em quando, cantava do seu jeito americanizado as letras, mais gostava do estilo.

Vinnie gostava especialmente dessa música por que duas palavras em inglês apareciam na letra da música e eram pronunciadas erradas por Chorão, mais ele gostava mesmo assim.

'Eu voo a sem perder de vista
O que pra mim é imprescindível
A minha mega "special girl"
O meu sonho mais incrível
Imperdível
Ela é mais do que eu possa dizer
Ela é a menina mais incrível desse mundo'

Cantei descendo as escadas comendo minha torrada e carregando minha caneca, encontrei Vinnie encostado na poltrona reclinável e Daisy deitada no peito dele quieta com os olhos bem abertos, Vinnie cantava de olhos fechados fazendo carinho nas costas dela, sorri vendo aquela cena, eu parecia viver um sonho, eu quis tanto ter uma filha com Vinnie, ele relutou tanto pela gravidez e agora nos encontrávamos aqui, ambos apaixonados por uma coisinha que pesava 3 kilos, só sabia mamar e dormir e tinha olhos cinzas ainda.

Vinnie abriu os olhos me vendo parada e apontou pro computador pra que eu abaixasse a música e eu fiz.
_"Você tá linda", Vinnie disse e me aproximei me abaixando dando um selinho nele em agradecimento e me sentei no sofá.
_"Tem stream hoje que horas?", perguntei.
_"Vou fazer as 15hs, mais vou ir buscar seu pai", Vinnie disse e eu sorri comemorando minimamente pela vinda dele.
_"Você vai conhecer seu vovô é?", Vinnie levantou Daisy de seu peito a deitando nos seus braços na frente, eu me derretia toda quando Vinnie conversava com Daisy como se ela respondesse.

_"Ele só tem cara de bravo, mais é chorão", Vinnie sussurrou no ouvido de Daisy me olhando e eu assenti concordando.
_"Acha que já devíamos trazer Diva pra casa de novo?", perguntei e Vinnie negou e eu passei dois dedos na mesinha do lado do sofá trazendo um pouco de poeira. Havíamos dispensado Diva de trabalhar em casa pouco tempo depois que sai da agência, eu desempregada dava conta de casa então com Diva fazendo tudo, acabava não sobrando nada pra se fazer em casa, mais nunca cortamos o vínculo por completo, tínhamos planos de tê-la em casa logo que o estúdio inaugurasse.

_"Me da, eu vou subir pra dar banho nela", disse pegando Daisy, Vinnie iria fazer algumas coisas no computador ainda.
_"Ja ja eu subo", Vinnie disse se levantando me entregando Daisy que estava com os olhos abertos olhando tudo curiosa, dei outro selinho e Vinnie me puxou pra um beijo decente, demorado até, sai dele meio ofegante e e sorri pra ele me aproximando pra um selinho.
_"Gostosa", Vinnie disse quando me virei e sai.

_"E olha esse creme da Lancôme", minha mãe me mostrou tirando várias e várias coisas das sacolas que ela tinha comprado.
_"Uma delícia", disse ao sentir o aroma, "Aonde você comprou essa vela?"
_"Na Forbici, acho que é assim que se pronuncia", minha mãe disse.
_"Mãe, como você vai fazer pra levar tudo isso embora?", perguntei e minha mãe pareceu parar pra pensar naquilo só agora.
_"Pra tudo se dá um jeito Sarah", minha mãe disse, "Aliás liga pro seu marido e pergunta aonde eles estão"
_"Ja devem estar chegando mãe", falei.
_"Então eu vou guardar pro seu pai não ver isso", minha mãe disse colocando as compras na sacola novamente e as levando pro quarto de hóspedes.

Daisy dormia num ninho no sofá eu e minha mãe havíamos preparado uma janta especial pra chegada de meu pai.
Eu estava um pouco nervosa com nervosa com a chegada de meu pai, nesses muitos anos que morava em Los Angeles a primeira e única vez que meu pai veio pra Los Angeles foi no meu casamento, após isso nos vímos apenas quando eu fui ao Brasil 3 anos atrás e passei 5 dias, mesmo as fãs brasileiras torcendo pra que Vinnie fosse comigo pro Brasil, infelizmente ele teve compromissos com a Hype então acabou não podendo ir, mais meu pai nunca esteve na minha casa, não nessa aonde morávamos atualmente.
Era importante ter ele aqui, comigo e agora com Daisy.

Ouvi a porta da garagem abrir e me levantei ficando em pé dando a volta no sofá, cutucava minhas unhas, eu estava esperando tanto por isso.
Minha mãe estava ao lado de Daisy olhando pra trás, ela não queria perder nada do meu reencontro com meu pai.
Vinnie abriu a porta lateral da garagem e entrou com uma mala e parou no meio do caminho, na lateral saindo da frente da visão e sorria parecendo já prever o quanto eu estava nervosa e o quanto aquele momento era especial pra mim.
Em poucos segundos vi meu pai entrando pela porta lateral carregando um buquê de flores vermelhas, meu pai usava seu costumeiro óculos, cabelo já grisalho, tinha 53 anos, mais era um homem muito bonito.

_"Filha", meu pai disse vindo até mim abrindo os braços e avancei até ele abraçando ele, forte, eu esperava por aquele abraço a muito tempo.
Não nos soltamos rápido, o abraço durou o suficiente, meu pai tinha um dos melhores abraços que já senti na vida.
Eu amava meus pais, tinha um amor incondicional por minha mãe, era divertida, moderna, exalava autoestima mais a minha ligação com meu pai era algo surreal, nós nos entendíamos, tínhamos o mesmo temperamento calmo, porém sabíamos ser firmes quando a vida nos pedia pra ser fortes, meu pai sempre me deu muita força com tudo que precisei nessa vida é sempre acreditou em mim.

Meu pai se afastou me dando o buquê que eu achei lindo.
_"Obrigada pai, são lindas", disse olhando pra elas, e senti as mãos de meu pai pegando cada uma de um lado do meu rosto, e olhei pra ele.
_"Você tá tão bonita", meu pai disse e eu sorri.
_"Você também tá bonitão, tá malhando?", perguntei e meu pai pareceu inflar um pouco e ri disso.
Falávamos em português e mesmo sem entender nada Vinnie sorria, deveria imaginar na cabeça dele nossas falar, parecia se divertir.
_"Espera, segura", disse entregando o buquê pra Vinnie que segurou e me afastei indo até o sofá e pegando Daisy, minha mãe apenas nos assistia como Vinnie porém ela limpava uma lágrima do rosto.

_"Pai, essa é sua neta", disse me aproximando do meu pai com deixa no meu colo e vi os olhos dele brilharem.
_"Oi pequena", meu pai disse e foi a primeira vez chorei pela chegada de meu pai, ele conhecer Daisy era importante como quando disse que só casaria quando meus pais estivessem presentes e abençoasse a união, era importante pra mim.
Meu pai não tocou em Daisy, parecia se segurar pra não tocar. 
_"Quer segurar?", perguntei e meu pai assentiu.
_"Quero mais preciso lavar minha mão primeiro", meu pai disse e eu assenti, era o certo e se tinha algo que meu pai era, era correto.
_"Oi bem", minha mãe disse se aproximando abraçando meu pai, estavam juntos a 29 anos e o amor era o mesmo. Me inspirava muito no relacionamento deles, eles lidavam com tudo da melhor forma, nisso eram iguais a meus sogros, casais totalmente diferentes porém tinham uma união forte e invejável.
Lógico que pra chegarmos ao nível deles eu e Vinnie precisávamos evoluir um pouco, deixar ciúmes e briguinhas bestas de lado, parar de se abalar com hates, é tínhamos muitas coisas pra evoluir ainda, mais sentia que nossa união era e seria ainda forte como dos exemplos que tínhamos na vida.





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Meninxs vocês estão preparada pro fim da fic?
Eu não! 🥺🥲



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E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora