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Meu avião já tinha efetuado a manobra de pouso, em alguns minutos eu logo estaria em território americano, finalmente voltava a Los Angeles após 2 dias da morte do meu pai, minha mãe apesar de apática me garantiu que organizaria a vida dela e pensaria na possibilidade de se mudar a Los Angeles em alguns meses, o que já deixava meu coração mais quentinho, Júlia disse que iria passar uns dias na casa da minha mãe pra fazer companhia, melhor pra Júlia do que morar com a mãe dela, Júlia também disse que pensaria em vim ou não, eu torcia pra trazer as duas.

Acho que nunca fiquei tão ansiosa em voltar pra Los Angeles, peguei minha mala na esteira e sai pra área de desembarque e minha barriga gelou quando vi Vinnie ao longe dando um tchau no alto pra que eu o visse, sorri e acelerei o passo, Vinnie segurava Daisy no colo e larguei a mala antes de alcançá-los e abri os braços pra abraçar os dois.
_"Eu estava com tanta saudade", falei e Vinnie me deu um beijinho.
_"Nos também linda", Vinnie disse olhando nos meus olhos e senti vontade de chorar bem lá no fundo mais segurei, coisa que estava fazendo desde o enterro de meu pai, esses dois dias após o enterro eu não derramei nenhuma lágrima, nenhumazinha se quer, estava meio anestesiada com tudo, talvez fosse o luto se fazendo presente e me deixando daquele jeito.

Eu evitei rede social, evitei responder mensagem de todo mundo, única pessoa que eu respondia era Vinnie. Foram dois dias reclusa mesmo, eu passei o dia quieta, pensativa, dormi bastante na casa dos meus pais, Vinnie havia me dito que todo Instagram de fofoca de lá replicou meus stories sobre o hate que estavam destilando sobre a morte de meu pai e por que Vinnie não estar ao meu lado, todo mundo repostou, até amigos, Vinnie explicou que foi uma onda de empatia, criaram meio de uma indignação por recebermos hate justo naquele dia, que muita gente fez menção sobre, houve muita marcação e foi muito comentado no Twitter, se fosse em outro momento eu ficaria feliz todo mundo se compadecer e se indignar comigo mais eu acabei me fechando e não liguei muito, meus seguidores deveriam ter crescido por conta disso mais eu não descartava a possibilidade de excluir as redes sociais logo.

_"Você tá tão grande", falei e peguei Daisy no colo e Vinnie pegou minha mala atrás de mim enquanto abraçava Daisy, me sentia abraçando meu mundo todo ali, como eu sentia saudade de sentir o cheiro dela, ela sorria, era uma bebê alegre eu beijei suas mãozinhas, os cabelos dele pareciam mais claros do que a última vez que havia visto, ela já estava com 5 meses, o tempo estava passando rápido.
Daisy já se sentava, já balbuciava algumas coisinhas, nada que entendíamos mais ela já não era mais tão bebê, ensaiava também pra começar a engatinhar, era incrível ver como ela estava crescendo bem, linda e saudável, e pra variar ainda mais parecida com Vinnie.
Ouvia dizer que o olho do bebê tinha até o sexto mês pra mudar de cor, mais parecia que ficaria do jeito que estava, claro, ela puxou os olhos de Maria e de meu pai.

_"Você tá lindo", falei e Vinnie sorriu se olhando.
_"E você como sempre tá a mulher mais linda do mundo", Vinnie disse e eu sorri, eu estava animada por encontrá-los.
_"Vem estacionei logo ali", Vinnie disse e fomos a caminho do carro, eu carregava Daisy e Vinnie levava minha mala e minha bolsa.
_"Luke disse que iria em casa pra te ver, mais posso ligar e dizer que melhor não se quiser...", Vinnie falou.
_"Não, por que? Tô louca pra vê-lo", falei.
_"Pessoal da Hype disse que vem semana que vem pra te ver", Vinnie falou.
_"Por que só semana que vem?", perguntei.
_"Ah... não sei eles acharam melhor pra te dar um tempinho pra melhorar...", Vinnie falou.
_"Melhorar do que gente eu tô ótima", falei rindo e Vinnie deu um mini sorriso juntando as sobrancelhas, estava confuso, ele esperava outra atitude minha talvez, não demoramos a chegar no carro no estacionamento.

_"Você conversou com sua mãe sobre vim pra cá?", Vinnie perguntou ligando o carro e saindo com ele do estacionamento.
_"Sim, ela vai vim", falei.
_"Serio? Ela aceitou?", Vinnie perguntou.
_"Não aceitou, mais vai", falei.
_"A força", Vinnie concluiu.
_"Quase isso, vou convencê-lá", falei rindo e Vinnie assentiu ele sabia que iria.
Coloquei uma música no som e cantarolei enquanto Vinnie dirigia, ele me olhava sorrindo confuso, com certeza ele não estava esperando que eu estivesse tão bem, mais eu estava.

_"Sarah você tá bem? Digo... bem em relação a...", Vinnie perguntou abaixando o som e eu sabia que ele queria dizer 'em relação a morte de seu pai', mais Vinnie era educado e sensível demais pra dizer isso assim então eu poupei ele e respondi antes de ele concluir.
_"Eu tô bem", falei e Vinnie me analisou por um segundo me olhando nos olhos, não era a resposta que ele esperava, mais é a que eu daria a ele.
E eu realmente estava, acreditava nisso pelo menos, aceitar a morte dele foi difícil mais eu tinha, mais eu não queria falar sobre aquilo.

O caminho até em casa foi bom, Daisy não podia entrar no carro que dormia com o balanço dele, eu dava olhadas pra trás pra vê-la e me encantava.
Finalmente estava feliz por estar com a minha família, eu precisava estar bem pra eles.
Vinnie estacionou em casa e só o cheio da minha casa me trazia coisas boas, cheio de um aromatizador específico que amávamos que deixava nossa casa com cheiro suave, eu amava.
_"Sarah", minha sogra disse abrindo os braços pra me dar um abraço consolador, "Como você está? Eu sinto muito pelo seu pai querida", minha sogra disse, "Ele era um bom homem, uma pena o que aconteceu..."
_"Ta tudo bem sério", falei pra aquele assunto acabar.
_"Se você quiser conversar...", ela disse e eu assenti rápido.
_"Obrigada, obrigada por ter ficado aqui ajudando a cuidar de Daisy", falei mudando de assunto e me afastando deixando minha bolsa no sofá.
_"Eu fiz mais companhia, Vinnie quem fazia tudo, ele virou um ótimo pai, sabe fazer tudo", ela disse orgulhosa e eu sorri enquanto Vinnie sorria se achando pelo elogio.
_"Ele é um pai maravilhoso", falei e vi ele corar, quando ouvimos a campainha tocar.

_"É Luke", Vinnie disse indo até a porta e abrindo, eu realmente estava com saudade dele.
Foi a primeira vez que o vi entrar em casa menos espalhafatoso, sorrindo gentil, pisando calmo, eu sabia o por que, ele me olhou direto me estudando pra saber como eu estava, meu instinto foi ir até ele rápido e abraçar ele feliz por reencontrado, talvez fui afobada demais e ele não esperava tanta animação minha.
_"Como você está?", Luke perguntou.
_"Muito bem, você está lindo, como está Paul?", perguntei rápido sorrindo e Luke me analisou do mesmo jeito que Vinnie fez no carro quando fez a mesma pergunta.
_"Paul está bem", ele disse e se aproximou de Daisy que estava no colo de minha sogra pra pega-la.
_"Como sua mãe está?", Luke perguntou.
_"Ta bem", falei, resposta mais mentirosa, ela estava péssima, qual era o meu problema?, por que eu estava tão travada em falar sobre aquilo?.

_"Bem?", ele perguntou confuso.
_"Ta bem Luke", falei forçando um sorriso, mentia minha mãe não estava bem, ela tinha perdido o marido, por que eu mentia?
_"Então tá", Luke falou olhando pra minha sogra e Vinnie que nos olhavam próximos.
_"Você fica pra almoçar? Maria fez, vou só tomar um banho, podemos falar sobre o estúdio? Me atualizar sobre tudo, quando podemos começar a trabalhar", falei me virando.
_"Almoçar sim, sua comida é um babado", Luke disse a minha sogra e continuou voltando a olhar pra mim, "Não precisamos falar sobre o estúdio, ainda mais trabalho, você acabou de perder...", Luke falava e entrei pro quarto deixando ele falar sozinho. 







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E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora