MARATONA 3/3Vinnie se secou enrolando a toalha na cintura e pegou outra toalha me chamando pra sair do box e me deu essa outra toalha.
Nos secamos e nos trocamos, Vinnie pra sair de casa e eu pra permanecer nela.
_"Você me espera pra jantarmos?", Vinnie perguntou e eu assenti, "Não vou demorar, juro".
_"Ta bom amor até mais tarde", falei quando Vinnie se aproximou de mim na cama enquanto eu atualizava o e-mail pra ver se tinha algum e-mail novo nesse tempo.
_"Te amo", falei e Vinnie se inclinou até mim me dando um beijo rápido e voltando pra dar outro beijo mais firme.
_"Também te amo linda", Vinnie disse se levantando e saindo pela porta do quarto, virei rosto pra olhar a babá eletrônica e sorri sabendo que Vinnie foi lá dar um beijinho em Daisy.Ouvi Daisy reclamar após 10 minutos e levantei indo até ela, Daisy balançava os braços querendo que eu a pegasse, peguei também alguns brinquedos barulhentos e mordedores emborrachados e a trouxe pro meu quarto colocando tudo na minha cama ela começou a querer alcançar um elefantinho.
_"Quase, estica os braços, pega", conversava com Daisy a incentivando a conseguir pegar o elefantinho.
_"Seu cabelo tá clareando", disse analisando o cabelo de Daisy, o reparava que os olhos ainda cinzas estavam em cinza claro, eu já tinha certeza que ficariam claros como os de Maria, Daisy estava a cara de Vinnie, cada dia mais linda.
_"Aqui pega", falei colocando o elefante próximo que ela logo pegou e levou a boca.Ouvi meu celular tocar e o alcancei pela cama e o nome da minha mãe estava na tela, atendi rápido.
_"Oi filha", minha mãe disse.
_"Oi, eae como foi?", perguntei querendo saber sobre a consulta com o médico.
_"Ah Sarah, não mudou muita coisa", minha mãe disse e eu suspirei fundo, torcia para uma notícia boa, "mais o médico disse que pode entrar em contato com ele, quer anotar o número?", minha mãe disse e eu anotei o número.
_"Eu vou já ligar pra ele", falei.
_"Cade o papai?", perguntei.
_"Esta deitado lá no quarto, ele tem se cansado demais ultimamente. Sarah, eu não sei se a conversa com o médico vai fazer bem pra você", minha mãe disse.
_"Mãe, eu vou precisar conversar com ele de qualquer jeito", falei eu não tinha falado com esse médico ainda, sabia apenas o que minha mãe e meu pai me contavam, o que era muito vago._"Shiu, mamãe vai fazer uma ligação", falei pra Daisy quando ela soltou um gritinho mordendo o elefante.
Olhei pro horário e ser 18:21hs no Brasil, minha mãe disse que eu poderia ligar após as 18hs então disquei o número que minha mãe tinha passado.
Após alguns segundos a ligação foi atendida finalmente.
_"Alô alô", o médico disse ao atender.
_"Alô, oi meu nome é Sarah sou filha de Nilsson Fernandes, acredito que minha mãe falou de mim para o senhor", falei.
_"Ah Prazer, sua mãe disse que ligaria Sarah, ela contou que você mora fora do Brasil né?", o médico perguntou, notei que ele era muito simpático._"Isso, moro em Los Angeles e morar longe assim acaba sendo difícil acompanhar o tratamento, eu sei o que meus pais me contam, tô pedindo o contato do senhor desde a primeira quimioterapia", falei.
_"Senhor não por favor, pode me chamar de você", o médico disse, "eu não costumo passar meu contato pessoal a pacientes, mais ela me explicou o caso de estar longe, é a única filha deles, e a julgar pelo câncer agressivo do seu pai eu achei até melhor conversar com você", o médico falou e me atentei o 'a julgar pelo câncer agressivo'.
_"Eu agradeço muito, sinceramente meus pais não sabem me explicar muita coisa sobre o andamento da doença e o quanto a químio está fazendo efeito", falei.
_"É a gente tá tendo alguns problemas com a químio", o médico disse e reparei que estava num universo paralelo por que acreditava que estava tudo indo de vento em poupa._"Doutor você pode ser sincero, me contar exatamente tudo, o que foi me falado é que meu pai está com câncer no pulmão em estágio 3, que a químio seria de 10 em 10 dias e a primeira químio não tiveram nenhum resultado de melhora nem piora, é isso que eu sei, ele está bem, ativo apesar dos efeitos da quimioterapia", falei, me senti a pior filha do mundo, eu não sabia exatamente nada sobre a doença do meu pai, era ridículo, o médico ficou um tempo em silêncio e ouvi que mexia em papéis.
_"To pegando aqui o prontuário do seu pai Sarah, mais de antemão preciso dizer que as informações não foram bem passadas aqui, só um minuto", o médico disse e começou a ler.
_"Paciente Nilsson Fernandes, de 53 anos, diagnosticado há 3 meses e meio com câncer no Pulmão em estágio 3, com linfonodos afetados em grande escala, pulmão esquerdo todo todo tomado pelo carcinoma, possibilidade de cirurgia sendo Lobectomia Pulmonar descartada pela gravidade que o pulmão se encontra...", o médico falava e eu já olhava pro nada, eu não sabia nenhum termo médico mais o que ele me falava parecia ruim demais e eu não fazia a mínima ideia do quanto sério era o caso. Eu nem sabia que uma cirurgia havia sido descartado por conta de gravidade._"Eu sei que câncer é uma doença grave, mais o caso do meu pai é tão grave assim?", perguntei e o médico foi rápido para responder.
_"Sim", ele disse e minha mão foi a boca surpresa, "seus pais não elucidaram isso?".
_"Não, não dessa forma", falei.
_"É normal os pacientes não contarem a real gravidade, eles não querem desespero nesses últimos momentos", o médico disse, 'últimos momentos? Do que estávamos falando'._"Doutor como anda a quimio?", perguntei, e ele pareceu mexer mais nos papéis.
_"Aqui achei, a primeira sessão de quimioterapia feita dia 03, após 5 dias fizemos exames que nos mostraram que nada mudou, as células cancerígenas continuam atuando, se posso dizer é como se não estivéssemos feito a quimioterapia, nada mudou, agora segunda quimioterapia tivemos os resultados hoje e bom...", o médico disse e passei a mão pelos cabelos de Daisy fazendo um carinho, ela me acalmava._"Bom os resultados de hoje não foram os melhores, as células cancerígenas aumentaram em 10% desde a última sessão é uma rádiografia nos mostrou que a área de pulmão afetada aumentou, o nosso cuidado é pra que não avance pra o estágio 4, existe uma escala dentro dos estágios, seu pai quando foi diagnosticado estava em estágio 3, escala 7.4 e hoje está estágio 3, escala 8.3, o que é mais próximo do estágio 4, não é algo bom", o médico o disse e eu já sentia uma lágrima descer, mais não interrompi, escutava com atenção, querendo entender o máximo pra não ter nenhuma dúvida.
_"Sarah lógico que cada sessão de quimioterapia é diferente uma da outra, talvez na próxima sessão tudo mude e quimioterapia tenha efeito, mais até o momento não teve, eu sou muito positivo aos pacientes que trato, não queremos que ninguém perca a esperança, mais precisamos ser lúcidos ao caso do seu pai Sarah, se tivéssemos tido o diagnóstico antecipadamente as coisas poderiam ter sido diferentes, seu pai não fazia exames de rotina há 7 anos pelas fichas que eu tenho, e ele me disse que as tosses frequentes começaram há pelo menos 1 e meio, chutando por baixo, apenas um chute, eu acredito que seu pai já tenha câncer a 2 anos sem tratamento, descobrimos agora mais já está avançado, o que pudermos fazer para seu pai nos iremos, mais queremos que saiba verdadeiramente sobre o caso dele, o caso do seu pai é grave, com certeza mais grave do que aparenta pra você, já que parece que não tinha noção", o médico disse e eu já me encontrava com os joelhos juntos a minha frente abraçada neles e chorando.
_"Quanto tempo o senhor da a ele?", perguntei e o médico pareceu pensar numa resposta._"Sarah eu num posso te dar uma data exata, não tem como, precisamos de mais quimioterapia e exames pra sabermos", o médico disse e do silêncio foi longo, eu ainda queria uma resposta, mesmo sem saber se ganharia alguma.
_"Eu acredito que mais alguns meses", ele disse e eu desabei de chorar, eu iria perdê-lo? Era isso que ele estava dizendo? Meu pai iria morrer?
_"Sarah vamos esperar pra termos certeza, por favor seu pai é um homem forte, você tem que ver o quanto ele faz o pessoal da oncologia rir, ele levando isso da melhor forma, otimista, ele precisa disso das pessoas a volta dele, eu já tratei de vários casos na vida, e o pior pro paciente é ver as pessoas que ele ama estão sofrendo por algo que eles estão trazendo a vida delas, você entende?", ele disse e eu apenas sussurrei um 'Aham', foi o máximo que conseguia fazer em meio ao choro.
_"Vamos manter contato tá bom? Após cada sessão de químio e qualquer novidade podemos conversar", o médico disse, e eu agradeci como deu já que chorava e desligamos, pela primeira vez eu tinha real noção, meus pais amenizavam bem a realidade pra mim.Olhei pra Daisy deitada e eu chorava em silêncio a olhando.
_"Por que meu Deus? Por que com a minha família? Por que ele? Como minha mãe vai viver sem o amor da vida dela? Ele não vai poder ver a neta crescer? Não vai poder ouvir ela o chamando de vovô? Ele não vai poder levar ela a Disney como prometeu? Por que meu Deus?", perguntei pra Deus olhando pra Daisy.____________________________________
Fim de maratona pra vocês.
Obrigada por todo suporte e carinho.
❤️
![](https://img.wattpad.com/cover/263228658-288-k521017.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER
Fanfiction"E se ela quiser?" é uma continuação de "Se ele quiser, eu quero". Após pedidos trouxemos a continuação da historia após o casamento de Sarah e Vinnie. Se passaram 5 anos após o casamento, encontramos os mesmos personagens após a quebra de tempo. A...