E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER

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(...)

_"Mãe pensa sobre o assunto", pedi sentada no sofá enquanto minha mãe brincava com Daisy no chão, minha mãe e Júlia haviam chegado hoje do Brasil, tinham vindo para a inauguração do estúdio, Júlia aproveitaria pra adiantar todo o processo de contratação, ela teria que voltar ao Brasil pra juntar tudo que quisesse trazer, pedir as contas do emprego como enfermeira já que ela ainda não tinha feito isso por medo das coisas aqui não derem certo, não jugo faria o mesmo, depois iria entrar no país com o visto de trabalho, tinha vários trâmites que precisávamos seguir pra dar certo, seria do mesmo jeito de quanto eu vim.
O problema mesmo era convencer a minha mãe a largar o Brasil pra vim também, e isso ainda estava difícil de ela ceder.

_"Sarah eu não falo a língua, tô velha, não consigo aprender, eu sou proprietária de um salão no Brasil, minha família está lá, não vou morar na sua casa, Vinnie me ama mais morar com a sogra é demais pra ele...", minha mãe disse e olhamos pra Vinnie que estava na mesa de jantar digitando no notebook e percebeu quando olhávamos pra ele e sorriu mesmo não entendendo já que a conversa era em português.
Desde ontem quando Luke nos pegou quase transando, não tínhamos feito nada, ontem voltamos tarde e acabei dormindo, hoje Vinnie teve que buscar minha mãe e Júlia e com as duas aqui nada feito.

_"Podemos achar uma casa legal aqui pra você, vocês...", corrigi olhando pra Julia, "se quiserem morar juntos ou não tanto faz, vc nem como cabeleireira trabalha mais mãe, você é dona, continua, não precisa se desfazer de nada de lá, além dos carros, , coloca a casa pra alugar...", falei e minha mãe pareceu pensar na possibilidade o que pra mim já era ótimo.
_"O que eu vou fazer aqui? Ser desempregada?", minha mãe perguntou e eu não sabia ainda, mais teríamos que ter opções pra ela, ela poderia trabalhar na fábrica, na merch de Vinnie, por que não, no estúdio também, qualquer coisinha, qualquer função ela poderia, só pra ter o visto de trabalho também.
Senti Vinnie se aproximar e sentar comigo no sofá me abraçando e ficando junto.
_"Sobre o que estão falando?", Vinnie perguntou.
_"To tentando convencer ela a se mudar...", falei.
_"E como tá indo?", Vinnie perguntou e olhou pra minha mãe que olhava pra Daisy no chão brincando com ela, "Nada bem né?", ele adivinhou.
_"Teria que achar uma função pra ela trabalhar, talvez na Purg?", falei e Vinnie assentiu, ele ajudaria no que precisasse.
_"Sua mãe num é cabeleireira?", Vinnie perguntou e eu assenti, "faz maquiagem também né?", Vinnie perguntou e eu assenti novamente, minha mãe apesar de já não botar mais a mão na massa no salão era ótima nesses quesitos, havia estudado muito pra isso.
_"Você não estavam procurando contratar alguém pro estúdio pra fazer exatamente isso?", Vinnie disse e eu olhei pra ele surpresa, como eu não tinha pensado nisso, ela seria perfeita pra fazer esse trabalho, abracei Vinnie empolada e ele riu.
_"Você é maravilhoso, não sei o que seria de mim sem você sério", falei e ele me deu um beijinho.

Olhei para as duas, Júlia mexia no celular e minha mãe entretida com Daisy.
_"Mãe, tenho uma vaga pra você no estúdio", falei e Vinnie acompanhou a conversa mesmo sendo em português apenas pra ver a reação da minha mãe, que me olhou sem paciência nenhuma pra aquela conversa.
_"Fala", ela disse.
_"Preciso de alguém que saiba fazer cabelo e maquiagem no estúdio, para os ensaios", falei e minha mãe lançou um olhar querendo saber mais, ali meu coração palpitou, já interessava a ela, se eu a colocasse em qualquer lugar só pra preencher vaga, só pra ter o visto ela não iria gostar, mais agora fazendo a profissão dela ela já curtia.
Minha mãe tirou os olhos de mim dando atenção a Daisy que ria do brinquedinho que girava com música que minha mãe havia dado de presente quando chegou.
_"E você vai poder morar perto da sua neta", falei e sabia que pegava pesado com esse argumento, mais era verdade, ela me olhou vendo o quanto aquilo era pesado mais sorriu minimamente.
_"Vou pensar", ela disse e eu comemorei, eu sabia que ela iria ceder.