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Confesso que viajar de avião por mais de 10 horas com um bebê de 4 meses me deu um certo nervoso, eu tinha pavor de bebê chorando em avião, e mesmo sabendo que Daisy era a bebê mais boazinha do mundo e se tinha algo que ela quase não fazia era chorar mesmo assim fiquei apreensiva.
Mais até que lidamos bem com ela na viagem, que dormiu a maior parte do tempo e na outra Vinnie e eu revezamos para entretê-la e deu certo.
Pousamos em Congonhas as 11:45hs, assim que saímos do avião fomos ao saguão de desembarque para recolher nossa bagagem, enquanto Vinnie as pegava, olhava meu celular com Daisy dormindo no meu colo e vi mensagens, passei o olho rápido por elas e não respondi nenhuma, abri o Instagram e vi fã clubes brasileiros de Vinnie reportando uma foto de Daisy no avião, nem vi Vinnie tirar aquela foto, olhei por cima e vi que comemoravam nossa vinda ao Brasil. Com a correria acabei lembrando que não tínhamos postado nada sobre a viagem.

_"Aqui esta", Vinnie disse colocando as malas em um carrinho empilhando uma em cima da outra, "O que foi?", Vinnie perguntou olhando por cima do ombro o que eu olhava no celular.
_"As fãs brasileiras estão pirando com a sua vinda", falei e Vinnie juntou as sobrancelhas surpreso.
As vezes parecia que Vinnie não tinha real dimensão de que tinha fãs, muitas fãs.
_"Vamos?", perguntei guardando celular e fomos na direção da saída do saguão.
Vinnie empurrava o carrinho e nos dirigíamos pra uma grande porta, aonde daria pra área comum do aeroporto, vi ao longe na nossa frente passageiros do nosso mesmo voo abraçando entes queridos reencontrando-os, e assim que saímos pela porta ouvimos uma gritaria, mais ao lado atrás de uma barreira de contenção, tanto eu quando Vinnie lançamos nossos olhares rápido pra ver o por que da gritaria e vimos o que deveriam ser algo em torno de 15 garotas, todas novas, sorri achando aquilo divertido, estavam todas esperando por Vinnie, algumas usando moletom da Purgatory, todas com o celular na mão, uma até carregava uma cartolina dizendo 'bem vindo ao Brasil", algumas gravavam e outras apenas seguravam o celular.

Vinnie virou a cabeça para olhar pra mim e abriu a boca surpreso.
_"Vamos la", falei pra que Vinnie fosse até elas, demos a volta na barreira e Vinnie sorria se aproximando, algumas tremiam por vê-lo.
_"Estamos aqui desde as 6hs", ouvi uma garota falar.
_"Como?", perguntei e a garota repetiu animada.
_"Vimos a foto Luke Willians postou ontem da Daisy na casa de vocês", arregalei os olhos surpresa por saberem quem Luke era, "Aí fizemos uma conta doida e pra não perdermos a oportunidade chegamos cedo e esperamos", ela disse e eu sorri achando maluquice mais bonitinho.

Olhei e Vinnie tirava fotos com cada uma que estava ali, respondia quando Vinnie perguntava os nomes delas.
_"Nice to meet you", Vinnie falou pra uma garota.
_"Eu sou muito fã de vocês, eu trouxe isso pra bebê", uma garota disse me entregando um pacotinho.
_"ah que fofa, obrigada mesmo, vou guardar pra abrir depois tá bom?", falei, não tinha nem condições de eu abrir ali, carregando Daisy com as malas ao lado, "Qual é o seu nome?", perguntei pra ela.
_"Izabela", ela disse ela disse animada, dava pra sentir o êxtase de todas as meninas que estavam ali naquela rodinha, era incrível que mesmo com os gritinhos e aquela meia bagunça ali que estava formada ali, Daisy conseguia continuar no sono pleno.
_"Tem uma carta ai", ela disse.
_"Eu vou ler com certeza", falei e notei que ela segurava o celular, ela queria pedir, mais por vergonha não sabia como, "Você quer tirar uma foto?", perguntei e ela assentiu rápido com a cabeça e ela tirou uma selfie nossa e me agradeceu, algumas fizeram a mesma coisa, mais o foco delas ali era Vinnie que por não ser muitas meninas conseguiu dar atenção para todas, ele ia agradecendo a todas pelos presentinhos que algumas tinham levado, acredito que elas tiveram que improvisar nos presentes já que descobriram que viríamos pro Brasil ontem a noite.

Notei que algumas pessoas se aproximavam pra tentar descobrir por quem aquelas garotas estavam tão animadas, alguns mesmo sem conhecer seguravam seus celulares pra gravar vai saber quem, eu ri, Brasileiro não gosta de perder nenhuma oportunidade, tanto que vi dois homens mais velhos tirarem fotos com Vinnie também.
Antes que aquilo virasse uma bagunça Vinnie se despediu das meninas, depois de tirar fotos com todas e fomos até o primeiro táxi parado que vimos.

O taxista colocava nossas malas no porta-malas e enquanto sentei no carro segurando Daisy com cuidado.
_"Rua Pedro de Toledo, Jardim Luzitania", falei pro taxista que colocou no gps.
_"Ao lado do Ibiraquera né?", o taxista perguntou.
_"Isso", respondi.
A casa dos meus pais não eram longe do aeroporto de Congonhas, ficava ao lado do Parque Ibiraquera, o portão 8 do parque dava no final da rua dos meus pais de tão perto, eu gostava de ir ao parque nos final de semana apenas pra ver aquele monte de gente se exercitando, apenas observar, fazer que é bom nada.

_"Olha o que eu ganhei?", Vinnie falou me mostrando o que segurava na mão, ursinhos, cartinhas escritas à mão, que algumas eu ia ter que traduzir e lógico cartinhas de Pokémon, "Que irado, elas eram legais né?".
_"Sim, até Daisy ganhou presente", falei.
_"Serio?", Vinnie perguntou e eu assenti.
Do aeroporto até em casa dava uns 10 ou 15 minutos contando com o trânsito e eu fui em silêncio, quando mais me aproximava da casa de meus pais mais nervosa eu ficava, mesmo nos vendo a última vez há uns 3 meses atrás eu parecia já ter muita saudade deles.

Senti a mão de Vinnie pegar a minha e apertar pra que eu soubesse que ele estava ali, sorriu pra tentar me acalmar e foi inútil.
_"Segura ela um pouco?", pedi e Vinnie fez levando Daisy que ameaçava acordar a qualquer momento, na gritaria o sono era tranquilo, agora dentro do carro com um silêncio ela já se sentia incomodada, vai entender.
_"Essa rua aqui né?", o taxista perguntou.
_"Isso, número 2420, lá pro final da rua", falei.
A rua era grande e estávamos quase na outra extremidade então ele continuou dirigindo até eu ver de longe um homem com os braços cruzados na calçada da rua, sorri abaixando a cabeça, Vinnie reconheceu de longe também.

Era notável como ele já havia perdido peso desde a última vez que o vi, e como o cabelo estava ralo, ainda não estava careca mais não faltava muito, meu pai estava de óculos, camisa vinho e bermuda e chinelo na calçada olhando pelos lados.
_"Essa amarela", falei e o taxista mesmo sem ter parado ainda meu pai já viu que era o que ele chegar parado ali e o vi bater palmilhas sozinho feliz por ser nós.
O taxista parou e ele veio rápido na porta abrindo.
_"Vem filha", meu pai disse me dando a mão pra me ajudar a descer do carro mesmo eu não precisando de ajuda, era fofo como ele mesmo doente achava que devia cuidar de mim, desci sorrindo mais meus olhos estavam cheios de lágrimas por encontrá-lo novamente e o abracei, "Eu tô tão feliz de vocês estarem aqui", meu pai falou quando me abraçou e senti que já ali minha vinda ao Brasil já tinha valido a pena.

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Gente só pra nível de curiosidade, sei que atualmente Congonhas não faz voos internacionais, mais planejam fazer começarem no de 2022/2023 e como essa fic esta no futuro então.
Não sei se tem gente detalhista mais só pra deixar registrado! 😂

E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora