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MARATONA 3/3

_"Obrigada por nos receber aqui filha", minha mãe disse me abraçando, "Esse mês foi muito bom, estar aqui na sua casa fez a gente esquecer um poucos os problemas, do estresse diário e agora com a vinda da Daisy, tô tão apaixonada por ela, a vinda dele deu um gás pra enfrentar qualquer coisa", minha mãe falou e eu sorri enquanto abraçava ela, deixei meu choro vim, já que eu não aguentava mais segurar e ela foi na direção de Vinnie que segurava Daisy pra se despedir tanto de Vinnie quanto da neta dela.
Me virei pra meu pai que estava de camisa de botão azul, cabelo grisalho bem penteados, estava bonitão, ele era um senhor de 54 anos muito bonito, ele sorriu quando me aproximei pra abraçá-lo, meu pai não estava contente como nos últimos dias, era a segunda vez que ele chorava já desde que acordou pra se arrumar pra ir ao aeroporto, o primeiro choro foi segurando Daisy sentado na poltrona do quartinho dela, minha mãe pediu pra deixar os dois sozinhos um tempinho e ninguém entrou lá mais o vi sair chorando com ela.

Nosso abraço durou por muito tempo, ninguém se atreveu a nos apressar, ainda tinha tempo até irem pro aeroporto, sentia o coração do meu pai bater forte enquanto nos abraçávamos.
_"Eu vou sentir sua falta", falei abraçando meu pai forte.
_"Você não tem noção do quanto eu vou sentir então", meu pai disse, "Sarah eu sei que já tivemos tempo de conversar esses dias, quando cheguei eu falei tanta coisa que eu queria quero que guarde tudo que eu falei", meu pai disse e eu assenti, não esqueceria de nenhuma palavra.
_"Sarah eu te amo tanto filha, eu tô muito orgulhoso de você, da mulher que se tornou, da esposa que você é e da mãe que estou vendo que você está se tornando, seja feliz filha", meu pai disse eu assenti, eu já chorava horrores, eu odiava despedidas mais aquela me pareceu a pior de todas, graças a gravidez eu fiquei mais emotiva.

_"Eu vou estar sempre com você, mesmo longe", meu pai disse e eu assenti, eu sempre tive certeza daquilo, mesmo longe era só eu ligar, mandar uma mensagem que meu pai se fazia presente.
_"A neta que você me deu é a coisa mais linda desse mundo filha, eu sou o vô mais feliz do mundo", meu pai falou e eu já sentia que meu rosto ia inchar de tanto que chorava.
_"A gente se vê logo", meu pai disse eu assenti, mesmo que esse logo na minha cabeça fosse daqui um ou dois anos, meus pais poderiam vim no aniversário de um ano de Daisy, 'já podemos programar isso' pensei.

_"Te amo pai, mais que tudo nessa vida, vai com Deus", falei e ele assentiu.
_"Pode deixar", meu pai disse me dando um beijo na testa.
Olhei e minha mãe já chorava, despedidas eram horríveis.
_"Quando chegarmos em casa ligamos pra avisar", minha mãe disse e eu assenti.
Vinnie me entregou Daisy depois do meu pai fazer uma cruz com os dedos na testa dela a benzendo, e minha mãe fez o mesmo e entraram no carro.
Vinnie saiu com o carro da garagem as 4:30hs, eu ainda chorava, olhei a porta da garagem fechar adentrei pela casa agora vazia.
Fui até o quarto de Daisy que dormia no meu colo e a coloquei no berço ligando a babá eletrônica e levando o monitor comigo.

Peguei o balde de pipoca de ontem que ainda estava na mesinha de centro e o levei pra cozinha.
Me apoiei no balcão e dei uma boa olhada pelo vidro e tinha neblina do lado de fora o dia começaria a nascer logo logo.
Decidi deitar e esperar Vinnie chegar, que não demorou muito, menos de 1 hora Vinnie já estrava em casa, vindo direto ao quarto.
_"Linda?", Vinnie perguntou por mim pra saber se eu estava acordada e eu ainda estava, me virei e ele sorriu, Vinnie só trocou de roupa pelo pijama e deitou na cama.
_"Ta um frio do cacete", Vinnie disse se jogando debaixo das cobertas.
_"Caralho Vinnie desencosta, suas mãos estão congelando", falei quando senti a mão de Vinnie na minha barriga, estavam hiper geladas, Vinnie riu.

_"Desculpa", Vinnie disse assoprando ar quente nas mãos pra que esquentassem, "Como você tá?".
_"Bem, foi bom ter eles aqui", falei e Vinnie assentiu concordando, "Mais eles tem uma vida lá né? Vou tentar não demorar pra vê-los", falei.
_"Seu pai chorou uma vez no carro, estávamos quietos e vi ele limpar uma lágrima", Vinnie disse e eu fiquei com um pouco de dó.
_"Ele já era chorão antes, depois de virar vô então", falei.
Me aconcheguei nos braços de Vinnie e pegamos no sono novamente.

E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora