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MARATONA 1/3

_"Falou com a Júlia e com o Marcos?", Vinnie perguntou e eu assenti.
_"Eles já estão vindo", falei, Vinnie havia terminado de arrumar Daisy, com muito sacrifício, estava cada vez mais difícil de fazer isso por que ela já não ficava mais quietinha.
_"Vamos meus pais já devem estar lá em baixo nos esperando", falei.
Levávamos uma mala pequena com poucas roupas e uma bolsa de roupas e coisas pra Daisy.
Descemos as escadas e não encontramos nem meu pai nem minha mãe, me enganei quando achei que eles já estavam prontos.

_"Mãe, pai vamos", gritei no andar debaixo e ouvi minha mãe gritar que já já iriam descer.
Em 2 minutos Júlia e Marcos chegaram buzinando na frente de casa íamos em dois carros, convidamos Júlia pra ficar cuidando de Daisy já que bebês não podem andar de balão então ela topou ir, além do mais ela não recusaria uma estadia de graça num hotel já que iriamos pagar.
_"Eae vamos?", Júlia disse entrando na casa com Marcos e nos cumprimentando.
_"Estamos esperando meus pais", falei e Júlia pegou pra segurar Daisy, e aproveitei pra ir a cozinha pra beber um copo de água.

Peguei um copo no armário e enchi com água e bebi, estava um dia quente lá fora e escutei minha mãe gritar que poderíamos ir, terminei o copo e deixei na pia indo até a sala.
Meus pais desciam as escadas e reparei no silêncio que estava na sala aonde Júlia, Marcos e Vinnie que me lançou um olhar e voltou a olhar pra escada.
_"Por que essas caras assustadas eu não tô tão feio", ouvi meu pai falar e virei pra olhá-lo e realmente me assustei mais só engoli em seco.
Meu pai havia raspado o cabelo por completo, mesmo sabendo que meu pai estava doente e que aquilo aconteceria em algum momento mais vendo ele ali parecia tão real.

_"Você tá lindo tio", Júlia disse acolhendo meu pai pra que ele não se sentisse mal.
_"Ta parecendo um desodorante roll on", Marcos disse fazendo uma piada, e levando um tapa de Júlia 3 meu pai riu.
_"Eu adorei, ficou charmoso", Vinnie disse e senti um belisco leve pois meu pai esperava a minha opinião.
_"Ficou ótimo pai", falei e percebi que meus olhos estavam cheio de lágrimas, mais não derramei nenhum.
_"Serio mesmo? É meio impactante não é?", meu pai perguntou pra todos nós, e sorrimos como se não fosse mais era, pelo menos pra mim era bem impactante.
_"Bom, vamos?", Júlia perguntou e todos assentimos, Júlia puxou a caminho até os carros e eu fiquei pra trás colocando as coisas na bolsa e já iria atrás deles.
_"Gostou mesmo?", meu pai perguntou ficando pra trás comigo e forcei um sorriso.
_"Cla... claro", falei e percebi que forçava a resposta é que ele sabia que estava fazendo isso, então depois de dois segundos de ter dado ela voltei atrás pra ser sincera com ele, "acho que eu preciso de um tempo pra me acostumar, mais tenho que admitir que está bem melhor do que aquele cabelo falho", falei sorrindo pra ele e ele sorriu sabendo que agora eu falava sério.
_"Me sinto mais imponente", meu pai falou fazendo pose e parei pra analisá-lo e me peguei sorrindo.
_"O importante é isso pai, que se sinta bem", falei e segurei na mão dele fazendo um carinho e ele retribuiu.

Encontrei minha mãe sentada atrás ao lado da cadeirinha de Daisy, que brincava com a girafa dela, Vinnie estava sentado no banco da frente e abri a porta traseira e meu pai acelerou me pedindo pra descer.
_"Não, não, você quem dirige", meu pai disse e eu neguei, "Sua habilitação venceu? Você num renovou quando veio há 3 anos atrás?", meu pai perguntou e eu assenti mais mesmo assim.
_"Por que não vai você dirigindo?", perguntei e ele respondeu rápido.
_"Por que eu tô com câncer", meu pai falou como se tivesse algo a ver, "Você desaprendeu a dirigir?"
_"Não, mais é que... eu nem sei chegar á Boituva", falei.
_"Gps", meu pai repetiu.
_"Quer que eu dirija?", Vinnie perguntou mesmo eu e meu pai falando em português Vinnie pareceu saber que era pela direção que brigávamos.
_"Não, sua habilitação não vale aqui", falei.
_"Eu vou", minha mãe disse e meu pai arregalou os olhos pra mim e eu acelerei pra porta do motorista.
_"Não, você não", falei aceitando pegar a direção, minha mãe era péssima motorista.

Saímos de casa às 16:45hs, o GPS mostrou o caminho pra Boituva, e dava uma hora e meia mais ou menos de trajeto, o carro de Marcos nos seguia pelo caminho até lá e íamos escutando música, apesar da rodovia Castelo Branco não ter nada demais, das rodovias de LA, Vinnie olhava tudo, por algum motivo que eu não entendia Vinnie achou a marginal Pinheiros daora.
_"Podre Vinnie, podre", eu disse quando Vinnie perguntou se o rio era tão sujo assim.
_"Mentira Vinnie, se quiser podemos pensar quando voltarmos", meu pai brincou e olhei pra ele o repreendendo, pra ele parar de enganar Vinnie.

O caminho foi bem agradável, meu pai parecia bem animado com tudo aquilo, tossiu algumas vezes no carro, mais sempre parávamos de falar até ele se recuperar e depois voltávamos, minha mãe dormia já que pra incluir Vinnie conversávamos em inglês e minha mãe ainda precisava aperfeiçoar o dela.
_"Eu tô começando a achar você mais gato assim pai", falei e meu pai sorriu no banco de trás passando a mão na cabeça sem nenhum fio agora e realmente não tinha ficado tão ruim, meu pai era um senhor bonito então ficaria bom de qualquer jeito.

Após a viagem aonde não pegamos nenhum congestionado, entramos aonde havia sido reservado a nossa estadia, 'Hotel Fazenda Mirante de Boituva", o dia estava começando a escurecer mais deu pra ver que a vista do hotel era linda.
Estacionamos e logo fomos recebidos por uma senhora que deveria ser dona do lugar, não era nada muito sofisticado, mais parecia ser um lugar bem aconchegante, havia cavalos soltos pelo lugar aonde Vinnie carregando Daisy chegaram bem perto, Daisy chegou a se assustar pois nunca tinha visto na vida.

_"O João quem reservou pra vocês né?", a senhora disse e eu assenti, "Vocês são os que vieram dos Estados Unidos né?", ela disse e eu assenti.
_"Ele estava bastante empolgado com a vinda de vocês", ela disse.
_"Então eu acabei nem avisando mais acabei trazendo mais uma prima e o namorado dela", disse apontando, pois não tínhamos reservado quarto pra eles antecipadamente, torcia pra conseguir de última hora.
_"Eles vão voar também?", a senhora perguntou.
_"Não, na verdade eles vieram apenas pra cuidar da minha filha enquanto a gente voa", falei, "A senhora teria um quarto sobrando?", perguntei.
_"Claro, vou mandar arrumar o quarto pra eles também então, então são 3 quartos né?", a senhora perguntou e assenti, "As 5:20hs o João vem pra buscar vocês, depois do voo tem o tradicional brinde e vocês voltam pra cá pra um café da manhã colonial que iremos preparar ok?", ela disse passando pra mim as instruções e eu assenti entendendo tudo.
_"Eu não conheço a cidade, tem restaurante que a gente possa jantar?", perguntei e ela me indicou aonde ir.








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E SE ELA QUISER? • VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora