A criatura era penhosamente frágil.
Não magra, mas delicada o suficiente para não pertencer aquele lugar.
Se sentia além da inocência e flutuando pela borda do inconsciente.
Seria incapaz de dizer que era um homem.
Pior ainda se julgasse ser uma mulher.
Resplandecia uma gritaria dentro de qualquer pessoa, que acredita ser possível existir o céu.
De agora em diante quis mudar quem era para ter a natureza de ser igual aquele ser.
Eu poderia dizer que era um anjo, seria esperançoso como a juventude.
Sempre queremos uma mensagem de esperança.
A nossa realidade e a nossa sociedade são tão fantasiosas que a fantasia se faz real.
O meu nome é vitorioso como a esperança mas ainda sim cobra o que me falta.
Ao ver aquela criatura pela primeira vez eu me vi.
Me vi perdida como pessoa, perdida como meu primeiro olhar.
Tão bela vista me refletia um demônio, não bom e nem malvado.
Era simplesmente um demônio, que refletia meus desejos.
Eu desejava tudo, tudo no campo e na cidade, no dinheiro e na miséria, na luxúria e no amor, na derrota e na vitória.
Meus sonhos foram embora no verão.
E assim como aquele demônio, fui marcada.
Nos dois desejamos nos libertar de algo que não nos prendia.
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Oficina do Diabo
PoetryQuanto mais rápido alguém brilha, mais rápido ela pode se queimar. Compartilho por meio desse livro minhas palavras moribundas em busca do meu significado. Ainda não sou boa, nem má, mas definitivamente sou a vilã.