Oficina do Diabo

Pagar para crer

Se paro para escrever, uma poesia ou um texto
me sinto repetitiva.
Parecem palavras que eu já disse, já apostei
já coloquei minha alma no fogo e as queimei.
Mas ainda sim, quero escrevê-las novamente
com vírgulas , medos e parênteses
tudo por você.
Quado eu penso em você
escuto uma melodia de piano no fundo
uma sensação de vento, alegria e profundeza.
Mesmo na mais pura agitação de primavera
sinto seu cheiro de lareira
quente e meu, cheiro de felicidade.
O gosto da sua boca deve ser floral
como morder uma pétala de rosa
como dançar na chuva, como saber que te quero para ser meu.
Fico repetitiva medindo nossos passados
de raiva amassada em um recheado bolo de prazer.
Mas é isso que te define, é isso que me define.
Eu quero me entregar, de janeiro a dezembro
entre o suor de uma cama e os carinhos fora dela.
Eu quero me dar, de bandeja, de dizer sim a qualquer pedido.
Quero muito te dizer que sim.
Olhar você e não saber que voce é a minha pessoa no mundo
é pregar uma peça no meu coração.
Fico ainda mais desconectada quando sinto sua falta
porque quero te dizer, quero ir atrás de você.
Não consigo esperar pelo momento que te terei
só para mostrar quanta falta eu senti.
Arrepios, relâmpagos, trovões, tempestades.
Meus desejos voam pelo teto
criam asas e zarpam por essas janelas
fingindo conversas que ainda não temos.
A luxúria alcança meus dedos
brinda o meu coração
e me entregaria no eu te amo, se isso fosse uma canção.
Porque eu tenho medo de mostrar
de pronunciar com todas as letras
de afirmar olhando nos seus olhos
de me arrepender não dizer antes
porque eu sou medo e ainda sim, o desejo.
E como o desejo.
Continuo sendo repetitiva
querendo dar voltas na sua vida
querendo ser sua.
Mas eu não sou assim, então acredite quando eu disser
que te amo
porque vai ser diferente
vai doer
vai fazer você enloquecer
vai fazer você me amar
por meses, por anos, pelos encantos.