Monstros da meia-noite

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Da primeira vez que deitei no sofáem uma noite agitada de pensamentos calmosjurei que iria gostar de você

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Da primeira vez que deitei no sofá
em uma noite agitada de pensamentos calmos
jurei que iria gostar de você.
Mas, os pesadelos nascem na escuridão
na calada da madrugada que ganham voz
e daquela vez, eu escutei.
Não são gritos diabólicos, são sussurros
tranquilos e tentadores.
A noite sendo uma grande amiga
me intriga com pensamentos de duvidosa procedência.
Já sabemos o retrato da espécie
sem mentiras não é?
Então porque tudo gira em torno de sentir?
Sentir medo, sentir raiva, desejo...
Por que não posso deitar no sofá sozinha?
Por que preciso sentir essa solidão momentânea?
Por que não dou voz a razão?
Economizo meu tempo com paisagens
fantasias de horizontes e realeza.
Mas não encaro a verdade de forma fria
nem poderia se quisesse.
Sentir menos me faria melhor de certa forma
intocável e desesperada.
Quando eu encarasse a janela
veria algo muito mais simples nela: mundo.
Seria apenas o mundo, nada demais.
Sem meu horizonte, sem alguém, sem nada
e isso seria perfeito.
Acabaria por adiar os meus projetos
viveria agora o que meu cunho desejar.
Me arriscaria, selvagem pela madrugada morna.
Podemos enganar nosso reflexo que somos bondosos, lógico.
Mas jamais podemos enganar a verdadeira face do mal, obvio.
Talvez a minha narrativa não seja de um personagem principal.
Eu devo ser a promotora de emoções
mas não dá minha própria vida.
Não sou boa, nem má
e gosto de pensar que sou a vilã.
Mas agora, antes que o tornado do medo me atinja
vou ser a heroína.
A salvadora de expectativas que eu espero ser.
E se do vazio, monstros criam asas
aguardo ansiosa pela minha vez de voar...

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