Um brinde
agora nesse início de madrugada
quero propor um brinde.
A está graça de desespero e ansiedade
que você me proporciona.
Levanto essa taça gelada como quem estende a espada na batalha.
Guerras.
Quando colocaremos um fim a está guerra meu amor?
Seremos como Ícaro, queimando no Sol
mas curtindo cada segundo dessa eterna morte.
Vamos comemorar a dádiva do medo
o silencio tardio desses poucos e felizes momentos.
Vamos nos afogar em champanhe amargo
e ficaremos juntos.
Já bebemos da fonte da juventude
mas ainda parece muito pouco.
Aos seus olhos, eu pareço muito pouco.
Você tem nas veias o dom do heroismo
enquanto eu me contento em ser a vilã.
Quem sabe hoje não mudamos de papel
voce me sequestra, mente, engana, beija outras meninas
e eu me salvo da cama de gato.
Um brinde a sua negligencia.
A sua falta de consideração.
Um brinde ao medo da rejeição na sociedade das românticas mortas.
Pegaremos a garrafa verde esmeralda
juntamente com as taças de vidro novas, recém compradas.
E nos iludiremos, sentados no tapete violeta.
Teremos a eternidade na palma de nossas mãos
o infinito descendo violento pela garganta
teremos esperança que falta pouco para o fim dessa dor.
Vou sincronizar a garrafa vazia na sua cabeça redonda
vai doer
você nem vai sentir
mas se a morte é o jeito que ainda consigo te der
prefiro que seja assim, as marcas do seu sangue carmim nas petalas do meu jardim.
Um brinde
ao final da nossa história de amor.
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Oficina do Diabo
PoetryQuanto mais rápido alguém brilha, mais rápido ela pode se queimar. Compartilho por meio desse livro minhas palavras moribundas em busca do meu significado. Ainda não sou boa, nem má, mas definitivamente sou a vilã.