País das maravilhas

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O campo era repletos de flores, margaridas violetas.
Minhas prediletas.
Havia árvores, distantes uma das outras
mas formavam o caminho para o castelo.
No horizonte senti a familiaridade das minhas perguntas.
Sim, aquele era o meu horizonte.
O céu, era azul, com estrelas luminosas dançando entre as nuvens.
Pura fantasia, mais que delícia de sonho.
Amarelo, vermelho, rosa
vários passarinhos coloridos.
Nossa, porque nunca tinha estado aqui?
Cheirava no ar, melodias a cantar
era um cheiro de esperança, dessa que não tenho faz tempo.
Me senti amada, feliz, aceita.
Me senti Verona.
O castelo era simples, mas não macabro
com seus portões abertos e janelas ao raiar.
Mas me conhecendo, ele preparou uma outra supresa.
Tinha uma mesa, extensa e chamativa no meio do jardim.
Com bolachas, biscoitos e chá.
Ah como eu amo chá, Verona também haveria de amar.
Me sentei na cadeira de couro vermelha, pensando no gosto daquela fantasia.
Um chapéu grande e pontudo apareceu
e o sorriso mais lindo do mundo me socorreu.
Ele ria, com a lebre e o ratinho
voa voa morceguinho
Eu estava de vestido, azul.
E acima de tudo, eu era Verona.
Batiam palmas, e os pés, fecham os olhos e eu contava até dez.
Quanto tempo falta para meu alarme tocar?
Sentou ao meu lado, meu gatinho safado.
Fumaça ele era efeito, sem causar nenhum tormento
me sorriu como a lua e eu caí na gargalhada.
Risada gostosa, risada louca.
Ah se Verona pudesse me ver, ficaria contente!
Um bolo para mim apareceu, era de limão
disso eu tinha certeza.
Soprei as velas e comemorei, aos risos com o Chapeleiro.
Mas na vanguarda da risada, eu ouvi uma sinfonia.
Chata, amarga, esquisita
me vinham memórias infelizes.
Tim tim tim tim tim
Não pude me despedir do bolo
da festa, nem entrar no castelinho.
Meu alarme tocará
E eu despertará.
Tudo cinza voltou a ser.
E eu senti que infelizmente, aquela era de fato
a minha casa.

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