Linha temporal

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Passado, presente, futuro

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Passado, presente, futuro.
O que o mundo lá fora guarda na caixinha do futuro?
Vendo fotos, do passado, presente, futuro
me perco nos olhos de alguém que já fui.
Eu queria atingir o limite do abismo
olhar lá para baixo, sem cair.
Mas tropeço na minhas cordas bambas e caio tão fundo nele, que percebo que não estava olhando para nada.
O passado, o presente e o futuro
são iguais.
Acho que não é essa a vida que eu quero.
Permaneço o mesmo, com as mesmas roupas e o mesmo cabelo.
Um sorriso de dentes abertos, e o abismo.
Tem tanta profundeza aqui dentro dela que eu so alcanço o meu próprio raso.
São paredes desenhadas
um lençol de cama branco e uma paisagem rural.
Aquilo que eu coloco fé vai me dar o que tanto procuro?
E se o que ela querer for mais escuro?
E se o que for dela, seja a pela nua de costas com o cabelo desgramado?
Não me encontro olhando o passado, o presente e o futuro.
Eu nem se quer enquadro ela.
Intitulo de rebelde, avançada, pecado e maravilhosa
mas não são os adjetivos que me dou
nem os que me dariam.
Então porque o passado, presente e futuro são o meu abismo?
As memórias e o quarto dela sentam na cama dela.
O lhe dá? Falta de ar.
Eu queria me afundar naquele abismo para sempre...
Dela se fez merda, uma vida de merda, uma garota de merda, um homem de merda.
Agora me sinto um/uma idiota.
Me banhei entre o impossível para não levantar suspeitas.
Não resisti a tentação.
Não partiu de fora o colapso.
Qual meu lado mais belo?
Mais nobre?
Meus princípios morais e mais evangelicais?
Sejam reais, mas não acredito.
Não faz o buraco negro sumir.
minha última chance da vida é a explosão.
poderia ter navegado, entrado no mar de verdade
provado o gosto desse abismo
mas fiquei só com os barcos da coleção dela.
E agora?
Você não tem nada para me dizer?
Nem a psicologia?
Ou a religião?
Talvez um sem número pagão?
Covarde, ele/eu/ela somos covarde.
Nada me foi perdido, só engolido.
Passado, presente, futuro
regam os cravos do meu abismo.
Se acendo um cigarro o cheiro incomoda
mas EU que já não vejo saída quando meu modo sentinela ressuscita
pego o ônibus e viro na esquina com o vento.
Vá se embora tormento.
Uma questão de melodia
do chuveiro que só sai água morna e fria.
esse é o último alerta que me dou
até que eu volte para casa.

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