O crepusculo da existencia

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No escuro inevitável da dor
procuro uma saída, uma luz para me amparar.
Eu morri, com injeções pelo corpo e bolhas.
Insetos, eu sentia cada inseto aqui dentro.
Rastejando, andando, devorando
minha pele, meu corpo e minha sanidade.
Mas eu sabia que estava vindo de uma nova era.
Uma era de ordem, disciplina e obediência.
Como moscas, voando sem sentido até a gosmenta morte.
O mundo seria uma única voz
a minha voz.
Tenho vencido essa batalha antes mesmo dela começar.
A criatura que manipula alguém com o olhar
fica em débito quando meu ser não tem olhos.
Sombras do futuro viajam nas bordas do meu pensamento.
Sem nome e sem sobrenome eu me tranquei no horizonte da devastação.
Poucas palavras hoje eu tenho
minha criatividade está em estado de putrefação.
Aí você me pergunta:
Quem será que eu sou?
E eu te respondo como um sussurro do diabo.
Eu sou a voz dos insetos
o chamado no vazio
eu sou o medo da escuridão
o silêncio no abismo
o escultor de pesadelos
o término da inocência
a decepção de cada sonho destruído
o fim inevitável de todas as coisas
eu sou o cavalo branco da decadência.

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