PRAEFOCO

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ser ar
sem respirar
amarrada
escorraçada, não do jeito certo
presa
encurralada
enjaulada, como um bicho
quieta
é como se eu estivesse morta a dias
inveja
agonia
ânsia
aranhas pelo meu corpo
desespero
conforto
mas não útil
imóvel
repetitiva
fora do normal
roxo no branco
correndo do inimigo
sou uma presa
sou um cordeiro negro
me sinto vigiada
julgada
leopardos espreitam minha pela e minha carne
sou selvagem
eles são elegantes
são machos
sou fêmea
os olhares me pecam
me cortam, me congelam
não aguento mais
sufoco- me então
no sufoco da multidão

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