As vezes vou perdendo a fé.
Entro em brigas com os meus sentimentos
prisioneiros,rebeldes, corpos mortos.
Por mais que faça Sol lá fora
eu estou infernizada por dentro.
Lágrimas que são apenas água
me afogam sem eu perceber.
Choro pelo dia de hoje e pelo de ontem
possivelmente pelo de amanhã.
Se saio pelo urbano encontro piores que eu.
Largados pela rua, amaldiçoados pelas ondas da vida.
Até o azul do céu queima a minha retina.
Nesses momentos de depressão em cadeia
penso que Deus não existe. Ou não me conhece.
Se fomos feitos para a felicidade
porque nunca a encontramos?
Não pedi para fazer parte do jogo.
Não conheço as regras e mesmo assim viro pioneira do xadrez.
Uso preto para combinar com meu cabelo.
Uso branco em sinal de desespero.
Me forço a ver as coisas que mais tenho medo.
Melhor medo do que tristeza.
Não verifico mais as poesias antes de a alguém mandar.
Quero elas cruas e sem sal.
Talvez assim você possa entender o vazio que sinto
sem me conhecer.
Caminho entre pneus.
Li em muro a minha cura.
Amortesalva
Positivamente eu diria que sim, só o amor te salva.
Amor de quem?
Mãe?
Pai?
Eu?
Deus? O qual questiono mais uma vez nessa poesia.
Eu ando uma porcaria.
Questiono pela morte.
Pela felicidade da poeira e do osso.
Dos ratos no cemitério e da terra fedida.
Não durmo a noite e vômito de dia.
Me atire no mar como meus antepassados.
Vamos nos encontrar como canários em um voo anuário.
Quando penso que tenho um apoio sou tida como um bebê chorão.
Não choro por plateia
Choro porque não me controlo.
Queria consumir alguma droga, qualquer coisa que me fizesse viajar.
Esquecer que eu tenho um nome.
Uma família.
Uma casa.
Um lugar.
Eu tenho medo de me conhecer.
De mergulhar e descobrir o que da prazer.
Como um boneco de lata
Quebra-nozes de palhaça
eu descubro que o amor é a mais bela das farsas.
Desvio do álcool, a cura para o esquecimento.
O amor vai pegando a gente
como um feitiço sem cor e sem dente.
E quando você vê
o sofredor da vez é você.
Quando se começa com dois
é para ir a milhão
estou por conta do cão
não quero companhia não.
Hoje estou em festa!
Velando o morto na sala.
De quem é o presunto gelado?
Meu.
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Oficina do Diabo
PoetryQuanto mais rápido alguém brilha, mais rápido ela pode se queimar. Compartilho por meio desse livro minhas palavras moribundas em busca do meu significado. Ainda não sou boa, nem má, mas definitivamente sou a vilã.