Desejo Imprudente

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Termino de comer em poucos minutos, lavo meu prato e vou até uma das espreguiçadeiras. Tiro meu shorts e o coloco em cima da espreguiçadeira, para usá-lo como um pano para cobrir meu rosto. Me sento e começo a aplicar o bronzeador nas pernas. Consigo sentir que Trevor está me olhando e me seguro para não olhar em sua direção. Me concentro em fingir que ele não está a poucos metros de distância e me inclino para passar o bronzeador na barriga e nos braços. Alguns minutos depois sinto minha pele esquentar e quase não consigo abrir os olhos por causa da claridade. Mesmo se eu quisesse, não conseguiria ler nessa posição. Tento esconder a luz do sol com as mãos e vejo meu pai chamar minha madrasta para entrar. De repente a presença de Trevor, parece mais intimidadora e olho ao redor para ver onde ele está. Logo o encontro na área interna, vendo tv. Vejo o topo de sua cabeça e o braço descansando no sofá. Como posso me deixar iludir tão facilmente? Só porque ele disse algumas bobagens para me deixar constrangida, não significa que ele estaria me olhando ou com tanta vontade de estar perto de mim quanto eu tenho tido de estar perto dele. A ideia de tomar sol parece ficar menos divertida e cogito a ideia de voltar para meu quarto e me esconder embaixo das cobertas, mas logo tiro essa ideia da cabeça, não vou deixar que ele me tire até o prazer em tomar sol. Preciso de alguém para passar bronzeador nas minhas costas, mas seria humilhante demais pedir isso para ele. Agora todas as minhas atitudes parecem calculadas para chamar a atenção dele e isso faz com que eu sinta raiva de mim mesma.
Mudo minha posição e passo o bronzeador onde consigo, mentalizando que não vai ficar manchado. Logo uma sombra diminui a claridade e finalmente consigo abrir totalmente os olhos. Olho para cima e Trevor está parado a poucos centímetros, sem camisa e com a aba do boné virada para trás.
-Quer que eu...- ele para de falar por um instante e aponta para meu corpo.- passe bronzeador em você?- se eu não o conhecesse, diria que está envergonhado. Penso em dizer que não, mas mudo de ideia ao imaginar meu bronzeado com manchas, como aqueles caminhoneiros que ficam com o braço para fora da janela e com marcas onde termina a camiseta.
-Por favor.- estico o spray para ele.- Eu ia pedir para sua mãe, mas ela já subiu.- o ar parece pesado entre nós, então decidi abaixar a cabeça e apoiar nos braços, enquanto ele se abaixa para me alcançar.
-Eu imaginei.- ele ri baixinho e eu sorrio.- Você estava toda torta, tentando passar isso nas próprias costas.
Sinto o líquido pegajoso ser espirrado em minhas panturrilhas e mão de Trevor massageando o local logo depois. Automaticamente sinto minha respiração ficar mais pesada e controlo cada centímetro do meu corpo para não tremer, conforme ele vai subindo suas mãos grandes e firmes por minhas coxas. Consigo manter o controle e minha dignidade intactas, até ele afastar minhas pernas e espirrar bronzeador na parte interna das minhas coxas. Quando ele finalmente coloca as mãos onde está o produto, meu corpo treme. Literalmente treme. Percebo que ele notou, quando suas mãos apertam minhas coxas sutilmente, antes dele subir até minha bunda. A essa altura até os pelos dos meus braços estão arrepiados. Não era para isso ter se tornado algo sexual, devia ser algo simples. Mas agora sinto algo se revirando em meu estômago e a necessidade de apertar minhas pernas umas contra as outras. Ele sobe para minhas costas e seus dedos passam por baixo da cordinha do meu biquíni, até a lateral, perto dos meus seios, depois sobe até meus ombros e ele massageia um pouco antes de tirar as mãos. Viro meu rosto para o lado e o escondo da luz com a mão para pode enxergar. Faço menção de agradecer, mas ele já está a vários passos de distância. Acompanho sua silhueta desaparecer para dentro de casa. Suspiro de frustração e me controlo para não ir atrás dele. Em vez disso, abro meu livro e me contento com um romance alheio já que aparentemente nunca terei um próprio.