Capítulo 16

2.7K 315 45
                                    

Eros bufou agitado sentado na vasta mesa de jantar,onde os quatro reis esperavam impacientes Amora acabar de se encarar pelo reflexo de uma colher de prata.

-Já lhe assegurei que não envelhecerá mais!Esta tudo sob controle!-concluí,com uma imensa vontade de banir aquele talher dos quatro reinos.

-Quantos anos pareço ter?-questionou preocupada.

-Está apenas alguns anos mais velha Amora!-lhe assegurou,e realmente,parara o envelhecimento ao ponto de Amora ainda estar na flor da idade.

-Dangelo,quantos anos eu pareço ter?-perguntou direcionando seu olhar ao homem,ignorando totalmente a opinião de Eros.

-Querida,apenas alguns anos mais velha,se acalme-pediu,parecendo mais um clamor.

-Por que está tão preocupada assim Amora?-Vance estava com uma pulga atrás da orelha.

A jovem depositou a colher sob a mesa,para o animo de todos-Sebastian!E se eu envelhecer tanto ao ponto de não querer casar-se mais comigo?

-Então será um tolo!-devolveu Eros,batento com as pontas do dedos das mãos fortes contra a madeira.

-Não faltará pretendentes!-anúnciou Phoenix.

-Você está certo!-sorriu sugestiva-Não preciso me casar agora...-comunicou,e sem perceber todos sorriram de imediato-Mas,como Phoenix diz,aposto que em quatro reinos não faltará homens!-e como veio,os sorrisos logo trataram por sumir,dando lugar a três ceretas direcionadas ao ruivo.

Amora iniciou o jantar por si só,já que todos ao seu redor pareciam ter perdido o apetite sem razão aparente.

Os reis saíram do grande salão,assim que a protegida acabara de comer para resolver coisas de estado.E logo os dois brutamontes de sempre resguardam sua sombra.

-Tem alguma coisa errada?-questionou,virando-se rapidamente,após ouvir vários sussuros e cochichos.

Os dois se entre-olharam e o mais corajoso,partiu em sua direção, não sendo capaz de intimida-la.

-Todos os quatro reinos estão sabendo que energia negativa corre por suas veias.O povo fará um grande motim para levá-la a força!Você tem a marca!-criticou severamente.

-Sobre o que você está falando a propósito?-levantou uma das sobrancelhas-Isso é apenas uma marca de nascença!-defendeu-se.

-Todos nós sempre soubemos!Você é uma deles!Estamos em guerra a anos por sua causa!Sabe quantos inocentes morreram em batalha?Quantos jovens com menos de 12 anos morreram para defender-te?-agarrou o pescoço de Amora,como se fosse qualquer objeto.

-P-por minha causa?-indagou com dificuldade pelo forte aperto e a ardência que a armadura fazia ao roçar contra a pele de seu pescoço.

-Você enfeitiçou os quatro reis desde que chegou criança!Eles estão cegos pela bruxaria de seu povo!-cuspiu na cara da jovem-Mas eu te vejo!Não passa de uma puta herege!

A raiva se apossou por todo seu corpo,logo arrancou a espada da armadura do velho homem cortando em seguida sua cabeça fora.

Sangue espirou para todas as direções,concentrando-se em sua face.Que imediatamente passou os braços para enchegar seu assassinato.

-Ninguém irá me chamar de puta herege!-afirmou raivosa,jogando a espada contra o chão,já que,em breve segundos,suas mãos começaram a tremer em choque.

O outro,apenas saiu correndo como os covardes fazem.Deixando Amora a merce com um corpo sem cabeça.Sangue estampava todo o azuleijo branco e caminhava como uma cascata para os outros cômodos.

Matar era terminantemente proibido em Arundel e em todos os quatro reinos.Matar seu próprio povo era motivo de forca,e logo Amora viu-se sem saída.

Encostou-se contra a parede e posou a cabeça sobre os joelhos.Esperando pela sentença certa.

Antes que um grito sôfrego de socorro escapasse por sua boca,mãos sutis pousaram em seus ombros.

Era uma das amas de leite sorrindo acolhedora para a garota.Abraçando-a em seguida.

Senhora Pirns junto a outra jovens e senhoras limpavam o chão,enquanto outras colocavam o corpo dentro de um enorme saco preto.

A mulher conseguiu ao menos acalmar a jovem,e limpava seu rosto cantando uma antiga canção,que sempre cantavam para ela,quando criança.

-Por que estão fazendo isso?-questionou,analisando toda a cena.O corpo já não estava mais lá,e apenas outras que limpavam o sangue escorrido-Podem morrer por isso!

-Amora já é uma mulher.E a primeira coisa que tem que saber é que mulheres tem que ser unidas e ajudar uma as outras!

-Então está me ajudando apenas por ser uma mulher?-questionou franzindo o cenho.

-Não só por isso!-comunicou levantando-se.

O grupo de várias mulheres aos poucos foi se dispersando,possibilitando Amora ver novamente os azulejos brancos sem qualquer respingo de sangue.

A jovem correu rapidamente para fora do cômodo em direção ao seus aposentos,a procura do tal diário para voltar no tempo.Mais precisamente a 15 anos atrás,quando chegará ao castelo.Torcia para que a ruiva misteriosa estivesse naquela cerimônia,onde poucos corajosos tiveram a peripécia de contar.

Arrancou o vestido ensaguentado procurando por qualquer recipiente ao qual pudesse queima-lo e assim o fez.

Abriu as enormes janelas do quarto do terceiro andar,ala oeste,para que toda a fumaça presente evacuasse.

Arrancou o diário do esconderijo secreto,foleando várias páginas do final,apenas algo que remetesse a sua chegada ao castelo,talves até seu passado.

"Tudo estava como o planejado,porém as ordens mudaram!....[...]....estou a procura de uma criança especial.Não sei o porquê e raramente ficarei sabendo.Estou lutando contra minhas raízes,contra meu sangue.Não sei se vou conseguir.

Apenas quero paz!"

E nada mais!Amora vasculhou todo o maldito diário e apenas 8 linhas puderam ajudá-la.

Bufou impaciente,sua mente mirabolantes denota o que está claro!Ela era aquela criança!Era consequentemente uma filha das trevas.

Mas a qual preço os Reis pagariam por a proteger em seus palácios?

E por que estavam tão interresados em protege-la.

A menina sentou-se a beira da cama cansada,não os conhecia,nem ao menos se conhecia.

Sem que percebesse passos rápidos a alcançaram,e logo a visão turva pelas recorrentes lágrimas tornou-se nítida,era Vance a sua procura.

-Está bem princesa?Os brutamontes que mandei para protege-la sumiram....-questionou colocando uma das mãos em seus ombros e a  outra reencostou em seu queixo.

Lidou rapidamente com as lágrimas rebeldes,levantando-se em um pulo,o que bastou para perceber estar novamente de roupas inapropriadas.Isso está tornando-se constante.

-Estou!-concluiu,observando disfarçadamente o livro que por raiva tacara no chão antes.

Era marrom o suficiente para clamufar-se,mas não dos olhos curiosos de Vance.

O homem iria virar-se para acompanhar o olhar da pequena,quando foi jogado sobre a cama en um passe rápido.

-Na verdade...-começou tentando atrair toda a sua atenção para si,o que não foi uma das tarefas mais difíceis -Estou com tudo isso na cabeça e não consigo dormir!Você pode fazer cafuné em meus cabelos como quando criança?-questionou,a mais de 5 anos não sentia seu toque carinhoso.

-Claro pequena!-o homem se reencostou sob a cabeceira enquanto Amora subia em seu grande colo,debruçando a cabeça em seu peitoral-Estava com saudades disso!-comunicou beijando seus cabelos apaixonado,acarrissiando os fios longos de seus cabelos.

-Eu te amo Vence!-declarou-se,embora todo o amor platônico(o amor mais puro que exista) não fosse capaz de definir.Ouvir sua respiração devagar,acalmou-a.

-Eu também pequena!Eu também....

A Protegida dos ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora