Capítulo 27

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O jantar foi regado por um silêncio ensurdecedor por todas as partes.O Rei mantinha-se calado com seu típico olhar cortante,ao qual Amora não conhecia bem,mas já estava se acostumando.

-Pai...-Sebastian tentou pronunciar-se sendo rapidamente interrompido pelo outro.Com uma tosse forçada seguida de um olhar tenebroso.

Amora sentia-se novamente como uma criança,ao qual fizera algo errado e logo esperaria pelo castigo,mesmo sendo destinada diretamente a Sebastian.

-Eu não quero saber o que passou pela sua cabeça ao desobedecer um Rei...-as palavras sairam ríspidas e Amora pode ver o outro engolir em seco,e em reflexo fez o mesmo-Mas você fez o certo,filho-sorriu para a supresa de todos.

-Eu pensei que estaria decepcionado...-argumentou perplexo.

-Não,estou orgulhoso!Você pensou primeiramente em sua irmã e em como ficaria caso matasse Isabel-comentou encarando ambos,ainda que,cortasse o pedaço de carne em seu prato-E Isabel é uma de nossas melhores guerreiras...

Sebastian concordou e o jantar seguiu-se em silêncio,agora menos desconfortável quanto antes.

Amora estava em seu novo quarto,ao qual a todo custo tentava se acomodar e acostumar.

Deitou-se sobre a cama macia,observando o quarto escuro,logo passos pesados foram ouvidos pelos corredores.Os guardas da porta de seu quarto abriram passagem para que o Rei adrentasse o cômodo.

-Aconteceu alguma coisa?-questionou preocupada,sentando-se abruptamente sobre a cama.

-Não,querida!-aproximou-se sentando a beirada dela-Apenas queria dar lhe um beijo de boa noite!-suspirou,se aproximando e depositando um beijo carinhoso em sua testa.Levantou-se rapidamente na intenção de sair,quando Amora interrompeu seus passos.

- Você pode me falar sobre minha mãe?-questionou,com a curiosidade de uma pequena criança.

Henry sorriu,voltando a sentar-se.Gostava de relembrar de sua falecida esposa.

-O que quer saber?-questionou.

-Como se conheceram?-virou-se de lado atenta a toda a história que logo começaria a contar.

-Sua mãe era uma mulher com um temperamento difícil,e não sou eu que estou dizendo,todos falavam.Possuia uma inteligente e visão de mundo superior a todos da época:propunha e pregava a paz entre os dois mundos.

Sua visão não era aceita na época,visto que,foi uma das piores de todos os tempos.Acabavamos de sair de um guerra árdua,milhares como nós fomos dizimados,sequestrados e expostos como hereges e aberrações.

E lá estava ela,com ideias loucas sobre uma paz mundial,ninguém entendia,ou lhe dava ouvidos,mas eu dei e foi a melhor decisão de minha vida.

O rei esperava que me casasse logo.Ela foi meu primeiro amor,uma paixão sem limites.Então foi a minha escolhida.

O primeiro trato de paz á anos entre os dois mundos foi assinado por ela.De alguma forma ela conseguia convencer aqueles que lhe davam a mínima atenção possível.

Achei que não poderia amar alguém tanto quanto a amava,quando você nasceu descobri que sim,era capaz.

-Ela parecia ser incrível...-comentou sorridente.

-E era!-olhou-a orgulhoso relembrando como lutara com unhas e dentes para que não matassem Amora-Eu te amo!-concluíu,levantando-se-Boa noite,querida!

-Boa noite,pai...

Seus olhos se fecharam,mas sua mente trabalhava em esculpir o retrato de sua mãe.Então adormeceu sorrindo.

Um vento gélido atravessou as grandiosas janelas do cômodo pertubando o sono de Amora.Descoberta,logo acordou com uma corrente de ar que perambulava pelo seu quarto,assim como uma sombra negra encostada sobre a janela.

Não havia luz de velas para que pudesse ver,nem ao menos a lua dava as caras para ajuda-la,mas a mesma corrente de vento trouxe o cheiro familiar,que nunca desconhecera.

-O que faz aqui?-questionou ríspida.

Sebastian caminhou de braços cruzados para onde a escuridão não fosse tão presente.

-Eu não consigo ficar longe de você,sabendo que apenas uma parede nos separa...-confessou,caminhando até a cama.

-Sebastian....-o fôlego preso escapou por seus lábios perdendo todo e qualquer raciocínio que estava sendo constituído-Por favor...-exclamou.

-Não!Eu não posso mais....-sussurrou,jogando seu corpo sobre o dela-Eu preciso ouvir de sua boca,que me quer...-suas mãos alcançaram seu rosto acariciando levemente.

-Isso é errado...-anúnciou por um fio de voz.

-Não,Amora.Não há nada de errado em amar...

Seus lábios se escontaram sob os delas carinhosamente,como se os abraçasse e os domina-se.

Não conseguia lutar contra a sensação que a apossava.Rapidamente enfiou suas mãos nos cabelos sedosos de Sebastian,retrubindo auvorosadamente todo o desejo.

Ajudou-o a retirar a blusa impertinente,destrubindo beijos por todos os lados,aos quais alcançava e podia.

Sentia seu corpo ferver,e logo as veias negras a dominavam por todo o corpo.Seus olhos ficaram negros como os céus à noite,e Sebastian segurou suas mãos,preocupado.

-Essa sou eu agora!-comunicou.

Como se lhe faltasse ar,acordou desesperada olhando para os quatro quantos do extenso cômodo,encontrando apenas e unicamente a solidão escura.

Passou as mãos por seus cabelos terrívelmente bagunçados,encontrando logo após uma pele extremamente suada e febril.

Levantou-se da cama em direção ao banheiro procurando se refrescar e livrar toda a pesada tensão que consumia seu corpo.

Banhou sua testa e nuca,com a trilha sonora ao fundo tremendamente irritante de gotas que pingavam da torneira para a banheira.

Caminhou até a quase enferrujada e esplanada de seu eixo cinzento,encontrando a imensa poça que havia se formado,analizando seu reflexo paládio e tremendamente sombrio.

Antes que soltasse toda a água acomulada e destampasse o ralo,viu olhos tão conhecidos sobre ela.Aqueles que pareciam apressiar e olha-la com tamanha intensidade que
faltou-lhe ações.

O aglomerado de fórmulas H2o se uniram formando a presença incontestável daquele que de alguma forma mexia com a frenesia de seu coração.

E lá,estava ele,de todas a formas possíveis,assustando ela que acabara por cair sentada pelo impacto que lhe aflorava.

Seus olhos a encaravam fixamente,sua pele parecia real demais,os mesmo tons e sardas.O mesmo brilho e talvez maciez.

Nu.

Reencostou o rosto sob a beirada a banheira branca sem mencionar nenhuma palavra,apenas apreciar sua menina assustada.

A Protegida dos ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora