Capítulo 24

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Em algum momento,quando Amora estava entre descobrir o mundo e fazer perguntas sobre tudo ao seu redor,arrancando risadas de Dangelo com o quanto sua curiosidade havia se aguçado,fez a mais temida delas:

-Onde estão meus pais?-questionou olhando os quatro Reis,que por algum momento prenderam o ar simultaneamente sem saber como  satisfarião seu novo interrese.

-Bom pequena...-Dangelo foi o primeiro a se aproximar e pega-la ao colo,caminhando pelo extenso jardim do Palácio,tentando a distrair com as flores e ramos que fazia surgir em troncos de árvores-Olha como essa é bonita...Igual a você!-estendeu uma das flores mais exóticas que poderia produzir,tão chamativa que de repente os olhos coloridos se viram perdidos,não por muito tempo.

-Você não respondeu minha pergunta!-anúnciou cruzando os bracinhos gordinhos e fazendo um biquinho,emburrada.

-Nós somos a sua família!Somos tudo que precisar:um pai,uma mãe ou irmão!Um protetor ou amigo...

A menina agarrou seu pescoço em um abraço e logo começariam outra brincadeira de pique esconde ou pega pega e para o alivio dele,nunca mais ela tocou no assunto.

Os três Reis observavam Amora correr pelo grande campo verde,próximo a grande muralha,enquanto Dangelo voltava ofegante para que trocassem de turno.

-Como pode um guardião ser derrotado tão facilmente por uma menininha...-debochou Phoenix quando o via se jogar sobre o chão,exausto.

-Quero ver se vai falar a mesma coisa quando ela pedir para usar suas habilidades contra si mesmo...-comentou sorrindo lembrando-se quando pediu para criar um campo cheio de flores,junto a uma rosa enorme,com uma casinha para que pudesse brincar.

-O que respondeu a ela?-Eros questionou procupado,mudando o rumo da conversação.

-Que agora somos a família dela e tudo o que ela precisar...

-Não estou certo que fizemos a melhor escolha...-Vance argumentou de braços cruzados,estava sempre relutante em relação a Amora-Por nossa negligência no futuro pagaremos em guerra...

-Estamos a protegendo aqui,por que é o melhor a se fazer!-Eros revoltou,não gostava que duvidassem de suas ordens-Se as trevas a quer,então a queremos em dobro!Nunca se sabe, é uma criança agora mas futuramente poderá ser uma arma!

Dangelo e Phoenix não gostavam da direção em que a conversa estava tomando,já que,eram os mais apegados a criança até aquele momento,e antes que pudessem defende-lá,Eros franzio o cenho olhando ao horizonte.

-Onde a menina está?

Rapidamente todos correram em direções opostas para todos os cantos possíveis,Dangelo adrentrava ao labirinto no jardim,enquanto Phoenix  em direção ao Palácio,Eros a muralha e mesmo Vance relutante,uma pontada agonizante o  atingio,gritando aos quatro ventos por seu nome.

E antes que uma virtigem lhe atacasse,correu junto a Eros para a pequena que recebia doces de um homem desconhecido.

Rapidamente a pegaram no colo,tirando os doces que pareciam inocentes mais que nada eram.

Vance puxou a espada em direção a sua garganta,furioso.

-Me dê essas balas!-pediu ao outro,que jogou em suas mãos,enfiando rapidamente guela a baixo das do homem-Gosta de envenenar meninas inocentes?-questionou abruptamente descontrolado,vendo o mesmo se engasgar com o próprio veneno.

Nesse ponto,Eros a distraia caminhando de volta ao campo,e ambos puderam ouvir os gritos que tentou a todo custo abafar com as mãos.

-ELA NÃO É INOCENTE!ISSO É UMA ABERRAÇÃO!-e antes que pudesse cuspir mais palavras nojentas Vance atravessou sua espada pela guarganta do homem.

Os olhos da menina se arregalaram com os gritos agonizantes,mas Eros olhou com tanto carinho e compreensão que logo sorriu tristemente.

-Onde você pensa que estava indo?-questionou.

-Estava tentando ir ao outro lado para me esconder...-comentou totalmente inocente.O "outro lado" nada mais era que fora das muralhas,onde o caus e o perigo apenas multiplicaria.

A menina reencostou a cabeça em seus ombros para tentar fugir do olhar furtivo que levara e logo pode escutar um sussurou como:"Você nunca atravessará as muralhas!Nunca!"

Amora se revirava na cama a contragosto,seu corpo embora desconhecia todo o ambiente e relutava para que a garota não pregasse os olhos aquela noite.

Odia-los estava cada vez mais difícil pois sua cabeça insistia em relembrar momentos que nada tinha haver ou que estavam esquicidos no fundo de sua mente com o tempo,mas relembramos constantemenete agora.

Era o preço a se pagar por ter memórias tão claras como aquelas.

Era o preço a se pagar por não conseguir controlar-se,mesmo parecendo estável no fim das contas.

Apenas um enorme vazio angustiante aumentava conforme a noite lutava contra o dia ao lado de fora.

Depois de tantas mentiras,o mais difícil era acreditar que tudo o que passou uma vez pode ser real.As lembranças a afogavam em um mar de solidão,ao ponto de levantar-se da cama sem ar.

Pretendia ser o mais forte que puderá,mas estava falhando miseravelmente nos primeiros segundos.

Correu os olhos pelo papel amassado em cima de um escrivão no quarto.O papel rasgado que despedaçou seu coração.

E como um suicida,caminhou em direção a ele vendo as levianas palavras que tanto lhe afetavam,palavras de um homem ao qual amou,palavras dele...

E como uma lâmina aquilo a cortou.

"Para o Regente de meu Reino,Eros...

Mais uma vez a guerra se aproxima de nós e por minha culpa.Minha teimosia por querer criar uma pobre garota de olhos iguais ao meus e portanto sim,talvez me arrependa....

Achei que a protegendo atrás das muralhas nada fosse mudar lá fora,mas isso foi pura ingenuidade minha,pena não ter dado ouvidos a Vance quando pude.

Me levei pela pena e estou pagando,por onde eu olho só a caus,mortes e sangue.Sangue de pessoas que confiaram em um Rei tolo.

Tolo por achar que a menina de alguma forma fosse importante.Tolo por criar uma guerra desnecessária,tolo por achar que poderia usa-la como nossa arma quando nem ao menos para isso ela serve....[...]..."

As lágrimas borravam o pedaço de papel com a caligrafia inconfundível dele,tão forte que demarcava o outro lado do pepel.

A carta que seu pai lhe dera provando que tudo que viveu não passou de uma terrível ilusão.

Jogou o papel para longe onde seus olhos não o preocurariam mais,deitando novamente só que com a cabeça pendurada para fora do colchão,fechando os olhos,se recusando a derramar mais lágrimas.

Amar arrebatava e amar também arrebentava.Amora naquela noite descobriu que os amava mais do que desejava ou pensava ser possível,de todas as formas que o amor possa existir.

Mas descobriu junto que o amor quanto a ilusão arrebentavam sem eufemismo,todo o coração.

Quebrantada e dividida,vazia e despedaçada.

"-Filha,amor não lhe trará nada de bom!-argumentou Henry quando estavam ainda na biblioteca,naquele mesmo dia-Eu sei que os amou,e enquanto você os tratava como Deuses,eles a tratavam como uma boneca,ou pior,uma peça no jogo de xadrez".

A Protegida dos ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora