7. A casa de chá

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MAIO DE 1817,

"A MÃE DOS MEUS FILHOS."

Fazia duas semanas que Tessa tinha debutado. Naquelas duas semanas, depois que Henry dedicara toda a sua atenção a ela nos dois primeiros bailes, a lista de pretendentes de Tessa tinha se expandido exponencialmente, e, o melhor de tudo, somente cavalheiros abaixo dos trinta anos, que viram a atenção do futuro marquês sobre ela e decidiram concorrer pela sua atenção.

Margot estava nas nuvens, aceitando todos os cavalheiros e seus presentes, fazendo Tessa dedicar sua atenção a cada um deles. Mas a verdade era que ela ansiava pelas visitas de Henry todos os dias depois dos eventos da alta sociedade. Em duas semanas, ele já tinha lhe feito dez visitas, não que ela estivesse contando cada uma delas e criando esperanças, mas ela sabia perfeitamente que tinham sido dez visitas e aproximadamente cinquenta daquelas perguntas da lista deles. Os dois tinham feito caminhadas pelo parque, sentado lado a lado em uma noite na ópera, dançado pelo menos duas vezes em todos os bailes e conversado e rido muito juntos. Margot a proibira há muito tempo de fazer aquilo por um cavalheiro que ainda não tivesse pedido a sua mão, mas Tessa estava terrivelmente apaixonada por Henry e não tinha nada que pudesse fazer para evitar aquilo, ela já estava até planejando os nomes dos futuros filhos dos dois.

Com um sorriso entusiasmado, Henry a ajudou a descer da carruagem e depois ajudou a dama de companhia que sempre os acompanhava. Naquela tarde, Henry tinha convencido Margot a permitir que ele levasse Tessa à uma casa de chá no centro da cidade para o chá da tarde. Como não era um dia após um evento da alta sociedade e não apareceriam outros cavalheiros para cortejar Tessa, Margot não viu problemas em permitir que os dois saíssem para o chá da tarde, desde que Oliver fosse junto e ficasse de olho neles.

Tessa pousou a mão no braço que Henry lhe ofereceu e os dois seguiram para dentro do café, com Oliver os seguindo como um cão de guarda. Eles escolheram uma mesa e se sentaram, a criada ficou a algumas mesas de distância.

- Então... – indagou Tessa, sorrindo para ele. – Qual é a primeira pergunta de hoje?

Ela se sentia cada dia mais ansiosa pelas perguntas dele, que ficavam cada vez mais complexas e intimas.

Henry deu um sorriso muito confiante a ela.

- Como gosta do seu chá? – indagou ele. Tessa franziu a testa. – Acho que nunca perguntei. Isso pode dizer muito sobre alguém.

Tessa esperava uma pergunta mais elaborada, mas achou que tudo bem começar por essa.

- Forte, apenas com açúcar. Sem creme, leite ou qualquer outra coisa. – respondeu.

A sobrancelha dele se ergueu.

- Forte e doce. – comentou ele, reflexivo. – Exatamente como você.

Ela se sentiu ruborizar, sorrindo em agradecimento, como sempre que ele a elogiava.

- E como gosta do seu? – perguntou Tessa.

- Forte e com leite, sem açúcar.

Tessa pensou por um momento.

- Me desculpe, mas não sei o que isso possa dizer sobre você.

- Eu também não. – Admitiu ele e deu de ombros com um sorriso nos lábios.

Uma funcionária da casa de chá apareceu e anotou o pedido dos dois, voltando logo em seguida com um prato de bolinhos quentes e um bule de chá com duas xícaras. Henry até mesmo foi cortês e mandou que a funcionária servisse algo para Oliver na outra mesa, o que a criada quisesse do cardápio.

Amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora