15. A ópera

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JULHO DE 1817,

"ME DEIXE AMÁ-LA, TESS."

Para um casal inexperiente, o primeiro mês de casamento de Tessa e Henry acabou sendo bem movimentado. Os dois não tinham saído de casa para nada e nem recebido visitas, na primeira semana mal saíram do quarto e, nas semanas seguintes, um não podia passar perto do outro. Cada cômodo da casa tinha sido "batizado", eles tinham feito amor em cada lugar possível e, naquele ritmo, Tessa estaria grávida antes do primeiro aniversário de casamento.

Ela tinha saído de casa naquela tarde apenas para se despedir da sua família, que estava retornando para Gruffin antes mesmo do fim da temporada social, já que o objetivo ali já tinha sido cumprido. Quando Tessa voltou, Henry estava no escritório e, assim que colocou os olhos nela, o marido tinha puxado Tessa para o próprio colo, em pouco tempo os dois estavam fazendo amor sobre a mesa de trabalho dele.

No momento, Tessa estava acabando de arrumar seu vestido com a ajuda de uma criada da casa e Henry estava parado na soleira da porta, admirando-a. Naquela noite, eles teriam o primeiro compromisso social de Tessa como a Sra. Baker, futura marquesa de Dempster, e ela estava ansiosa e apreensiva.

A criada acabou de prender o corpete e se despediu com uma mesura educada, saindo do quarto. Em poucos passos, Henry estava atrás da esposa e segurando a cintura dela nas mãos enquanto olhavam-se no reflexo do espelho.

- Você está linda. – disse ele, depositando um beijo no pescoço dela. – Acho que vou ficar com ciúme dos outros olhando para você a noite toda.

Tessa sorriu. Henry beijou-a logo abaixo da orelha e Tessa sentiu a pele arrepiar.

- Henry... – sussurrou ela, tentando esquivar-se do contato com os lábios dele. – Se continuar com isso, não vamos conseguir sair desse quarto.

Henry riu contra a pele dela.

- Quem precisa ir à ópera quando se pode ficar na cama com uma esposa tão incrível como você? – indagou ele, as mãos percorrendo o corpo dela e segurando os seios por cima do vestido.

Ele sabia como aquilo a afetava, como fazia Tessa se incendiar, e estava usando esse conhecimento contra ela. Tessa fechou os olhos por um momento e soltou um suspiro desejoso com os lábios de Henry lhe explorando o pescoço.

- Nós precisamos ir à ópera. – falou Tessa. – Seus pais estão esperando por nós.

Henry apoiou o queixo sobre o ombro dela e olhou-a nos olhos pelo reflexo do espelho.

- Eles vão entender o recado quando não aparecermos para ocupar o camarote da família. – falou Henry. – Meus pais nos perdoarão quando dissermos que estávamos fazendo herdeiros para Dempster.

Tessa riu.

- Não acha que é cedo demais?

- Estamos treinando para quando chegar a hora. – Ele deu de ombros.

Ela se virou nos braços do marido e envolveu o pescoço dele com os braços.

- Faz um mês que nos casamos, está na hora de colocarmos os pés para fora de casa.

- Vinte e nove dias. – Corrigiu Henry. – Completamos um mês amanhã. E vamos comemorar a data em grande estilo.

Tessa arqueou uma sobrancelha. Não sabia que teriam comemoração.

- Ah, é? – indagou. – E como, exatamente, comemoraremos?

- É. Uma. Surpresa. – Ele disse pausadamente, depositando beijos nos lábios da esposa.

Amor esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora