MAIO DE 1817,
HENRY FINALMENTE PEDE TESSA EM CASAMENTO.
Tinham se passado oito dias desde a tarde na casa de chá, Henry tinha ido visita-la todos os dias, menos no domingo, e tinham monopolizado a atenção um do outro em todos os eventos da alta sociedade. Margot não ficara nada feliz quando Tessa negara um pedido de dança de outro cavalheiro porque estava esperando Henry chegar à um baile. Enquanto ele não pedisse a mão dela, Tessa não lhe devia fidelidade alguma para as danças, dissera a mãe, mas Tessa discordava, seu coração e suas danças eram apenas de Henry.
As perguntas estavam se acabando a cada dia, Tessa tinha perdido a conta, mas já tinham passado das cem, isso era certeza. Naquele dia, os dois tinham saído para um passeio pelo parque logo após o almoço, Henry aparecera mais cedo que de costume. Oliver estava cada vez mais longe e os dois cada vez mais perto. Já deviam ter passado das dez perguntas daquela tarde e Tessa estava curiosa sobre algo.
- Posso perguntar uma coisa? – indagou ela, a testa franzida.
- Qualquer coisa. – disse ele.
Tessa sorriu.
- De onde tirou todas essas perguntas? Aposto que não se sentou com papel e tinta e listou todas elas.
As bochechas de Henry assumiram um tom rosado que só deixou Tessa mais curiosa.
- Eu... é... – Gaguejou ele. – Você me olhará diferente quando souber isso, não vou contar agora. Talvez no futuro.
Tessa franziu a testa, morta de curiosidade e divertimento por vê-lo parecer tão constrangido.
- O que pode ser tão constrangedor assim, Henry? – perguntou com um sorriso enquanto andavam. – Me contou coisas bem mais constrangedoras que isso, que podem ferir o ego de muitos homens, o que pode ser pior?
Ele ficou ainda mais vermelho.
- Contarei no futuro, Tess. – disse ele, e Tessa aceitou. Ele tinha adquirido o costume de chama-la de Tess nos últimos dias, dizendo que Tessa era quase o nome dela e que ele precisava de um apelido para ela. Tessa tinha amado, ver os lábios dele dizer aquela pequena palavra cheia de sentimentos fazia seu coração acelerar e seu corpo esquentar.
- Tudo bem. – Concordou ela. – Então qual é a próxima pergunta da sua lista, Henry?
Os dois deram alguns passos, Henry parecendo pensativo.
- Espere, preciso pensar por um momento. – pediu ele.
Tessa sorriu e concordou enquanto continuavam a caminhada. Henry ficou diferente ao seu lado, mais empertigado e respirando mais aceleradamente, os dois andaram alguns metros antes de Tessa erguer o olhar para ele, então Henry parou e ficou de frente para Tessa.
- A pergunta mais importante de todas. Essa é A Pergunta. – Ele disse e o coração de Tessa acelerou. – Depois de exatamente cento e vinte e nove perguntas, de mais de vinte passeios e visitas, quase dois meses em que conheci você melhor do que qualquer um já conheceu em tão pouco tempo. A pergunta de número cento e trinta da minha lista, Tess...
Henry ajoelhou, no meio do parque, e Tessa arregalou os olhos.
- Theresa May Hildegart, você aceita ser minha esposa?
O olhar de Henry estava receoso, hesitante, apaixonado, amedrontado, feliz e desesperado. Algumas pessoas que passavam pararam para assistir e a primeira lágrima escorreu pela bochecha de Tessa, ela cobriu a boca com a mão, olhando para Henry ajoelhado à sua frente.
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Amor esquecido
Ficção HistóricaLivro 2 da série Os Hildegart. Em 1817, Tessa Hildegart foi convencida pela mãe a debutar no continente e passar sua primeira temporada lá, tentando fisgar um marido. O plano de sua mãe foi bem sucedido, Tessa e o futuro marquês de Dempster se apai...