chapter 7

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Jungkook

Como prometido, procurei por Rosé no outro dia. Implorei para que Lisa me enviasse o endereço de onde Rosé trabalha, mas até isso foi difícil. Agora, às 19h da noite, estou em frente a uma escola de reforço.

De dentro do carro, pude ver Rosé saindo da escola, na companhia de uma mulher que aparenta ser um pouco mais velha que ela. Saí do veículo e sua atenção veio para mim. Ela não escondeu o desgosto.

— Ah, não. — sibilou baixinho.

— Quem é ele? — a mulher de cabelos negros perguntou.

— O cara que derrubou café em mim. — Rosé disse ignorando minha presença.

Dei um passo em sua direção.

— Vim conversar com você.

Ela me encarou.

— Conversar comigo? — perguntou ela. — Ou veio me ofender de novo? Melhor, veio ofender meu trabalho.

A de cabelos negros olhou de Rosé para mim.

— Ouça, hoje não tive um dos melhores dias, então não será nem um pouco difícil eu matar você.

— Não vim te ofender. Vim pedir desculpas. — digo levantando as mãos, mostrando rendição.

Ela ergueu as sobrancelhas.

— Veio por conta própria ou porque Lisa pediu?

Por que diabos ela faz tantas perguntas? Eu só queria conversar com ela, vai ser mais difícil do que pensei.

— Por conta própria. — disse. Lisa não chegou a pedir que eu fizesse isso. — Na verdade, Lisa nem queria me mandar o endereço do seu trabalho.

Rosé semicerrou os olhos para mim.

— Preciso ir, apesar de eu querer muito assistir esse espetáculo. — disse a mulher ao seu lado.

— Te conto depois onde escondi o corpo. — Rosé disse e a outra riu. — Até amanhã, Jisoo.

— Até amanhã, Roseanne. — disse Jisoo se afastando de nós.

Encarei Roseanne de novo e ela estava se aproximando.

— Roseanne? Suspeitava que Rosé não fosse seu nome.

Ela cruzou os braços, mostrando mais o decote da blusa de cor vinho. Desviei meus olhos o mais rápido que pude e encarei seu rosto.

— Manda a ver. O que quer falar?

— Quer... Comer alguma coisa?

Seu rosto mostrou surpresa. Ótimo, estava funcionando.

— Quer pedir desculpas e ainda me levar pra jantar? — perguntou ela. — E eu achando que minha noite seria sem graça.

— Estou falando sério. Escolha um lugar.

— Hum. — ela pensou. — Há um restaurante aqui perto, vamos andando. — ela deu mais um passo e ficou bem perto de mim. — Não faça eu me arrepender de aceitar isso, Jungkook.

De fato, o restaurante era perto e não andamos nem cinco minutos. Fizemos nossos pedidos e pegamos uma mesa nos fundos do estabelecimento. Observei Rosé digitar algo em seu celular, colocá-lo na bolsa e me encarar logo depois.

— Sabe, eu vejo em seu rosto que está arrependido. Mas gostaria de verdade, ouvir o que tem a dizer.

— Fui um babaca com você ontem.

Ela deu um sorriso presunçoso e se apoiou na mesa, interessada.

— Começando bem.

Tentei não revirar os olhos, como ela sempre faz.

— Não devia ter insultado você e seu trabalho. — comecei. — Não tive motivos pra isso, mas estava com raiva. E isso me torna ainda mais escroto.

— Definitivamente.

— Não tivemos um bom começo. E ver você como amiga da minha melhor amiga, me afetou.

— Que ciúmes bobo. — provocou ela.

— Tem razão. Foi muito imaturo da minha parte. — eu analisei seu rosto, continuava sério. — Você nunca me ofendeu e nem criticou o meu trabalho, não tive motivos pra te tratar daquela forma. Foi extremamente desnecessário. Quero me desculpar e pedir uma trégua.

— Ok... — ela parecia digerir tudo o que eu disse, e alguns segundos se passaram. — Desculpas aceitas. — disse Rosé. — Mas...

É claro que tem um mas.

— Também quero me desculpar. — ela falou. — Estraguei suas coisas naquele dia, te xinguei e ainda discuti com você no seu próprio bar. Você fez um ótimo trabalho pedindo desculpas primeiro, sou orgulhosa demais pra isso. E não vou negar que seu insulto me atingiu.

— Me desculpe.

— Tudo bem. Foram conflitos imbecis, pra caralho, mas passou. — Rosé suspirou.

Ótimo. Tudo resolvido.

— Enfim, espero que a gente se entenda a partir de hoje. — falei, e fui sincero.

— Eu também. — ela assentiu e me olhou. — Mas não somos amigos.

Ok. Eu não esperava por isso. Tudo bem, eu não estava pedindo para ser amigo dela. Isso nunca daria certo, nem com trezentas tréguas feitas entre a gente.

— Nós nos entendemos como adultos e agora iremos seguir nossos caminhos, como queríamos fazer antes. É claro que não vamos ser desrespeitosos um com o outro quando nos virmos. — eu assenti. — Nada de intrigas, provocações e insultos. Essa é a trégua.

— Certo. Tudo bem.

Observei ela dar um meio sorriso antes de o garçom chegar com nossa comida. O jantar foi tranquilo, quase todo em silêncio. Falamos sobre o restaurante, a comida e um pouco do trabalho. Foram coisas breves, logo o silêncio voltou à nossa mesa. Rosé insistiu que eu dividisse a conta para que ela pagasse também, tentei convencê-la de que só eu iria pagar mas ninguém impede essa mulher. Ela é determinada demais.

Saímos juntos do restaurante e paramos na calçada. Senti a brisa fria beijando meu rosto e fechei os olhos por um momento, quando os abri, Rosé olhava pra mim.

— Quando eu disse que não somos amigos, não quis dizer que isso nunca irá acontecer. — ela disse. — Ninguém sabe o dia de amanhã. Nós só temos que esperar essa onda de desculpas passar.

— Eu entendo. Você tem razão.

Rosé deu um pequeno sorriso.

— Obrigada pelo jantar, Jungkook.

Eu sorri de volta.

— Não há de quê.

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Não dou dois capítulos pra eles estarem brigando de novo, e vocês? KKKKK

𝐄𝐒𝐁𝐀𝐑𝐑𝐀-𝐌𝐄 | 𝑹𝒐𝒔𝒆𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora