chapter 12

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Rosé

A semana foi exaustiva. Hoje, sexta-feira, só me dei conta de que o final de semana chegou quando eu me joguei no sofá. Finalmente!

Semana passada eu tive que ajudar Jennie com a mudança, isso fez com que parte dos meus trabalhos da faculdade ficassem atrasados, então essa semana foi de puro terror e dor de cabeça. Mas agora estou agradecendo por ter terminado tudo e poder relaxar no meu sofá.

Trabalhar o dia todo, fazer os trabalhos da faculdade quando chegar em casa e dormir depois das duas da manhã. Essa foi a minha rotina durante essa semana e alguns dias da semana passada. Pois é, exaustiva mesmo.

— Uma banheira quente, uma garrafa de vinho e salgadinhos. — murmurei de olhos fechados. — É disso que eu preciso.

Antes de eu renovar minhas forças para levantar e caminhar até o meu banheiro, ouvi meu celular tocar dentro da bolsa. Choraminguei, esse som nunca foi tão irritante na minha vida. Me levantei devagar e peguei o celular para atender.

— Oi Jennie. Tudo bem? — digo ao atender.

— Rosé, hã... — minha irmã começou. — Precisamos ir à casa dos nossos pais.

Ah, que maravilha. Era tudo o que eu mais desejava para hoje.

— Pra quê?

— Eles vão se divorciar.

— Como?

Eu nem acredito que estou entrando na rua da casa dos meus pais. Os meus planos não eram esses, então estou de mau humor sim. Como assim se divorciar? Do nada!

Não dou a mínima pra isso, se quero ser sincera, mas Jennie insistiu tanto que eu viesse com ela que eu não pude dizer não. Mereço um prêmio por ser tão compreensível. Minha mãe ligou para Jennie avisando, e disse para que ela me contasse a notícia. Que tipo de mãe faz isso? É algo que eu nunca vou entender, de verdade.

Desci do táxi e pedi para que ele esperasse ali, eu tinha certeza que não ia demorar. Não suporto passar três minutos nessa casa e ao lado deles.

Jennie me esperava na calçada, com as mãos no bolso do casaco e o rosto preocupado. Eu até entendo a Jennie, ela gosta dos nossos pais e está triste com essa notícia, mas eu não sou obrigada a me sentir da mesma forma. Eles não são dignos de minha preocupação.

Respirei fundo e coloquei o meu semblante mais sério e frio possível.

— Como você está? — perguntei me aproximando.

— Eu não sei. — disse ela. — Estou bem, mas ao mesmo tempo triste.

— Entendo.

— E você? — é claro que ela ia perguntar.

— Bem. — digo. — Vamos entrar.

Abri o portão e subi as escadas em direção a porta. Por incrível que pareça, eu não estava nervosa, nem um pouco. Da última vez que vi meus pais, fui humilhada em frente a nossa família enquanto a comemoração do dia 4 de julho acontecia. Não me rebaixo para eles, não me calo e me recuso a deixar o nervosismo me dominar.

Por isso, abri a porta determinada e firmemente, alcançando o olhar dos dois que estavam sentados na sala. Minha mãe estava sentada em uma das poltronas e meu pai no sofá maior, bem distantes um do outro. Jennie rapidamente apareceu atrás de mim e pareceu reparar nisso também.

— Vocês vieram. — foi tudo o que meu pai disse.

Nenhum olá, nada de cumprimentos e olhares. Nenhum deles olhou para nós, ou melhor, para mim.

𝐄𝐒𝐁𝐀𝐑𝐑𝐀-𝐌𝐄 | 𝑹𝒐𝒔𝒆𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora