chapter 18

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Jungkook

Quando acordei, Rosé ainda dormia em meu peito. Ela segurava firme em minha camisa, como se de alguma forma estivesse tentando se proteger. Eu espero que o que aconteceu ontem não esteja perseguindo-a em seus sonhos.

Devagar, tentando não acordá-la, peguei meu celular para ver as horas. O quarto ainda estava meio escuro, então está amanhecendo. Eram quase cinco horas.

Eu deveria ir pra casa porque estou com visita. Minha prima Yeji, de Nova York, veio passar alguns dias em Boston. Eu joguei minhas chaves pra ela ontem, — quando recebi a mensagem de Rosé no bar — sem dar explicações. Ela passou a noite sozinha na minha casa, e vindo de Yeji, pode ser um pouco preocupante.

Confio na minha prima, claro, mas ela age sem pensar às vezes. Isso, com suas opiniões e escolhas diferentes, fez com que ela se tornasse a ovelha negra da família Jeon, mas ela não se importa nem um pouco. Eu também não me importo, ela é divertida.

Mas acho que não faz sentido eu ir embora agora, Yeji deve estar no décimo terceiro sono e eu não quero acordar Rosé. Acabei pegando no sono de novo depois de alguns minutos.

[...]

— Ei. — senti alguém me cutucar. — Jungkook. Acorda.

Abri os olhos devagar. Rosé estava sentada ao meu lado, tentando me acordar. Ela ainda vestia seu pijama de frio, o cabelo estava solto e desgrenhado e o rosto sonolento. Acho que ela nunca esteve tão linda.

— Você dorme de olhos abertos? — perguntou ela e eu ri.

— Não. — falei. — Mas o Taehyung sim.

— Sério? — ela fez uma careta. — Isso é horrível.

— É assustador. — digo esfregando os olhos e me sentando na cama. — Acordou agora?

— Sim. Eu preciso trabalhar.

— Você está bem?

Rosé me encarou. Aparentemente ela estava bem, não sei por dentro...

— Estou. Vou vir direto pra casa quando sair do trabalho, e não irei vir andando, pelo menos por alguns dias.

— Certo. Tenha cuidado.

Ela assentiu com a cabeça.

— Eu vou ter.

Nos encaramos por alguns segundos. Rosé estava pensando muito, isso me preocupa, porque quero saber o que se passa na mente dela. Quando ela percebeu que eu tentava decifrar suas expressões, desviou o olhar e se levantou da cama.

— Estou preparando o café. Venha comer.

— Está bem.

Observei ela deixar o quarto. É engraçado o fato que já dormimos na mesma cama duas vezes, como se fôssemos íntimos, sendo que nós mal conhecemos um ao outro. Fui ao banheiro e depois saí em direção à cozinha, Rosé estava se sentando à mesa. Me sentei na cadeira de frente para ela e me servi.

— O que você faz durante o dia? — ela perguntou. — Você dorme?

— Costumo acordar bem tarde, porque eu saio do bar de madrugada praticamente. Mas eu tenho outras coisas pra fazer, além de dormir.

— Humm.

Rosé mordeu um pedaço de pão e eu a observei mastigar. Suas bochechas ficaram cheias e fofas, me pequei dando um sorrisinho para ela. Quando Rosé se deu conta, arregalou os olhos e pegou um papel toalha.

— Minha boca está suja?

— Está. — menti.

Ela passou o papel toalha no canto dos lábios e me olhou de novo.

𝐄𝐒𝐁𝐀𝐑𝐑𝐀-𝐌𝐄 | 𝑹𝒐𝒔𝒆𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora