capítulo 2

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Pov's Malia

Assim que termino de pagar, sigo para frente da loja vendo a morena encostada me esperando. Andamos até uma espécie de café, nós sentamos na mesa 05 e pedimos duas águas com gás.

- então, qual é seu nome? - ela pergunta.

- Malia, e o seu?

- Gabriela. Você não é daqui não né? 

- não. - rio pelo fato de todo mundo perceber o sotaque. - Sou de Salvador, vim para o Rio por causa do trabalho.

- à sim, já conhece o Rj?

- não, é a primeira vez aqui. Até o meu apartamento, meus pais que resolveram. 

- Olha, você vai gostar. Eu até te indicaria uns pontos turísticos mais carioca de verdade nunca nem foi no pão de açúcar. - ela ri da sua própria piada.

- bom já que é assim, Bahiano de verdade nunca foi no Pelourinho. - ambas rimos.

Ficamos rindo e conversando que nem vimos o tempo passar.

Descubrir que a Gabriela mora no morro do Alemão. Ela disse que não é tão ruim como todos falam e que ela gosta de lá. 

Eu resolvi deixar de fora a parte de ser policial pelo fato de que muita gente da comunidade tem uma visão nada legal da polícia, graças a polícias que só pensam em matar, são preconceituosos e corruptos.

 Ela me contou que só tem o irmão de família e se desviava de qualquer assunto sobre a família dela.

Ela falou que o aniversário dela é amanhã e vai ter uma festa para comemorar.

- você devia ir, eu ia amar te ter lá. 

- acho melhor não. - digo. Sempre gostei de dançar e cantar mais eu sou uma policial da bope, não ia pegar legal eu tá em meio a uma festa no morro, que provavelmente vai ter gente envolvido lá.

- Não gosto de insistir, mas eu queria de verdade que você fosse. Não tenho muitos amigos, e a maioria das pessoas que vão, são amigos do meu irmão e as putas deles. E isso seria um segundo agradecimento pelo que você fez. 

- não sei... e eu também nem tenho carro, um táxi da minha casa pra sua deve da muito caro.

- menina larga de ser boba, eu posso pedir pra alguém te buscar. Ou até mesmo eu vou, com algum carro.

Eu quero ir, sabe? Me divertir, dançar, beber, fazer coisas que eu não faço a anos, se é que eu fiz algum dia.

- tá ok. - concordo. Afinal eu ainda não to trabalhando e ninguém de lá sabe quem eu sou.

- ótimo, te mando mensagem pelo o número que você me deu. Agora eu tenho que ir, meu irmão disse que eu já posso voltar pra casa. - diz se levantando e me dando um beijo na bochecha. - obrigado novamente, e não desiste por favor. - diz por fim saindo.

Saio dali e vou para um mercado próximo, preciso comprar mantimentos .

[...]

Assim que chego em casa tomo banho, visto uma calcinha e uma camisa grande de uma banda desconhecida.

No final das contas, nem deu tempo de ir no salão. Espero que amanhã, antes da tal festa, dê tempo de fazer uma escova.

Ouço a campainha e fico confusa. Quem seria a essa hora? Vou no quarto visto um short. Abro a porta, me deparando com o moço do elevador sem camisa e com uma calça moletom.

- É... desculpa te incomodar, mais é que eu to fazendo um bolo e vi que  acabou o açúcar, será que você teria um pouco para me emprestar? 

- Claro, entra. - dou passagem para ele entrar e ela entra. - sorte sua que eu fiz mercado hoje. - digo da cozinha pegando um kilo de açúcar e entregando pra ele.

- oh, não precisa disso tudo- ele diz.

- tudo bem pode levar, eu comprei muito e é bom que você vai poder fazer vários bolos - digo com um sorriso

- nem sei como te agradecer. 

- eu aceito fatia de bolo como pagamento- ambos rimos. Logo ele se despede e vai embora.

Alguns minutos depois recebo a ligação do meu pai.

- alô? 

- oi pai, tá tudo bem?

- estaria melhor se você me ligasse para avisar que está bem Maria Lina. -seu tom é firme.

- desculpa pai, e que estou tentando organizar tudo o mais rápido possível.

- é bom mesmo. Daqui a um dia você vai está trabalhando, e eu quero você se dedicando 100% a isso! 

- Eu sei pai, eu batalhei para está aqui, não vou desperdiçar isso.

- Não, você não batalhou! Você ainda tem muito que aprender. O fato de você trabalhar na boa é graças a mim, então não me envergonhe. Agora tchau, está passando meu jornal. - diz e desliga.

Como sempre sendo rude e dando valor a outras coisas do que para sua própria filha. Acho melhor eu dormi, já está tarde.

Continua...

𝐩𝐞𝐫𝐟𝐮𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora