capítulo 19

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Malia pov's 

Depois que eu saí do morro, fui para o trabalho. Acontece que hoje, uma colega da noite, ficou doente e eu terei de cobrir. 

Quando cheguei lá, graças a deus fiquei pouco tempo. O coronel me liberou e me deu folga amanhã. 

Termino de tomar banho e vejo uma mensagem da Gabi. 

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GABI❤

AMIGA TO NO TÉDIO, O GAEL SAIO E AINDA NÃO CHEGOU, SE VOCÊ ESTIVER LIVRE, VEM AQUI EM CASA? 🙃🙂🙃

sei não gab, acabei de chegar do turno da noite, tô cansada.

POR FAVOR VAI... VOCÊ PODE DORMIR AQUI. VEM POR FAVOR LILIA.

Okay vou arrumar minhas coisas e já to indo.

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Pego uma mochila de roupa e fecho o apartamento. Entro no carro e sigo pro morro. 

Paro na barreira e vejo o Felipe. Ele me olha estranho, mas deixa eu passar. O'Que tá rolando? 

Estaciono na rua da Gab e começou a ouvir uma gritaria. Barulho de coisas quebrando, gritos e choros.

Que porra tá acontecendo? Vou bater na porta, mas, vejo que a mesma está arrombada.

Entro na casa e vejo a Gabi no chão chorando com a mão cheia de sangue e o Gael com olhar assassino. Ele levanta a mão para bater nela mas para só ao ouvir minha voz.

- O QUE TA ACONTECENDO AQUI? SOLTA ELA GAEL. - corro até a gabi, ajudando ela a se levantar. Ando com ela apoiada no meu ombro até o sofá.

- QUE PORRA VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI EM? E DESDE QUANDO PODE ENTRAR ASSIM, SEM MAIS NEM MENOS? TÁ ACHANDO QUE AQUI É A CASA DA MÃE JOANA É? - ele grita e vai pra cozinha.

Ajudo a Gabi a se sentar e olho o ferimento em sua mão.

- O que deu nele Gabriela. - pergunto confusa.

- ele tá bêbado. Chegou aí quebrando tudo e arrumando confusão. Eu esqueci que você vinha amiga. Se eu soubesse que ele estaria nesse estado eu teria mandado você fica lá mesmo.

- Tá tudo bem. Ele te machucou?

- não, mais ia. Eu nunca vi o Gael nesse estado. Ele quando ta bêbado nunca fica agressivo, ao menos que algo tenha lhe chateado.

Ouvimos um barulho algo quebrando na cozinha enquanto ele gritava que ia matar alguém. Ele estava tão bêbado que ao menos dava para compreender suas palavras.

Deixo a gabi encostada no sofá e sigo para a cozinha. Vejo ele procurando alguma coisa nos armários.

- Gael que deu em você? Olha como você tá, poxa, sua irmã tá na sala, tenha ao menos um pingo de respeito.

- respeito? - ele ri ironicamente. - quem devia ter respeito aqui é você.  Você tá na minha casa. - Ele parece achar o que procura. Espera... uma caixa de fósforo?  ele dá um sozinho de lado.

- o'que você vai fazer com isso?

- não é da sua conta. - ele vai até a sala e eu o sigo. - levanta Gabriela! Para de chorar por besteira. Você é uma garota insuportável. 

A Gabi começa a chorar mais. Ver minha amiga naquela situação me dói muito. Ver a casa nesse estado, e o Gael transtornado, é uma imagem que eu nunca vou tirar da minha cabeça.

Ele anda até um armário pequeno de vidro, que tinha várias bebidas e quebra. O barulho foi bem alto. Ele fica rindo e falando sozinho enquanto quebra mais coisas. 

Não suporto ver aquilo. Seguro seu braço bem forte fazendo o mesmo me olhar com desdém.

- olha aqui Gael é bom você parar agora! Sua irmã está se tremendo caralho! Que fazer merda, faz, mas isso já é demais.

- Ela tá tremendo por que é fresca! E outra, eu faço oque eu quiser você não manda em mim. - ele se solta do meu aperto.

Ele tenta quebrar outra coisa, mas eu o paro.

- JÁ CHEGA PORRA! PARA SER INFANTIL. QUE BEBE E FAZER MERDA? OKAY FAÇA! A VIDA É SUA. MAIS PARA DE FICA METENDO MEDO NA SUA IRMÃ PORRA. VOCÊ FALA QUE ELA É SÓ UMA GAROTINHA MAIS QUEM TÁ AGINDO COM UMA AQUI É VOCÊ. SOBE  TOMA UM BANHO E  VAI DORMIR. 

ele me olha surpreso mas não protesta. Ele tira a camisa e sobe.

Acho uma caixinha de primeiros socorros e faço um curativo na mão da gabi. Acalmo um pouco ela e a levo para o quarto. 

A Gabi é uma mulher forte, mas por algum motivo perto do Gael ela fica muito frágil. Parecia até que ela estava em uma espécie de transe. Até ficava repetindo "para papai". 

Depois de deixá-la no quarto, entro no quarto do Gael. Não acho ele mais ouço o barulho do chuveiro.

Abro a porta bem devagarinho e vejo que nem ao menos consegue se equilibrar. Entro e ajudo ele a tomar banho. 

- obrigado Ma. - ele diz quando lhe entrego a toalha. Ignoro o mesmo e ajudo ele a deitar na cama.

- dorme aqui? - ele pergunta.

- Não Gael. Agora para de palhaçada, e vai dormir.

Saio do quarto dele seguindo para a sala de novo. Começo a catar os vidros e arrumar a casa. Acho que essa noite vai ser longa.

Continua...

𝐩𝐞𝐫𝐟𝐮𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora