𝐩𝐞𝐫𝐟𝐮𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨

capítulo 133

Pov's Gael

A menina vem com um ursinho na mão e seguimos até uma carpetes da ala da pediatria e sentamos ali, em volta de todo aqueles brinquedos.

- qual o seu nome? - ela me pergunta

- Gael e o seu?

- Bianca, mas você pode me chama de bia. Esse é o Pelé. - ela mostra o urso.

- Pelé? Você gosta de futebol?

- um pouco. Meu pai é fã dele. Então quando eu ganhei o ursinho coloquei esse nome.

- A. - fico meio sentido por ela ter se referido ao pai no presente, como se ele estivesse vivo ainda.

- sua mãe falou que você queria conversar comigo, oque foi? A gente nem se conhece.

- mas você salvou a minha vida. A mamãe sempre diz que devemos ser gratos, e eu sou grata a você. - ela fala um pouco envergonhada.

- ok então.- dou uma pausa. -Você acha que seu pai era um bom pai?

- claro que sim. O papai é o melhor pai do mundo.  Você também é.

- eu? Eu não sou pai. Muito menos o melhor.

- você é. O papai do céu me disse que você vai ser uma pai incrível e queria que eu falasse isso pra você. Você só tem que confiar e deus vai trazer um um lindo anjo pra sua vida.

- não diga bobagens garota. Eu não vou ser um bom pai.

- vai. Você está com medo titio, mas tudo vai da certo.

Fico sentido com oque ela falou. Por algum motivo suas palavras me acalmaram e acho que me fez aceitar melhor tudo isso.

Levo ela para seu quarto e eu e a Megan saimos do hospital. Ligo para o Marralo e falo que deu tudo certo. Mando o Felipe ajeitar a mudança e auxiliar elas no que precisarem.

- está tudo bem? - Megan me pergunta no banco do carona do carro.

- sim. - digo e volto minha atenção para a estrada. Não posso ficar muito tempo aqui, pós fugir antes de dar meu depoimento.

- você está queieto e ainda não me xingou des de que saimos do hospital.

- eu só estou um pouco pensativo. - suspiro - você acha que existe um ciclo? Tipo como os nossos pais nós criam, ou nós tratam são como a gente vai fazer com nossos filhos?

- olha depende. Normalmente tratamos as pessoas do geito que somos tratos. Uma pessoa que não recebe amor, não é capaz de amar.

- então se um dia eu tivesse um filho, eu não ia ser capaz de amar ele, e ainda o maltrataria?

- não necessariamente Gael. Seus traumas pode fazer você ser exatamente o contrário. Se um dia você tiver um filho, você deve se colocar no lugar dele, por exemplo: " se fosse meus pais fazendo isso comigo, como eu ia me sentir?".

- a, entendi. - volto a dirigir pensativo.

[...]

Chegamos em casa e a Malia me avisou que ia sair com a Carla para comprar a roupa de ano novo. A Megan já foi se enfiar na casa do Victor, me deixando sozinho com o Marralo.

- Tá feliz papai? - ele senta ao meu lado no sofá comendo Doritos. Ele sabe que eu odeio o cheiro disso e como perto de mim de propósito.

- a Malia te falou?

- não, eu ouvir vocês conversando. Nem acredito que vou ter um neto.

- ai marralo eu to com umas coisas na cabeça, e como você é o único que sabe do meu filho, você vai me ouvir.

- virei psicólogo?

- cala boca e ouve. Cara a Malia vai ter um filho meu, e você sabe como minha vida era. E se eu me torna como os meus pais? E se eu fizer dessa criança um merda assim como eu? Eu sei que isso é locura, mas isso está martelando na minha cabaça.

- Gael você sabe que eu te considero um filho. Eu sei das coisas que você passou e te conheço, e exatamente por isso que sei que você nunca seria como seus pais.

- A Gabi vai ter uma filha e eu também, como será que meu pai reagiria?

- aposto que ele ficaria tão feliz quanto eu. Seu pai nunca quis ser quem ele era.  Meu conselho pra você é que esqueça isso. Casa com sua mulher, tenha seu filho e viva a vida Gael. Não se crucifique pelos erros de outras pessoas. Você não é como eles e nunca vai ser.

- valeu cara. - sorrio fraco. - falando em casar, oque você acha da gente casar nesse mês que está entrando?

- acho bom a barriga da Malia ainda não vai está tão grande, oque vai chamar menos atenção.

- caralho ainda tem o aniversário dela. É dia 7.

- e amanhã já é ano novo, tempo passa rápido.

- sim. Vamos passar a virada aqui né? Como sempre fazemos.

- claro. É tradição muleke.

Continua...