capítulo 5

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Malia pov's

A festa tá rolando e a Gabi me deu perdido. Sim, ela sumiu do nada. Eu vi ela flertando com um carinha de camisa rosa, e depois ela evaporou.

Resolvo pegar meu celular, e me deparo com 76 ligações perdidas do meu pai. Porra!

Preciso achar um lugar urgente que não tenha som. Subo as escadas e abro a única porta destrancada do corredor.

Abro e fecho o mais rápido possível.

É um quarto branco com vários quadros pintados, Paro de olhar em volta e pego meu celular, retorno para o meu pai, e ele atende no primeiro toque.

- MARIA LINA ONDE VOCÊ ESTAVA QUE NÃO ATENDEU A PORRA DO SEU CELULAR?- afasto o celular da orelha após o grito dele.

- hey pai... desculpa eu não tinha visto. - tento abafar o máximo o barulho do lado de fora.

- e porquê não tinha visto? O'Que estava fazendo? Onde você estava? Onde está? E com quem está?

Droga e agora o que eu faço? Tento pensar em uma resposta quando vejo o Gael saindo sem camisa, acho que é o closet. ESPERA O GAEL!?

tanto ele quanto eu, quanto eu, estamos confusos, mas ele parece está mais... bravo?

- Malia? Você está me ouvindo? Eu sabia que não deveria ter tirado o rastreador do seu celular a dois meses atrás.

Quando ele falou isso foi como se tudo voltasse, câmeras no meu quarto, rastreador no meu celular, guarda costa onde eu fosse...

Faço um pedido de silêncio pro Gael com a mão enquanto volto minha atenção para o meu pai.

- pai eu só estava na casa de uma amiga vendo umas coisas para o apartamento, eu já estou em casa indo dormir.

- Amiga? quem é essa? Se eu não a conheço , não pode ser sua amiga. Eu quero você às 8:30 em ponto no trabalho. Seja perfeita! E ligue para sua mãe.

- Você não está com ela?-estranho o fato de eles estarem sempre juntos.

- não, tive que fazer uma viagem. - desliga na minha cara.

- eu posso saber que caralho você está fazendo no meu quarto? - pergunta Gael.

- desculpa, eu não sabia que era seu quarto, eu só precisava ligar para o meu pai e esse foi o lugar mais calmo e aberto que eu achei.

- que saía daqui agora sua intrometida. Não pense porque você é "amiguinha" da minha irmã você é bem vinda na MINHA casa, muito menos no meu quarto. - seu tom é rude.

- Já pedir desculpa, não foi minha intenção, mesmo assim obrigado.

- por que está me agradecendo?- ele questiona

- Porque diferente de você, eu aprendi uma coisa chamada educação, mesmo que não seja de tua vontade, você deixou a Gabriela me trazer. Então obrigado novamente por me receber em sua casa. - Dou um sorriso amigável e saio.

Mais que filha da puta grosso!

Desço as escadas em busca da Gabi. O amigo dela, o Victor, está nesse exato momento saindo com uma mulher,

E nem sinal da Gabi, será que no morro tem táxi? Ai meu deus que pergunta idiota! Deve ser o whisky.

Caminho para o lado de fora em busca de algum moto táxi. Começo a olhar para os lados e nada.

- Se quiser eu posso te levar. - ouço alguém atrás de mim falando. Me viro e vejo o Gael. - Eu sei que não tem ninguém pra te levar e a Gabi deu PT lá no banheiro.

- Valeu mais eu não quero incomodar.

- Ok, então fica aí no meio da rua a essa hora da noite, com um IPhone na mão e de roupa curta.

Droga ele tá certo. Por mais que eu saiba me defender, se eu arrumar confusão posso até ser pega pelo dono do morro. E a única forma de pegar ele seria de farda e um algema na mão.

- tá ok. - aceito e ele me guia até uma BMW preta. Com o'que será que ele trabalha pra ter uma BMW em um morro? A Gabi falou que mora aqui desde pequena, talvez por conta disso ninguém roube.

Entramos no carro e logo saímos do morro.

- Onde você mora?

- Rua do Lobato.

- Tô ligado, mó rua de playboy. - ele diz e eu reviro os olhos. Falou o cara que tem uma BMW. Ele tem cara de ser tão idiota.

- Fala aí, você é criança ainda né não?

- Não entendi. Criança? - pergunto

- é pow, você tem quantos anos?- ah,ele que saber a minha idade.

- 26. - digo.

Começa a se formar um engarrafamento, olho pela janela no momento exato que passamos pela causa dele. É um acidente de moto, tem um cara no chão com bastante sangue e outras duas mulheres. Uma está toda ralada perto da moto e a outra está perto de um carro com o braço... espera...ela está sem braço! Fico encarando enquanto a gente passa bem devagarinho.

- isso não te assusta, da agonia ou medo? - ele pergunta com o cenho franzido.

- não. - respondo simples.- é só sangue e uma mulher sem braço. Acidentes acontecem todo dia. - não entendo por que da surpresa dele, só porque sou mulher tenho que ser frágil e ter medo?

- penso igual, é só sangue e morte. Não sei porque causa um rebuliço em torno de coisas bobas.

- com o'que você trabalha? - pergunto.

- bem intrometida você né? - dou uma risada fraca. Ele parece pensar um pouco antes de responder. - sou o dono de uma empresa.

- empresa? Qual? - Agora eu me interessei, porque um cara que tem um BMW, e dono de uma empresa mora em um morro?

- não é da sua conta. E você?

- Cantora. - minto

- Canta oquê?

- não é da sua conta, Agora vira a direita para cortar caminho.

Ele não diz nada, apenas dirige mais um pouco até chegarmos.

- obrigada pela carona. - Digo quando ele pára o carro.

- tranquilo. Te levo até a entrada.

Saímos do carro e seguimos até a entrada, quando uma garota de patins passa pela gente e acaba caído com uma bandeja de cupcake, derrubando na blusa do Gael.

Ela fica assustada, levanta e sai correndo.

Continua...

𝐩𝐞𝐫𝐟𝐮𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora