capítulo 20

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Pov's Malia 

Acordo com uma puta dor nas costas. Dormir no sofá não é legal.

Fui dormir bem tarde ontem, mas, pelo menos, arrumei tudo.

Eu sei que deveria deixar pro Gael limpa, mas eu fiz isso mais pela Gabi. Ela costuma ficar em casa e sei que ia sobrar para ela limpar.

Levanto e procuro algo para comer. Começo a pegar os ingredientes para fazer uma panqueca.

Depois de alguns minutos estão prontas. Também achei uns morangos na geladeira e bati com leite condensado.

Quando sento pra comer sinto a presença de alguém atrás de mim, olho para trás e vejo Gael parado na porta sem camisa, apenas com uma samba canção.

- Oi, bom dia. - ele diz um pouco confuso. Acho que é por me ver ali. Aposto que ele não se lembra nem um terço da noite passada.

- você não se lembra de nada né?

- Não sei muito bem do que me lembro. Apenas acordei com essa dor de cabeça do caralho e com alguns flashs de ontem. - ele se senta.

- pra resumir você bebeu e quebrou tudo aqui ontem. Foi a maior confusão, acho que você deveria conversar com a Gabi.

- merda! Eu fiz alguma coisa pra ela? 

- quando eu cheguei você não fez nada. Só ficou quebrando as coisas ao redor dela para meter medo nela. Mas, ela estava com um corte na mão, não sei oque aconteceu antes de eu chegar.

- e... eu te machuquei? - ele pergunta receoso. 

- Não. A única coisa que doeu, foi ver você naquele estado. O'Que aconteceu para você ficar daquele jeito? 

- nada de mais.

- Se não quiser falar tudo bem, saiba que se precisar conversar eu estou aqui.

Pov's Gael 

Pra que eu fui beber ? Droga. Depois de tomar café com a Malia, subo e bato no quarto da Gabi. Bato de novo mas não ouço resposta.

Vou abrindo a porta bem devagarinho vendo ela deitada na cama.

Chego perto dela e confiro se ela está dormindo. A gabi quando está dormindo sempre fica com os olhos meio abertos.

Vejo que estão bem fechados, ou seja ela está acordada.

- Eu sei que você tá acordada Gab. Olha se não quiser falar tudo bem. Mas eu preciso me desculpar e eu quero que você me ouça. Eu sou um péssimo irmão, pode crer que eu to ligado. Mas, eu te amo mais do que tudo. Ontem eu fiz uma coisa bem errada. Eu estava com problemas e acabei descontando em você. Você sabe como eu fico quando bebo. A Malia me contou por cima o que aconteceu, e eu só penso, se ela não estivesse chegado, eu poderia ter feito algo que eu me arrependeria o resto da vida. Eu lembro oque o pai fazia e me doeu muito você falar que eu estava igual a ele. Eu não espero que você me beije e fale que está tudo bem. Eu sei que a vida não funciona assim. Eu te magoei e você tem o direito de ficar triste. Ontem uma pessoa me disse algo que foi como jogar sal na ferida. Doeu muito, e eu sou um filha da puta egoísta que não queria sentir a dor sozinho. A Malia limpou tudo lá embaixo, então pode ficar na cama o quanto quiser. E falando nela, você tava certa, ela parece ser realmente uma pessoa boa. Eu não lembro muito da noite de ontem, mas eu lembro como enfrentou um bêbado que queria incendiar a casa  para te proteger. Eu te amo maninha, por favor não se esqueça disso. - levanto e saio.

Desço as escadas vendo a Malia arrumar as roupas na sua mochila. Ela está com cabelo molhado, acho que estava tomando banho.

- iai como foi? 

- ela não quis nem olhar na minha cara. - suspiro.

- calma Gael, pelo menos você está arrependido do que fez, isso já é um começo. Tudo no seu tempo.

- ai, valeu em. - dou um sorriso pra ela.

- por que? 

- por ser mó firmeza ontem. Você limpou toda a sujeira que eu fiz, me ajudou a me controlar e ainda cuidou da minha irmã. 

- eu fiz o que qualquer pessoa faria. 

- não, nem todos fariam o'que você fez. Você pode até achar que não é nada de mais. Mas, ninguém costuma se meter muito em assuntos familiares.

- Eu percebi, ontem estava a maior gritaria e ninguém nem sequer ligou. Bom eu já vou indo. Eu ia ficar pra festa na casa da Thamires, mas, acho que não tem mais clima.

- Malia espera! - Gabriela desce as escadas correndo. - a festa é às 20:00, esteja pronta. - ela diz por fim subindo de volta.

Eu e a Malia nos entreolhamos, tentando entender.

- okay... bom tchau Gael.

- eu te levo pow.

- não precisa eu tô de carro, conseguir um temporariamente.

- eu insisto. Talvez como um agradecimento?

- tá ok, mas vamos no meu carro. Não posso deixar ele aqui no morro. - concordo.

Continua…




𝐩𝐞𝐫𝐟𝐮𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora