capítulo 9

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Pov's Malia

O dia foi puxado e foi um ótimo dia para o primeiro dia. Quando estava no horário de almoço a Gabi me ligou, avisando que já estava a caminho de Angra. Ela me chamou para ir, porém não deu. Tenho trabalho e não posso viajar assim do nada.

Quando saio do trabalho passo em casa e tomo um banho, vesti uma roupa e sigo em direção a uma loja de lingerie. Eu precisava comprar umas novas e as daquela loja me chamaram atenção. 

Quando estou na rua de casa, vejo uma espécie de briga na rua. Que porra é essa? Caminho para mais perto e vejo o Gael batendo nos seguranças! Mais que diabos!

Certifico que o Gael está bem e chamo ele para subir. Abro a porta do apê, e ele entra.

- Eu vou pegar sua camisa, pode sentar aí. - digo jogando as minhas compras de qualquer jeito no sofá. Entro no quarto vendo a camisa dobrada no meu closet.

Saio do quarto e vejo o Gael com a minha lingerie preta nova na mão e as outras espalhadas no chão.

- Gosta de preto? - ele perguntou com um sorriso malicioso.

Olho para ele incrédula tentando entender a situação. - o'que você está fazendo!? - corro para o chão cantando tudo e pondo na sacola. Tomo a que está na mão com um certa brutalidade guardando também. - Quem te deu o direito de mexer nas minhas coisas? 

- eu não mexi em nada, você que jogou e acabou caindo no chão, eu só peguei para tentar ajudar.

- que seja, toma sua camisaEntrego para ele tentando esconder meu rosto coroado e um pouco bravo. Por que eu não guardei no quarto? - Você pode me explicar que confusão era aquela na porta do meu prédio?

- seu não, Predio onde você mora. O porteiro que não deixou eu entrar, então ele veio pra cima e eu caí na porrada com ele.

- Vou conversar com ele, aquele ali era o porteiro noturno, ele é chato e grosso, o outro é muito mais simpático e receptivo. - Digo. - bom, posso fazer uma pergunta?

- pode, mas não garanto que irei responder.- Ele diz.

- você conhece algum restaurante bom por aqui? Eu estou com preguiça de cozinha, mas quero comer comida boa.

- quando você diz boa, que dizer cara? - confirmo com a cabeça. Querendo ou não, comida boa é cara.

- Você é bem esnobe né? Conheço vários restaurantes bons e baratos. - ele diz, como se pudesse ler meus pensamentos.

- Dúvido, pela região só tem lugar caro. 

- se veste. - ele manda

- o'que? - como assim se veste?

- É. Você não duvidou? Então, agora vou te mostrar. Vai tomar banho ou trocar de roupa, vou te esperar lá embaixo no carro. - diz, levanta e sai.

Que porra foi essa rapaz? 

Será que eu vou? Acho melhor sim né?

Levanto, tomo um banho rápido, e visto uma roupa. Pego meu celular, minhas coisas e desço, acho que demorei meia hora ou algo assim.

N/A (Roupa)



tranco tudo e desço ao encontro do Gael. Atravesso a rua para entrar no carro vendo o Gael encostado olhando o relógio com uma cara de impaciente.

- finalmente! Entra já demorei demais aqui. - entro no carro.

O Gael entra e começa a dirigir para um lugar que eu não faço a menor ideia de onde seja. Ele tá cortando todos os carros e acelerando bastante. Pra que correr tanto assim? Depois morre e eu tenho que ficar investigando o motivo da morte, e,por que ele causou um acidente que provavelmente vai matar um homem e deixar uma mulher ferida. Eu juro que se ele soubesse que sou uma policial eu mandava prender ele agora. 

Aliás, por que eu não conto? A é... eu mentir que era cantora, se eu contar ele vai achar que eu sou uma mentirosa.

Sou tirada dos meus pensamentos com o Gael parando o carro em um restaurante que vende comida caseira.

Descemos, e foi um pouco difícil de estacionar,Estava tudo simplesmente lotado.

Quando chegamos na entrada um homem explicou pra gente que não tinha mesa. O Gael pediu para eu voltar para o carro e assim eu fiz. Dizendo ele que "vai da um geito".

Fico uns 40 minutos no carro, até ver o Gael vindo com várias sacolas de lanche ou algo assim. 

- Tive que comprar para viagem, mas não vamos comer aqui. - ele diz ligando o carro e dando partida.

- o'que estamos fazendo na praia uma hora dessas?- perguntou quando ele estaciona o carro na orla.

- você vai ver. Vem. 

Descemos do carro e caminhamos junto com as sacolas em direção a areia. A praia está com pouco movimento. Caminhamos até uma área mais deserta, várias pedras que iam da areia até o mar.

Subimos na pedra mais alta e sentamos. O Gael pegou a comida e abriu a sacola na maior "delicadeza".

- O que é isso? 

- filé de Oswaldo de Aranha.- ele responde

- Nunca comi, parece ser bom. - Pego os pratos e talheres que veio e começou a me servir. O Gael faz o mesmo.

- Como é salvador? - ele pergunta depois de alguns minutos em silêncio.

Termino de comer e respondo:

- é bom, eu acho. Eu nasci e cresci lá, então não sei explicar muito bem.

- Em que parte de Salvador você morava? 

- Na Graça. - ele faz uma cara de nojo. - A qual foi, eu sei que é área nobre, mas não me julgo por isso. 

- Eu nasci e cresci na favela com muito orgulho. A Gabriela sempre sonhou em morar no Leblon ou em qualquer lugar de gente rica. Desde novinha é toda fresca. Sempre queria aquelas Barbie caras, gostava de tomar Danone e de usar um lenço no pescoço porque dizendo ela, é coisa de gente chique. - ele ri ao lembrar da memória. - já eu nunca fui assim, sempre gostei de andar descalço, jogar bola e brincar na rua.

- Eu gostava de brincar, mas meus pais nunca deixavam. Sempre quando podia sair por 15 minutos no fim de semana era só para descer para o parquinho do prédio e com minha irmã junto. - digo ao me lembrar da megan. Ela é minha irmã só por parte de pai, mas sempre morou comigo. Ela é mais velha e muito mais resolvida.

- Você tem irmã?

- sim, depois que ela cresceu ela vive viajando, então não temos muito contato.

- Eu nunca conseguiria ficar longe da minha irmã. Ela é simplesmente tudo pra mim. Depois que meus pais se foram eu sinto como se tivesse que proteger ela de tudo e todos.

- O que houve com seus pais? - pergunto dando mais uma garfada na comida. - ele pareceu ficar desconfortável. - que dizer... tudo bem não precisa falar eu sei bem como é ter que tocar em assuntos delicados.

Ele me dá um meio sorriso e volta a comer.

Continua....




𝐩𝐞𝐫𝐟𝐮𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora