⊰ 27 ⊱

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Demorou um pouco para Roberto aceitar o retorno de Lupin como namorado de Jade novamente e pai de Ayla, mas no fim ele cedeu e recebeu o ex-professor com carinho, apesar de ainda o ameaçar de vez em quando. Lupin de início não quis ficar na casa, achou que poderia trazer riscos a sua filha, mas se lembrou de todos os anos que ficou longe e colocou suas malas no quarto de Jade quase que imediatamente.

Remus acordou com o barulho da porta do guarda-roupa abrindo, logo vendo sua mulher procurando uma roupa. Ele ficou um tempo ali a admirando, os olhos correndo por cada centímetro de seu corpo.

— Vermelho caí muito bem em você, sabia?— Ele diz ainda com um tom rouco de sono.

Jade olha para ele e sorri, se aproximando dele e lhe dando um selinho.

— A quanto tempo está acordado?

— Acordei agora. Sorte que a primeira visão que tenho no dia é você com essa camisola.— Ela ri e dá um tapa no ombro dele, que a puxa para seu colo, encaixando seu rosto na curvatura do pescoço da mesma, aproveitando o cheiro dela.— Huum, que cheiro bom. Tá usando aquele perfume ainda?

— Vamos besta, tenho que me arrumar e é bom você começar a arrumar suas roupas no armário.

Ele a olha, memorizando cada detalhe da mesma, que fazia carinho no rosto do mais velho.

— Preparado pra contar a verdade pra Ayla hoje?

— É a coisa que mais quero no mundo.

Ela sorri e dá um beijo nele. Depois de alguns minutos brigando para que Lupin a solte, ela finalmente se levanta e vai até o banheiro.

— Vá tomar café. Vou buscar a Ayla daqui a pouco.

~|~

Ayla correu e colocou suas coisas em seu quarto de forma aleatória, queria logo saber da verdade, queria saber se Lupin era o seu pai e o porquê dele ter sido ausente por tantos anos.

Ela chega na sala e vê Lupin e sua mãe sentados no chão. Ela se senta de frente para eles, esperando a resposta com o coração na boca.

— Bem... Chegou a hora.- Jade olha para Remus, que segura a mão dela, em total cumplicidade.— Filha... O Lupin é sim o seu pai.

A menina fica com os olhos marejados e perplexa, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, Lupin se vira para ela com o olhar mais doce que se possa imaginar.

— Calma, vamos explicar tudo, depois você grita com a gente.

Eles começaram a contar toda a história para ela, todas as razões para eles terem as feito (mesmo sendo razões erradas) e dosando as palavras para o impacto não ser tão forte quanto já seria. A cada nova descoberta, mais lágrimas de choque desciam do rosto de Ayla.

— Então... Você não sabia que tinha uma filha...— Ela faz uma pausa.— Por que se soubesse, temia que eu tivesse licantropia?— Lupin assente e ela continua em choque.

Jade estava aflita, imaginava que a filha ficaria extremamente brava com eles e não aceitaria mais eles como seus pais. Remus percebia isso, então acariciava a mão de sua amada em um gesto discreto de consolo.

— Eu... Eu preciso de um tempo.— Ayla corre para o quarto totalmente em choque. Jade tenta ir junto, mas Remus a segura delicadamente, a trazendo para perto.

— Deixe, foi muita coisa de vez pra ela.— Ele a abraça.— Vai ficar tudo bem.

Enquanto isso, Ayla estava em choque sentada em sua cama. Ela finalmente conheceu seu pai, soube de toda a verdade sobre ele e sua mãe, era coisa demais para ela. Ela então pegou papel e pena e escreveu para Ginny.

~|~

Lupin estava no jardim de sua nova casa, admirando o céu estrelado e agradecendo por não ser lua cheia. Ele mantinha seus olhos fixos nas estrelas, sentindo a leve brisa da noite, quando sentiu alguém ficar ao seu lado.

— Er... Como você tá?— Ayla pergunta baixinho.

— Eu acho que nunca estive tão bem anos, mas eu quem deveria lhe perguntar.— Ele vira seu rosto para olhar sua filha.— Você tá bem?

— Eu... Eu tô indo.— Ela da uma risadinha de nervoso.— Sabe... É difícil ver você aqui depois de anos sem nem saber da sua existência.

— Pra mim é tão estranho quanto, minha querida, mas acredito que devo a agradecer a essa "situação estranha" na qual eu me encontro.

Ayla fica um tempo em silêncio, mas logo fica a frente de Lupin, olhando para as cicatrizes dele.

— Eu deveria estar brava com vocês, deveria ficar dias ou meses sem falar com vocês por conta de tudo, mas...— Ela desvia o olhar.— Eu simplesmente não consigo.

Lupin se agacha na frente de Ayla e segura o queixo de Ayla com um dedo, fazendo seu olhar ir de encontro ao dele.

— Eu entendo o porquê de você ficar assim. Sua mãe não foi justa comigo, eu não fui justo com ela e nós não fomos justos com você, peço desculpas por isso inclusive.

Ela continua em silêncio, ele então prossegue.

— Infelizmente não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro. Eu agora quero compensar todos esses anos longe de você, ser o pai que você merece.— Ele alisa o rosto de sua filha com o amor mais imensurável possível.— Quando estava com sua mãe na guerra, já quis sonhar em ter uma família com ela.

— Mas e a sua licantropia?

— Era isso que me impedia de sonhar.

Os dois ficam em silêncio por um tempo, mas Ayla corre e o abraça forte, fazendo ele levar um susto.

— Vai demorar um pouco para eu me acostumar com você, mas estou muito feliz do senhor ser o meu pai.— Ela sussurra e sente Lupin a abraçar de volta, ouvindo alguns soluços do mesmo.

Ele se solta do abraço apenas para olhar nos olhos dela, os olhos tão verdes e lindos quanto os da mãe.

— Repete essa palavra, por favor.— Ayla sorri, também com os olhos marejados.

— Pai.

Ele não consegue segurar o choro e levanta Ayla enquanto a abraçava. Os dois choravam, mas não se soltavam nem por um segundo, só sentiam o amor que pela primeira vez ambos podiam sentir.

O amor de um pai para uma filha.

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Oiê!

Eu sei q tô enrolando muito nessa questão da descoberta e tal, mas agr já acabou ksksks
O próximo cap já vai ser em cálice de fogo.

Votem e bjs ♥️

⊰  𝐿𝒶 𝓇𝑜𝓈𝒶  ⊱ Remus LupinOnde histórias criam vida. Descubra agora