CAPÍTULO 03

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Na manhã seguinte Rafaella já se preparava. A mesma estava tão ansiosa que acordou antes mesmo do despertador.

Procurou uma roupa de acordo com o trabalho. Algo bonito, mas não muito exagerado ou chamativo demais.

Revirou seu guarda-roupa e por fim pegou uma calça pantalona na cor branca, e uma camiseta de manga na cor preta. Por cima vestiu um casaco que combinava com a roupa que vestia, nos pés um salto não muito alto. Fez uma maquiagem básica e deixou os cabelos soltos.

Malu ainda dormia esparramada na cama que dividia com a mãe. Como todas as manhãs na cidade fazia muito frio, então a garotinha estava enrolada no edredom e era impossível de ver o seu rostinho no meio de tantas cobertas.

— A mamãe te ama baby. — Rafaella sussurrou beijando a bochecha rosada da menina.

Mesmo sem entender nada, Malu resmungou como resposta, fazendo a loira sorrir. Desde que se mudou para a capital, essa era a primeira vez que deixava a filha. Claro que o seu coração de mãe se preocupava, mas sabia que Gizelly cuidaria bem da menina.

Assim que entrou na cozinha, encontrou Marcela e Gizelly abraçadas. As duas pareciam conversar alguma coisa que foi interrompida pela loira.

— Já podemos ir. — disse Rafaella — Gi, ela costuma tomar mamadeira de manhã, eu já deixei pronta na geladeira, só esquentar no microondas. Os horários de remédio dela estão todos presos na porta da geladeira. Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, por favor me ligue

— Calma, mulher. Não se preocupe, sua filha esta em boas mãos. — Gizelly segurou a amiga pelos ombros — E qualquer coisa eu te ligarei.

Rafaella sorriu em agradecimento, pegou sua bolsa e o celular na bancada. Esperando Marcela na porta de saída, a loira segurava a porta, enquanto a amiga se despedia da namorada.

— Te amo! E se cuida. — deixou um beijo rápido nos lábios da morena.

— Pode deixar.

....

Toda sexy e elegante, Bianca Andrade acabou de chegar na empresa, atraindo à  atenção como sempre.  A morena simpática cumprimentava todos que passavam por ela.

— Bom dia, Tereza.

— Bom dia, Senhorita Bianca. — respondeu a recepcionista

— Sabe se a Manu, já chegou?

— Já sim. Ela está com uma cliente na sala. — avisou a mulher loira de idade.

Bianca sentiu o celular vibrar em sua bolsa.

— Pede pra ela me procurar assim que tiver um tempo.

A mulher assentiu, anotando o recado. Enquanto Bianca entrava no elevador e atendia a ligação.

Em outro ponto uma certa loira acabava de chegar ao lado de sua melhor amiga. As duas esperaram o próximo elevador descer e entraram.

Marcela explicava para a amiga como funcionava tudo naquele prédio. Desde os empregados até os chefes. Era uma empresa grande, com mais de dez advogados importantes.

— Espera aqui. Vou ver se a senhorita Bianca pode te atender agora. — disse a amiga.

Rafaella assentiu, a mesma se sentou em um pequeno sofá de três lugares, na recepção daquele andar.

Dando duas batidas na porta, Bianca pediu para que a secretaria de seu pai entrasse.

— Bom dia chefinha. — disse Marcela com certa intimidade. A mulher era próxima de Bianca e seu pai, e não existia formalidade entre eles. Mas Macgowan sabia de seus limites.

— Bom dia, Marcela. E então, trouxe a minha mais nova ajudante? — a carioca sorriu simpática.

— Sim, ela está lá fora. Vou pedir para ela entrar, e vou voltar ao trabalho.

— Faça isso, o papai deve está doidinho a essa hora. — brincou fazendo a secretária rir. 

Assim que Marcela saiu, Rafaella entrou,  nervosa, mas tentava não demonstrar.

Seus olhos bateram na jovem mulher atrás da mesa. Seus cabelos negros e sua pele bronzeada lhe chamaram atenção. Ela não podia deixar de reparar na beleza incomum da mulher.

Bianca que estava distraída, olhando para a foto do filho em sua mesa, ergueu a cabeça, percebendo a presença da loira.

Bom, sorrir foi inevitável para ambas. Não sabiam o porque e nem como, mas sentiram que se dariam bem.

— Bom dia. Sou Rafaella Kalimann, a amiga da Marcela, a que veio para a vaga de secretaria. — explicou a loira. A mesma nem sabia o porque de falar tudo aquilo. Era óbvio que Bianca sabia o motivo dela estar ali, afinal ela permitiu sua entrada.

— Bom dia, Rafaella. Como deve saber, eu sou Bianca Andrade. — a morena estendeu a mão e Rafaella fez o mesmo, fazendo os seus dedos se tocarem.

Foram capazes de sentir algo estranho com o toque. Um estranho bom e inexplicável.

— Sente, por favor.

— Obrigada.

— Não sei se Marcela te falou, mas eu trabalho apenas com casos de crime contra a mulher. 

Bianca passou a explicar tudo à Rafaella, que prestava atenção em tudo que era dito. O sotaque de Bianca, não passou desapercebido por Kalimann, que achou fofo, mas guardou isso para si.

— De início é apenas isso. Nada muito trabalhoso, e prefiro que você trabalhe aqui em minha sala para colocarmos tudo em dia. Depois veremos o que fazer. — a morena cruzou as pernas, ato que não passou despercebido por Rafaella, que engoliu em seco.

— Sim, senhora.

— E nada de senhora, Rafaella. Me chamando assim, me sinto ainda mais velha. — Bianca fitou a loira à sua frente — Nos trataremos pelos nomes, então apenas Bianca.

— Certo, Bianca. Estou muito grata por me dar essa oportunidade, esse emprego veio no momento certo.

A carioca sorriu por escutar aquilo. Era gratificante saber que de alguma maneira podia ajudar alguém. A carioca não sabia nada da vida pessoal da loira a sua frente, mas sentia uma vibe boa vindo dela, e precisava de pessoas assim ao seu lado.

— Fico feliz por ouvir isso. Eu sinto que nos daremos bem. — a jovem carioca piscou de forma inocente.

Rafaella não sabia o que aquilo significava, aquela agitação toda dentro de si, não era normal. Nunca tinha sentindo isso, na verdade havia sentindo apenas uma vez, quando se apaixonou por sua ex-noiva. E o final dessa história tinha sido assustadora por diversas razões.

🗼

Veio aí a primeira interação RaBia. O que será que vai rolar? 

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