CAPÍTULO 33

859 101 15
                                    

Rafaella

[…]

Agosto veio com tudo, e com ela muita correria. As aulas de Malu voltaram, e a agenda de minha namorada estava lotada. Passávamos mais tempo no tribunal do que dentro de sua sala. Infelizmente os casos de mulheres agredidas por seus companheiros tinham aumentando, mas graças a Deus muitas delas estavam indo atrás de justiça e procuravam Bianca para defendê-las no tribunal.

Acabei criando vergonha na cara e finalmente comprei um carro. Não poderia depender de carona da minha amiga para sempre, e estava gastando muito com táxis. Acabei comprando um fox esportivo branco, Bianca me ajudou com a escolha, e a mesma me levou em uma concessionária de um colega seu de confiança.

Hoje era mais um sábado, Bianca eu tínhamos marcado de sair. A idéia era pegar um cineminha e depois um rodízio de pizza, mas os planos tinham ido para o ralo quando recebi uma ligação da carioca desmarcando, pois Cris estava febril e com muita dor na garganta. Claro que eu entendi, pois se fosse com Malu também desmarcaria na mesma hora.

- Mamãezinha - Malu chama minha atenção enquanto faz penteados em meu cabelo.

- Sim meu amor - mantenho os meus olhos no filme da frozen que passa na televisão.

Ainda eram sete horas da noite e cedo para colocar a minha bebê na cama, então estava aproveitando esse momento para brincarmos um pouco, e Malu ama me pentear.

- Ma-luu ...pode beber lei-te - a mesma passa a mão no rosto irritada quando não consegue formular certo as suas frases.

- Malu vai dormir agora? - a pequena assente. Com os cabelos bagunçados e uma xuxinha cor de rosa preso na ponta me ponho em pé. Ela caminha atrás de mim dentro do seu pijama e meias coloridas no pé.

Depois de pegar a mamadeira e apagar as luzes da casa me deito ao lado de Malu na cama. Eu sei que devo cortar esse hábito de minha filha em dormir com a mamadeira, afinal a criança irá fazer seis anos em poucos dias, mas é algo bem difícil de se fazer.

Com Malu deitada em meu ombro, eu passo a mão por seu cabelo e beijo a sua testa. Franzo o cenho ao sentir o seu corpo quente demais e a mesma murmura o nome de Cris ainda sonolenta. Até pouco tempo atrás minha menina não estava com febre. Me levanto e pego o termômetro para checar a sua temperatura e ela esta um pouco acima de 38° graus. Dou um remédio e um pouco de água para ela, caso a febre não abaixe a levarei para o pronto-socorro. A pequena acaba adormecendo e eu vou para a cozinha comer alguma coisa.

Preparo um sanduiche de pasta de amendoim e um copo de suco. Escuto meu celular tocar na sala e acabo sorrindo ao ver que era uma ligação da carioca.

- Oi meu amor. -digo assim que atendo

- Oi amor.

- Aconteceu alguma coisa? A sua voz esta estranha. -digo preocupada enquanto tomo um gole do suco

- Estou no hospital com o Cris. A febre dele piorou, e mal consegue falar.

- Meu Deus, Bianca. Eu posso ir até ai se você quiser. Quero dizer - coço a testa ao me lembrar que Ma saiu com a Gizelly- quando Marcella chegar.

- Não precisa, amor. Ele já foi atendido e esta no soro agora, acredito que daqui a pouco podemos voltar pra casa.

Respiro aliviada por ouvir aquilo. Só de imaginar que poderia acontecer algo grave com Cris era assustador, eu tenho um imenso carinho pelo menino e o amo assim como amo Malu, um amor maternal.

Não demoramos a encerrar a ligação e Bianca diz que assim que saísse do hospital me ligaria. Fico sentada pensativa, coisas que tem acontecido nos últimos dias. Uma enorme interrogação não sai de minha cabeça, e eu preciso montar esse quebra-cabeça para essa dúvida parar de me atormentar, mas antes eu preciso encontrar as peças.

E hoje uma coisa estranha acaba de acontecer. Malu estava bem, brincando e rindo o dia todo, sem sinal de febre ou algo do tipo, e no dia que Cris adoece, ela em segundos queima de febre e ainda chama pelo nome de do menino. Pode ser apenas coincidência, mas o meu coração diz outra coisa, e eu preciso descobrir o parentesco de minha filha, e saber mais sobre a gravidez de Bianca para essa história parar de me atormentar. E as únicas pessoas que podem me ajudar no momento são Marcela e a minha mãe. Agora eu tenho uma grande missão pela frente.

🗼

Finalmeeeeenteee ela percebeu! 

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora