CAPÍTULO 43

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Rafaella

Sentada no sofá da sala, eu observava Malu e Cris brincando no tapete. Os dois montavam um quebra cabeça, na verdade o Cris montava e Malu bagunçava, o que estava deixando o pequeno irritado. Tive que chamar a atenção de minha filha umas duas vezes. Bianca tinha saido para socorrer Manu na rua com o carro, e eu fiquei sozinha com os pequenos.

Depois daquela briga com Mônica, nem eu e nem Bianca vimos a mulher, e eu agradeço aos deuses por isso, pois se eu ver essa mulher na minha frente sou capaz de dar mais alguns tapas em sua fuça. Só de me lembrar da mulher o meu sangue ferve.

Tem algumas semanas e alguns dias que eu juntei os meus trapos e me mudei pra casa da carioca, que agora também é minha. Confesso que demorei um pouco para me acostumar, mas para Malu foi uma adaptação muito fácil, apenas na hora de dormir que nos dava um pouco de trabalho, pois apesar de ter o seu próprio quarto, Malu sempre acabava entre mim e a morena. Costume que aos poucos tiramos, e foi bem difícil para nós duas, já que a menina desde que veio para os meus braços dormiu agarrada a mim.

Nesses últimos dias Bianca recuperou os documentos originais de Malu, e o senhor Andrade como um ótimo advogado muito bem conhecido, e com muitos contatos, conseguiu mudar o nome do registro da neta, Malu agora se chama Maria Luisa Kalimann Andrade, foi uma surpresa para mim quando a carioca me apresentou a certidão que constava o nome de nós duas como mães da pequena.

A demora da carioca estava começando a me deixar preocupada. Pelo tempo que ela saiu já era para estar de volta a tempos. Ligo em seu celular e acabo escutando ele tocar do quarto, só ai que me lembro que a morena deixou o celular no carregador, pois estava com pouca bateria.

- Droga, Bianca. -murmuro jogando o celular em cima da almofada

- O que foi tia Rafa? - Cris me olha.

- Nada meu querido. -sorrio para o garotinho.

Pego o meu celular de volta e disco o número da Manu, ele chama e no terceiro toque a baixinha atende.

- Oi Manu... Está tudo bem sim, a Bia ainda esta com você? - começo a roer a unha enquanto escuto a mulher dizer que não, que minha namorada tinha a deixado em casa um tempinho já - Ainda não, tudo bem Manu... Aviso sim, obrigada. Tchau.

Encerro a ligação. Mil e uma coisa passam por minha cabeça. E para me distrair caminho até a cozinha para começar a preparar o jantar. Quando tudo esta quase pronto, escuto o barulho da porta principal se abrir, e a carioca conversar com as crianças. Respiro aliviada em saber que ela esta bem, mas ai já fico com raiva ao sentir o cheiro de cerveja quando ela me abraça por trás.

- Esta muito frio na rua. - diz a morena. Bianca tenta beijar os meus lábios, mas eu me afasto. - O que foi que eu fiz agora? -passa a mão no cabelo juntando para fazer um rabo de cavalo.

- O de sempre Bianca, você esta com a mania de sair e se esquecer do mundo. -digo exageradamente balançando as mãos no ar.

- Minha querida você é o meu mundo, jamais eu iria me esquecer de você.

Acabo segurando o sorrisinho que quer se formar em meus lábios. Bianca cruza os braços me encarando, e acabo sorrindo pelo jeito fofo que ela me olha, mas ai me lembro que estou chateada com ela e fecho a cara.

- Você está debochando da minha cara. -digo lhe dando as costa para mexer nas panelas no fogo.

- Não, jamais. Estou sendo romântica. -se encosta na mármore da pia.

- Aonde a senhorita estava? E não ouse mentir pra mim. -lhe aponto a colher de pau que seguro na mão.

- Fui deixar a Manu em casa, aí acabei encontrando com o Bruno na portaria, e ele me chamou para tomar uma cerveja com ele.

Bruno, se mudou recentemente para o mesmo prédio que o casal de amigas, e isso era a cara do homem fazer. Arrastar minha namorada para um bar.

- Então não custava pegar o celular dele, e me ligar avisando era só dizer 'olha minha deusa, eu vou passar num barzinho com o Bruno, então demorarei um pouco. ' . Era apenas isso, Bianca.

- Desculpa minha deusa. -pede rindo.

- Ha ha ha -rio sem vontade -Tá cheia de gracinha pro meu lado. Vai organizar a casa sozinha também pra aprender.

A carioca segura em minha cintura grudando nossos corpos. Seus lábios tocam os meus, mas eu mantenho os lábios fechados por pura birra, porque na verdade queria beijá-la.

- Você de TPM é uma graça meu amor. -diz apertando minha cintura

- Uhm. Agora vá lavar as mãos das crianças para jantarmos. -digo me soltando. E não resistindo, puxo a sua nuca selando nossos lábios em um beijo suave. - e nada de dormir de conchinha pra você hoje.

Rindo Bianca se retira da cozinha murmurando palavras que eu não presto atenção, já que volto o meu foco para as panelas que se encontram no fogo. Depois de jantar e ajudar as crianças com a escovação dos dentes, colocamos os dois para dormir, o que leva apenas alguns minutos.

- Amor? -a carioca me chama manhosa

- Diga querida -Digo prendendo o meu cabelo em um coque.

Depois de arrumar a cama deitamos cada uma do seu lado da cama.

- Você estava brincando né, quando disse que não iriamos dormir de conchinha hoje?

Sua carinha de cachorrinho me faz sorrir apaixonada.

- Estava falando sério e muto sério. -acabo soltando uma escandalosa risada - Estava brincando bobinha, venha logo e me abrace. -digo lhe dando as costas.

- Obrigada por ser boazinha com a sua Bianca. -diz beijando meu pescoço.

Entrelaço meus dedos com os seus que estão em minha barriga e sorrindo acabo me entregando ao sono.

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Elas são família agora.

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora