CAPÍTULO 38

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Rafaella

Depois daquela conversa minha mãe ficou muito cansada e a mesma acabou adormecendo. Seu rosto pálido e abatido era de partir o coração.

Sai de seu aposento e encostei a porta. E me derramei em lágrimas abraçada ao corpo do meu pai. O choro compulsivo parecia que não teria fim. Tudo doía dentro de mim, e depois de finalmente me acalmar acabei indo para o quarto tomar um banho e descansar.

A água quente molhava o meu corpo, amenizando momentaneamente a dor. Depois de longos minutos ali embaixo, desligo o registro e me enrolo na toalha.

Entro no quarto e Malu dorme com os lábios entreabertos, a viagem a deixou muito cansada e acredito que ainda dormirá por algumas horas. Visto uma roupa que peguei dentro da mala antes de ir para o banho, e seco os meus fios loiros.

Olho para o celular tocando em cima da cômoda, só ai que me lembro que fiquei de ligar para a carioca assim que chegasse. Tem algumas ligações perdidas de uma hora atrás, e com certeza a morena deve estar preocupada com o meu sumiço, mas com razão.

- Oi meu amor. -digo atendendo a chamada.

- Rafa, você está bem. Malu ta bem?

- Calma, Bia, nós estamos bem. -solto uma risadinha sem muita vontade, ato que não passa desapercebido por minha morena. Acabo contando a ela o que tem acontecido com a mamãe, e chorar de novo se torna inevitável.

- Quer que vá até ai? Eu posso deixar Cris com o papai.

- Não precisa, amor. Apesar de tudo eu ficarei bem. - olho para Malu que se mexe na cama, seus olhinhos preguiçosos se abrem observando o lugar. - Malu acordou, vou dar um banho e algo para ela comer.

- Dê um beijo na pequena por mim. Qualquer coisa me ligue amor, não importa o horário.

- Pode deixar, querida. Obrigada, eu amo você 

Depois da carioca dizer que me ama, demos tchau uma para a outra e encerramos a ligação. Dei banho e alimentei minha menina. Quando Malu viu o avô ficou toda animada, meu pai e eu explicamos que a avó esta doente, e que a mesma precisa de muito descanso e silêncio. Malu compreendeu, e quando entrou no quarto de Genilda correu para abraçá-la. Minha menina ficou ali deitada ao lado da mais velha, enquanto eu e papai preparavamos um lanche.

- Pai. -chamo a atenção do mais velho que me ajuda com os sanduíches.

- Sim querida?

- O senhor sabe o que a mamãe tem para me contar de tão importante? - o homem nega com a cabeça.

Enquanto preparo os lanchinhos, minha cabeça borbulha de tantos pensamentos.

Será que mamãe quer falar de Malu, afinal ela trabalhou no hospital que Bianca deu a luz, e graças a ela eu consegui adotar facilmente a minha filha. Será que eu estava certa, que a minha mãe teria as respostas para as minhas perguntas? Sou tirada dos pensamentos com o meu pai me chamando.

- Vamos torcer para ela comer. -diz o mais velho com a bandeja na mão - A sua alimentação não anda uma das melhores.

- O senhor não acha melhor procurar um outro médico, pra sei lá... -digo passando em sua frente

- Passamos em três médicos, querida. E todos deram o mesmo diagnóstico.

Assinto abrindo a porta do quarto para ele passar com a bandeja. Malu tem a cabeça no ombro da avó, as mãos de minha mãe passam devagar nos fios ralos de Malu.

- Eba, lanchinhos. -diz a pequena nos arrancando uma risada.

Conseguimos fazer a mais velha comer metade de um sanduíche, e alguns goles de seu suco. O lanche foi feito em seu quarto, já que mamãe nem forças tinha para sair da cama.

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