CAPÍTULO 11

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Ao despertar naquela manhã fria, a jovem carioca se sentia uma outra mulher. Os momentos da noite passada eram vívidos em sua cabeça, e a cada lembrança um sorriso era dado. Não tinha sido nada planejado, e tinha sido tão perfeito. Bianca se sentia em um filme, naqueles bem clichês.

Bianca soltou uma longa e sonora gargalhada. Sua felicidade era tanta que tinha medo de sair para fora e alguém a quebrar em pedacinhos. As pessoas eram tão cruéis e preconceituosas. E além do mais, tinha sua mãe - Mônica Andrade - Sabia o quanto sua mãe falaria desse seu relacionamento, o quanto a mulher acharia errado ela se envolver com uma pessoa do mesmo sexo, mas queria arriscar, pois Rafaella valia a pena. A jovem era doce e compreensível. Ninguém a faria mudar de idéia. Tudo era inexplicável para a carioca. Queria viver essa loucura que é o amor. Se arriscar sem medo.

- O quê você esta fazendo comigo, Rafaella? -Perguntou para si mesma.

Seus dedos tocaram os seus lábios. Ainda com preguiça alcançou o celular em cima do criado-mudo, próximo a sua cama. Já passava um pouco mais das oito da manhã, e quando pensou em se levantar para acordar Cris, uma batida forte na porta a fez constatar que o seu garotinho já estava em pé.

- Mamãe, acorde é o Cris. - com cuidado o menino abriu a porta do quarto. O garotinho colocou apenas a cabeça no cômodo - Posso entrar, mamãe?

- Claro meu amor. Vem aqui. -A Andrade bateu ao seu lado na cama. Cris correu até a mãe, deixando suas pantufas no chão. O menino escorregou para debaixo das cobertas, deixando o seu pequeno corpo ser aquecido.

- Mamãe!? - Cris tocou no rosto da mãe, fazendo a mais velha olhá-lo. 

- Oi, meu bebê. 

- Posso te contar com o que eu sonhei? - Bianca assentiu passando os dedos pelos fios despenteados do menino. - Eu estava dentro de uma nave espacial...

....

Bianca ajudou Cris a se vestir, depois de colocar uma roupa quente no filho, Bianca foi para o seu quarto se vestir também. Iris tinha um jogo de baseball naquela manhã, e a família toda iria assistir o jogo da menina.

Assim que saiu de dentro do box, enrolada em uma toalha, Bianca escutou o celular tocar no quarto. Enrolou uma tolha extra nos cabelos, pegou o celular jogado no meio das cobertas e atendeu a ligação de uma certa loira de olhos verdes.

- Oi Rah.

- Oi. Liguei para dizer bom dia. - a carioca sorriu ao ouvir aquilo. Bianca caminhou até o seu closet e começou a procurar uma roupa quente e confortável.

- Bom dia pra você também. É tão bom ouvir sua voz. 

- Eu posso lhe dizer o mesmo. Dormiu bem? -Do outro lado da linha, Rafaella olhava pela janela de seu quarto, vendo os carros passando pelas ruas e o céu que estava tão limpo e azul.

- Perfeitamente bem. - Bianca sorriu - Estava pensando em você, na noite de ontem. Estou parecendo uma boba né!?

A carioca, colocou o celular no viva-voz, e vestiu um conjunto de lingerie. O iPhone ficou em cima do puff branco no canto do closet.

- Não está, você esta sendo fofa. - a loira mordeu o lábio inferior. - Estou contando os segundos para te ver amanhã.

- E eu me achando melosa demais. -brincou Bianca arrancando uma gargalha da outra. As duas ficaram falando amenidades,enquanto a carioca terminava de se vestir. - Rah, eu preciso desligar, vou ao jogo de baseboll da minha irmã.

- Ta bom. Bom passeio. Tchau.

- Obrigada. Tchau - Bianca pegou o celular e encerrou a ligação.

....

Iris estava em sua posição. Fazia quase uma hora que o jogo tinha começado. Bianca juntamente dos pais e do filho, torcia pela irmã que estava indo super bem nos arremessos. Iris era a melhor arremessadora que o seu time tinha.

A bola foi lançada pelo time adversário, e Iris se preparou para rebater. Girando o pulso, a garota jogou a bola longe. Jogando o taco no chão, a jovem Andrade começou a correr sentido anti-horário, através das bases. A torcida toda ficou em pé, era a rodada final, e se Iris conseguisse chegar na base final, levaria sua equipe a mais uma vitória.

Assim que o jogo foi finalizado, com a vitória do time da garota. Marcos levou a família toda para almoçar. Bianca adorava esses momentos em família. Marcos e Iris sempre estavam com ela e Cris, mas ter Mônica em domingos assim, era coisa rara.

- Garota, você mandou super bem naquele jogo. Estou orgulhoso de você como sempre - disse Marcos. O homem passou a mão no ombro da filha. 

- Obrigada papai.

Bianca, como uma irmã mais velha babona, também elogiou a irmã que não parava de sorrir de orelha à orelha.

Durante o almoço, em um restaurante mexicano - o preferido da família - Bianca não deixou de notar o olhar torto da mãe ao ver um casal gay entrar no estabelecimento de mãos dadas. A carioca sentiu um calafrio no corpo, imaginando que sua mãe nunca aceitaria sua orientação sexual.

- Que falta de vergonha. - murmurou torcendo o nariz. Marcos, e Iris estavam em uma conversa paralela que nem prestaram atenção no que a mais velha disse. Cris coloria o livro de desenhos deixado por um dos garçons.

Uma hora depois, Marcos pediu a conta e enquanto não chegava, uma pergunta feita por Cris, deixou Mônica totalmente sem jeito.

- Mamãe. Porque aqui todo mundo é moreno e apenas a tia Iris é loira?

Marcos olhou para a esposa que estava pálida, e Iris parecia estar atenta demais ao celular para ter escutado a pergunta do sobrinho.

- Desculpa pela demora senhor. - disse o garçom entregando o pequeno papel com o valor do consumo.

Se esquecendo daquela pergunta a família saiu do restaurante,  mapenas uma pessoa não tinha se esquecido daquela pergunta, e percebeu a reação da mulher ao ouvir aquilo. E com certeza não deixaria passar essa.

🗼

Oieeee

Tudo bem com vocês? 

Todo mundo odiando a mamãe da Bia neh🙃

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora