Ao despertar naquela manhã fria, a jovem carioca se sentia uma outra mulher. Os momentos da noite passada eram vívidos em sua cabeça, e a cada lembrança um sorriso era dado. Não tinha sido nada planejado, e tinha sido tão perfeito. Bianca se sentia em um filme, naqueles bem clichês.
Bianca soltou uma longa e sonora gargalhada. Sua felicidade era tanta que tinha medo de sair para fora e alguém a quebrar em pedacinhos. As pessoas eram tão cruéis e preconceituosas. E além do mais, tinha sua mãe - Mônica Andrade - Sabia o quanto sua mãe falaria desse seu relacionamento, o quanto a mulher acharia errado ela se envolver com uma pessoa do mesmo sexo, mas queria arriscar, pois Rafaella valia a pena. A jovem era doce e compreensível. Ninguém a faria mudar de idéia. Tudo era inexplicável para a carioca. Queria viver essa loucura que é o amor. Se arriscar sem medo.
- O quê você esta fazendo comigo, Rafaella? -Perguntou para si mesma.
Seus dedos tocaram os seus lábios. Ainda com preguiça alcançou o celular em cima do criado-mudo, próximo a sua cama. Já passava um pouco mais das oito da manhã, e quando pensou em se levantar para acordar Cris, uma batida forte na porta a fez constatar que o seu garotinho já estava em pé.
- Mamãe, acorde é o Cris. - com cuidado o menino abriu a porta do quarto. O garotinho colocou apenas a cabeça no cômodo - Posso entrar, mamãe?
- Claro meu amor. Vem aqui. -A Andrade bateu ao seu lado na cama. Cris correu até a mãe, deixando suas pantufas no chão. O menino escorregou para debaixo das cobertas, deixando o seu pequeno corpo ser aquecido.
- Mamãe!? - Cris tocou no rosto da mãe, fazendo a mais velha olhá-lo.
- Oi, meu bebê.
- Posso te contar com o que eu sonhei? - Bianca assentiu passando os dedos pelos fios despenteados do menino. - Eu estava dentro de uma nave espacial...
....
Bianca ajudou Cris a se vestir, depois de colocar uma roupa quente no filho, Bianca foi para o seu quarto se vestir também. Iris tinha um jogo de baseball naquela manhã, e a família toda iria assistir o jogo da menina.
Assim que saiu de dentro do box, enrolada em uma toalha, Bianca escutou o celular tocar no quarto. Enrolou uma tolha extra nos cabelos, pegou o celular jogado no meio das cobertas e atendeu a ligação de uma certa loira de olhos verdes.
- Oi Rah.
- Oi. Liguei para dizer bom dia. - a carioca sorriu ao ouvir aquilo. Bianca caminhou até o seu closet e começou a procurar uma roupa quente e confortável.
- Bom dia pra você também. É tão bom ouvir sua voz.
- Eu posso lhe dizer o mesmo. Dormiu bem? -Do outro lado da linha, Rafaella olhava pela janela de seu quarto, vendo os carros passando pelas ruas e o céu que estava tão limpo e azul.
- Perfeitamente bem. - Bianca sorriu - Estava pensando em você, na noite de ontem. Estou parecendo uma boba né!?
A carioca, colocou o celular no viva-voz, e vestiu um conjunto de lingerie. O iPhone ficou em cima do puff branco no canto do closet.
- Não está, você esta sendo fofa. - a loira mordeu o lábio inferior. - Estou contando os segundos para te ver amanhã.
- E eu me achando melosa demais. -brincou Bianca arrancando uma gargalha da outra. As duas ficaram falando amenidades,enquanto a carioca terminava de se vestir. - Rah, eu preciso desligar, vou ao jogo de baseboll da minha irmã.
- Ta bom. Bom passeio. Tchau.
- Obrigada. Tchau - Bianca pegou o celular e encerrou a ligação.
....
Iris estava em sua posição. Fazia quase uma hora que o jogo tinha começado. Bianca juntamente dos pais e do filho, torcia pela irmã que estava indo super bem nos arremessos. Iris era a melhor arremessadora que o seu time tinha.
A bola foi lançada pelo time adversário, e Iris se preparou para rebater. Girando o pulso, a garota jogou a bola longe. Jogando o taco no chão, a jovem Andrade começou a correr sentido anti-horário, através das bases. A torcida toda ficou em pé, era a rodada final, e se Iris conseguisse chegar na base final, levaria sua equipe a mais uma vitória.
Assim que o jogo foi finalizado, com a vitória do time da garota. Marcos levou a família toda para almoçar. Bianca adorava esses momentos em família. Marcos e Iris sempre estavam com ela e Cris, mas ter Mônica em domingos assim, era coisa rara.
- Garota, você mandou super bem naquele jogo. Estou orgulhoso de você como sempre - disse Marcos. O homem passou a mão no ombro da filha.
- Obrigada papai.
Bianca, como uma irmã mais velha babona, também elogiou a irmã que não parava de sorrir de orelha à orelha.
Durante o almoço, em um restaurante mexicano - o preferido da família - Bianca não deixou de notar o olhar torto da mãe ao ver um casal gay entrar no estabelecimento de mãos dadas. A carioca sentiu um calafrio no corpo, imaginando que sua mãe nunca aceitaria sua orientação sexual.
- Que falta de vergonha. - murmurou torcendo o nariz. Marcos, e Iris estavam em uma conversa paralela que nem prestaram atenção no que a mais velha disse. Cris coloria o livro de desenhos deixado por um dos garçons.
Uma hora depois, Marcos pediu a conta e enquanto não chegava, uma pergunta feita por Cris, deixou Mônica totalmente sem jeito.
- Mamãe. Porque aqui todo mundo é moreno e apenas a tia Iris é loira?
Marcos olhou para a esposa que estava pálida, e Iris parecia estar atenta demais ao celular para ter escutado a pergunta do sobrinho.
- Desculpa pela demora senhor. - disse o garçom entregando o pequeno papel com o valor do consumo.
Se esquecendo daquela pergunta a família saiu do restaurante, mapenas uma pessoa não tinha se esquecido daquela pergunta, e percebeu a reação da mulher ao ouvir aquilo. E com certeza não deixaria passar essa.
🗼
Oieeee!
Tudo bem com vocês?
Todo mundo odiando a mamãe da Bia neh? 🙃
VOCÊ ESTÁ LENDO
DESTINO
Fanfic"Alguns acreditam que o destino representa uma "força misteriosa que determina os acontecimentos na vida das pessoas, tanto nas suas vidas presentes como passadas". No mundo árabe, ouve-se falar em "maktub" que significa "já estava escrito" ou "tinh...