CAPÍTULO 34

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Rafaella

Eu estava obcecada, passava 80% do meu tempo tentando descobrir sobre o parentesco da minha Malu e nos outros 20%
torcia pra que alguém falasse sobre ela para eu poder voltar a pensar sobre o assunto. Ao mesmo tempo que eu tinha medo de descobrir toda a verdade eu ia atrás de vestígios.

O que eu vou dizer agora pode até parecer loucura ou coisa de novela, mas para mim a filha de Bianca, Magnólia não faleceu como a carioca imagina. Cheguei nessa conclusão quando perguntei a minha melhor amiga sobre depois que a Bia entrou em coma.

- O por que do interesse repentino sobre isso? Ou melhor por que não pergunta a Bianca, afinal tudo isso aconteceu com ela. - diz Marcella.

Ainda com a cara de quem acabou de acordar eu passo a mão no rosto, soltando um suspiro. Conto tudo a minha amiga sobre a minha desconfiança sobre a filha "morta" de minha namorada. Marcela fica chocada com as minhas teorias, mas acaba concordando que faz sentido.

- E então, você sabe ou não sobre o que aconteceu depois que ela entrou em coma? - pergunto aflita .

- Sei apenas o básico. Sempre fui de confiança do senhor Andrade, e trabalho com ele desde o meu estágio.

Marcela deixa uma xícara de café em minha frente, e se senta na cadeira de frente com a minha.

- Me lembro que Bianca tinha sido internada, pois sua gestação era de risco por ser gêmeos e...

- Tá, essa parte eu sei Ma. - corto fazendo ela revirar os olhos

- Se você fizer isso mais uma vez não vou te contar mais nada. -adverte irritada, aceno positivo tomando um grande gole de minha bebida quente - Certo. Me lembro que o Sr. Marcos chegou triste na empresa dizendo que a sua filha tinha entrado em coma depois de dar a luz, e que os gêmeos estavam bem apesar de nascerem prematuros. Todos os dias ele ia vistar as crianças e Bianca que estava em coma. Um dia ele comentou que a menina não estava conseguindo ganhar o peso ideal, mas a enfermeira obstetra chefe faria alguns exames.

Marcela toma um gole de seu café tentando se lembrar de alguma coisa, enquanto eu escuto atenta cada palavra dita por ela.

- Ele sempre estava cabisbaixo e nervoso, se irritava fácil. Ele dizia que tinha medo de perder a filha, e que Mônica pensava em desligar o aparelho de Bianca, sendo que tinha apenas poucos dias que a menina tinha entrado em coma.

Eu abri a boca chocada com aquilo. Toda mãe quer manter o filho por perto o mais tempo possível, seja ele no aparelho ou não.

- No dia que Marcos saiu da empresa para visitar a filha e os netos, a sua pressão estava um pouco alta. Eu pedi para acompanhá-lo até o hospital, mas ele disse que não precisava. No final da tarde Manu veio com a notícia que Marcos tinha sido internado após sofrer um AVC dentro do hospital.

Fiquei surpresa ao ouvir aquilo, nunca imaginei que Marcos tinha sofrido um AVC bem na época que a sua filha estava em coma. Pelo visto a família de Bianca passou por muitas coisas em um período curto de tempo.

- Nossa. - é tudo que sai dos meus lábios

- Ele estava passando por muitas coisas na época e o estresse resultou nisso... Não sei de muitas coisas, Rafa. - ela solta um suspiro

- Você não sabe quando foi que Mag faleceu exatamente? -pergunto ansiosa por uma resposta, Bianca nunca falava sobre isso, e eu não sabia exatamente quando a menina faleceu, e acho indelicado demais perguntar isso a ela.

Marcela massageia as têmporas, e torce os lábios tentando se lembrar de algo. Ela sempre faz isso quando pensa muito.

- Eu acho que foi logo após Marcos ser internado, eu acho que uma semana depois de ter nascido. Me lembro que fui visitá-lo, ele estava muito abatido, pois tinha acabado de receber a notícia da netinha. Fiquei pouco tempo com ele. Inclusive quando saí da área de internação eu esbarrei em sua mãe.

- Ela nunca comentou sobre ter te visto.

Acabo achando estranho minha mãe não ter comentado de ter visto Marcela. Me lembro perfeitamente bem dela comentando que a última vez que viu a Ma foi na época que fazíamos faculdade. Acabo deixando esse fato de lado por agora, no momento o meu foco é outro.

- Talvez tenha se esquecido. - apenas concordo - É exatamente isso que eu sei. Ah, quando a menina foi enterrada Marcos ainda estava internado, e Mônica não permitiu que abrisse o caixão, e permitiu que apenas a família fosse.

- Isso foi de grande ajuda, Ma. Muito obrigada. - seguro em suas mãos em cima da mesa.

Sentada na sacada da sala, passo a mão no rosto ao ouvir a voz de Cris me chamar. Hoje era sábado e o menino estava aqui em casa enquanto a sua mãe saiu para resolver algumas coisas. Ele, e Malu logo aparecem em meu campo de visão cada um com um brinquedo em mãos.

- Tia Rafa. Nós podemos brincar um pouquinho no parquinho?

Malu que está parada ao seu lado apenas balança o corpinho com as duas mãos para trás, eu sei que essa foi idéia dela, só de olhar para o seu semblante... Cris tem o cenho franzido igual ao de Malu, fico olhando cada detalhe dos dois, e cada caras e bocas que são feitas enquanto ambos esperam por minha resposta.

- Mamãe?!

Sou tirada dos pensamentos com Malu beijando o meu rosto. Sorrio fechado e peço desculpas as duas crianças.

- Hoje esta muito frio lá fora meus amores. E não queremos ninguém dodói certo? - pergunto e os dois assentem.

- Cadê as crianças dessa casa? - a voz de Gizelly chama a atenção dos dois que saem correndo para receber a mulher.

Solto um suspiro e saio daquele ambiente para falar com Gi. A morena trouxe McDonald's e uma caixa de pizza, e os gêmeos, quero dizer a MINHA filha e Cris estão mais interessados no brinquedo do que no lanche.

[...]

- Não me provoque, Rafaella. -diz a carioca embaixo de mim. Mesmo diante de sua fala eu balanço o quadril fazendo a morena soltar um gemido.

Bianca aperta os seus dedos em minha coxa nua, e depois passa as unhas curtas.

- Olha só quem é que está provocando agora. -digo entrelaçando os nossos dedos em cima de sua cabeça.

Selo nossos lábios em um beijo calmo, mas carregado de desejo. Ainda estávamos em casa e as crianças foram ao cinema com Marcela e Gizelly, e pelo horário acredito que devam estar de volta lá pelas 21horas.

- Eu sei jogar o seu jogo querida -a morena nos vira na cama, ato que me pega de surpresa me fazendo rir alto.

- Eu te amo, Bianca. -passo o dedo por seu rosto -Você é um dos maiores presentes que já ganhei, e não importa o que aconteça daqui pra frente, eu quero que saiba que vou sempre te amar.

- Por que você está dizendo isso? - pergunta a carioca encaixada no meio de minhas pernas

- Eu não sei o que o futuro nos reserva. -deixo um selinho em seus lábios. E de repente o que era um ar sexual se transformou em melancólico.

Os castanhos que tanto amo me olham com ternura e paixão. Eu amo tanto essa mulher que tenho medo de perde-la, eu não sei o que pode acontecer quando a verdade vier a tona... Na verdade não faço idéia do que o destino me preparou, apenas espero que sejam coisas boas.

🗼

Quem aqui acha que Dona Genilda ta metida nesse bolo? E quem acha que a bruxa queria se livrar da Bia e fez o marido passar mal só pra se livrar da Mag/Malu? 

Feliz Rabia Day meus amores. 
Eu amo vocês!  🥰

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora